Academias pelo Brasil: de falência a pandemia, como Rodrigo Hasi superou obstáculos e construiu uma sólida rede Ouvir 30 de agosto de 2023 Em apenas cinco anos, ele fez da Evoque uma empresa de bem-estar com 20 unidades, mais de 60 mil alunos e faturamento de cerca de 2,5 milhões mensais Yara Achôa, Fitness Brasil30/8/2023 A sabedoria popular prega que “se a vida te der um limão, faça uma limonada”. O empresário e profissional de Educação Física Rodrigo Hasi, 35 anos, teve pelo menos dois momentos na vida para provar isso. No primeiro, quando tentou tocar sua própria academia e faliu. Caiu, assimilou o golpe, aprendeu e não desistiu. No segundo, quando enfrentou uma pandemia de proporções catastróficas também para os negócios. Na ocasião, saiu do desespero inicial para o enfrentamento da adversidade, sem perder o foco do crescimento. Fato é que, em apenas cinco anos, tendo uma grave crise sanitária e econômica no caminho, construiu uma sólida rede de academias: a Evoque. Inclusive apresentou esse case na recente IHRSA Fitness Brasil, em São Paulo, e também registrou sua história em um livro, lançado no dia 17 desse mês – “Evoque: uma cultura de aceleração exponencial”. De 2018 até agora são 19 unidades no estado de São Paulo e uma, mais recente, no Mato Grosso do Sul, marcando o início da expansão da rede para todo o país. São mais de 60 mil alunos. O faturamento bruto é de cerca de 2,5 milhões mensais. A expectativa é que até o final de 2023 estejam abertas mais 11, totalizando 31. Fundada na cidade de Mauá, região metropolitana de São Paulo, a Evoque é um modelo híbrido de academia, mistura de estabelecimento de bairro e low cost, muito bem estruturado e com serviços de excelência. Tem como vantagem oferecer vários tipos de atividade física, incluindo artes marciais, dança, treinamento funcional e bike indoor, além de fisioterapia. Hasi, que conta a parceria do sócio José de Almeida Ramos, acredita que o segredo de sucesso seja perseverança, resiliência e espiritualidade. “Acho que as coisas não ocorrem por acaso”, diz. Esse pensamento também leva o empresário a valorizar e promover o desenvolvimento humano em sua empresa. “Faço questão de passar para a minha equipe aquilo que aprendi na raça. Como ter boa educação financeira, que ajude na vida deles e, claro, que também esteja relacionado ao crescimento da rede.” Alguma boa dica de gestão? Rodrigo Hasi tem várias. Ele consegue fazer, por exemplo, com que seus colaboradores tragam ideias novas para o grupo, sem que se perca a identidade. “Qualquer pessoa pode abrir uma empresa, até mesmo desenvolver uma rede de academias. Mas fundamentar uma cultura própria, um ecossistema diferenciado, demanda muito investimento de recursos e em pessoas, além de tempo”, diz. Queda para o altoFilho de profissionais de Educação Física, Hasi sempre teve uma forte ligação com o esporte. Ainda que a vocação tenha vindo de berço, nada caiu de mãos beijadas. Como os pais, Carlos e Yolanda, não podiam pagar a faculdade de Educação Física para ele, batalhou por uma bolsa. Conseguiu 50% por ter sido o segundo colocado no processo de admissão da Faculdade Integrada de Ribeirão Pires (SP), onde se formou. O restante foi feito via Fundo de Financiamento ao Estudante de Ensino Superior (Fies). Sempre correndo atrás, se destacou como professor e gerente de academia. A primeira tentativa como proprietário ocorreu em 2012, aos 24 anos. Foi quando arrendou uma academia, em Mauá (SP). Mas por falta de boa gestão o negócio faliu em um ano. Resiliente, entendeu que precisava aprender mais como gestor. Assim, voltou a gerenciar academias. No caso, a própria Evoque, em Mauá (SP), na qual tinha bom relacionamento com os donos. Em 2018, surgiu a oportunidade de comprá-la. Juntou tudo que tinha guardado nos últimos anos, vendeu carro e moto para abraçar a nova oportunidade. Mais experiente, o negócio decolou. Em pouco tempo, o número de alunos dobrou. E então veio a pandemia. “Obviamente isso abalou meu emocional no início. Mas também vi uma oportunidade de crescimento. Muitas academias fecharam e, portanto, existiam mais clientes no mercado. Foi uma questão de me estruturar para buscar esse público que voltaria a fazer atividade física”, conta. No final de 2020, mesmo na pandemia, conseguiu abrir a segunda unidade da Evoque, em Santo André (SP). Com boa gestão, visão de negócio capaz de seduzir investidores, lucro canalizado na expansão da marca, novas unidades foram sendo abertas gradativamente, em um curto espaço de tempo. “Acredito que todos aqueles que faziam parte do projeto de alguma forma abraçaram a proposta. Isso foi fundamental para o crescimento da Evoque. Assim como o treinamento e atendimento diferenciado que oferecemos”, finaliza Hasi. Fitness
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