Acúmulo de gordura nos músculos: conheça problema de saúde silencioso Ouvir 24 de agosto de 2023 Você sabia que a gordura corporal em excesso pode se infiltrar nos músculos, tanto entre as fibras musculares quanto dentro delas? Essa doença, ainda pouco difundida, é chamada de mioesteatose. Um estudo recentemente publicado na revista Radiology aponta que adultos com acúmulo de gordura nos músculos têm um risco aumentado de morte, similar ao relacionado a tabagismo ou diabetes. Por isso, os especialistas estão adotando uma nova abordagem em relação à adiposidade nos músculos, assim como já acontece com o monitoramento do excesso de gordura no fígado. Mais sobre o assunto Saúde Afinal de contas, treino funcional permite ganho de massa muscular? Saúde Como ganhar massa muscular rápido: entenda como funciona hipertrofia Saúde Especialistas ensinam como emagrecer sem perder massa muscular Saúde Conheça 10 bebidas para ganhar massa muscular mais rápido Segundo o endocrinologista Clayton Macedo, que coordena o Núcleo de Endocrinologia do Exercício e do Esporte do Hospital Israelita Albert Einstein e do ambulatório de Endocrinologia do Esporte da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a mioesteatose é uma infiltração gordurosa intramuscular que cada vez mais tem aparecido em trabalhos científicos que a correlacionam com obesidade, com diabetes, com sarcopenia e também com doenças cardiovasculares. “O nosso músculo é composto de fibras musculares e, quando temos depósitos ectópicos [de uma gordura que não deveria estar ali], nós temos a mioesteatose”, explica. A obesidade, o sedentarismo, o envelhecimento, a diabetes e a síndrome metabólica podem levar ao acúmulo de gordura nos músculos da mesma forma que ocorre com o acúmulo de gordura no fígado (esteatose hepática). Quando a gordura começa a ocupar o espaço dentro da fibra muscular, o músculo fica doente, inflamado e começa a perder a qualidade, a força e a mobilidade. A doença não costuma dar sintomas inicialmente, mas, com o tempo, o músculo vai perdendo a função e passa a ser substituído pela gordura. “Isso é algo que devemos olhar com cuidado porque o músculo é considerado o nosso maior patrimônio. Quando o músculo contrai, ele libera uma série de substâncias (miocinas) que regulam toda nossa saúde óssea, cardiovascular, metabólica e até nossa neuroplasticidade. Um músculo com muita gordura não funciona direito e, perdendo função, não vai executar as tarefas motoras e secretora de hormônios de forma adequada”, alertou Macedo. 3 Cards_Galeria_de_Fotos (7) Uma das principais queixas do ser humano, a gordura abdominal pode ser um grande fator de risco para diabetes e problemas no coração. Apesar de parecer algo difícil de resolver, com pequenas mudanças de hábito, a situação melhora e, de quebra, ainda ajuda a aumentar a saúde e a expectativa de vida Getty Images ******Foto-mulher-fazendo-exercicios-1.jpg Realizar exercícios físicos, por exemplo, é um dos segredos para diminuir a quantidade de gordura na barriga e evitar doenças e demais problemas de saúde. Além de melhorar o equilíbrio, se exercitar ao menos duas vezes por semana é um dos segredos para viver e envelhecer melhor Getty Images *******Foto-mulheres-correndo.jpg Exercícios de alta intensidade e cardio ajudam a queimar as gorduras indesejadas no abdômen e melhoram o condicionamento físico. De acordo com estudo publicado na revista científica PLOS One, um minuto de exercícios intensos traz mudanças respiratórias e metabólicas equivalentes a fazer uma hora de atividade de baixa intensidade Getty Images *******Foto-mulher-negando-copo-com-bebida.jpg Evitar o consumo de álcool também pode fazer toda a diferença para quem deseja perder aquela barriguinha. Segundo especialistas, o indicado é ingerir álcool de forma controlada, já que o exagero é um dos fatores causadores do acúmulo de gordura visceral Getty Images ******Foto-mulher-deitada-na-cama.jpg Não é de hoje a afirmação que dormir bem é essencial para o emagrecimento. Desta vez, no entanto, a afirmativa foi publicada na revista médica JAMA Network. No estudo, cientistas alegam que melhorar a duração adequada do sono pode reduzir o peso e evitar problemas relacionados ao sobrepeso Getty Images ******Foto-mulher-bebendo-agua-1.jpg Beber mais água é uma boa estratégia para ajudar quem está querendo diminuir a circunferência da barriga. E não apenas porque a água não tem calorias e ajuda a manter o estômago cheio, mas também porque ela colabora para o funcionamento do metabolismo e o processo de queima de calorias Getty Images *******Foto-mulher-segurando-rosquinhas.jpg Quem deseja perder gordura abdominal também deve diminuir o consumo de açúcar, pois quando ingerido em excesso, vira gordura armazenada na região. Manter uma alimentação balanceada, portanto, é importante para acelerar o metabolismo e favorecer a queima de gordura acumulada no órgão Getty Images *******Foto-mulher-segurando-prato-com-cereais-e-frutas.jpg Alimentar-se com fibras também é importante para queimar a gordura na região da barriga. Isso porque uma dieta rica em fibras ajuda o intestino a funcionar melhor, diminuindo, dessa forma, o inchaço na região Getty Images Foto-mulher-colocando-adocante-no-cafe.jpg Getty Images *******Foto-mulher-meditando.jpg De acordo com especialistas, o controle do estresse é outro ponto de muita importância para a perda da gordura corporal. Isso porque o estresse pode ser um gatilho para a compulsão alimentar, além de atrapalhar o sono. Atividades como caminhadas, meditação, esportivas ou leituras podem ajudar no controle do problema Getty Images Voltar Progredir 0 Como a mioesteatose não costuma dar sintomas, normalmente a identificação da doença acontece por causa de exames como ressonância magnética e tomografia que são feitos para investigar outras doenças. “Os dois métodos de diagnóstico são considerados padrão ouro e conseguem definir o conteúdo de gordura no músculo. Essa gordura pode ser subcutânea (debaixo da pele, entre as fibras musculares) ou intramuscular (dentro da fibra muscular – essa que é a mioesteatose)”, explicou. Um perigo silencioso Na pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Experimental e Clínica da Universidade Católica de Lovania, em Bruxelas, os cientistas constataram que pessoas com Índice de Massa Corporal (IMC) semelhantes poderiam ter problemas de saúde distintos, entre eles, o acúmulo de gordura nos músculos (a mioesteatose), o que aumenta o risco de morte. Para chegar aos resultados, eles avaliaram tomografias abdominais feitas em adultos submetidos a exames de rotina para câncer colorretal entre 2004 e 2016. Ao todo, foram analisados exames de 8.982 pacientes – 507 morreram no período por problemas cardíacos, AVC, aneurisma, entre outros. Segundo os pesquisadores, o acúmulo de gordura nos músculos estava presente em 55% dos falecidos e foi associado a uma maior vulnerabilidade para problemas de saúde graves. O estudo aponta que o risco absoluto de mortalidade entre aqueles adultos com mioesteatose foi de 15,5% – um valor maior do que o risco associado à obesidade (7,6%) e à esteatose hepática (8,5%). O risco também foi equiparado ao tabagismo e diabetes tipo 2. Os pesquisadores também observaram que a relação entre a mioesteatose e o aumento da mortalidade se deu independentemente do IMC ou do diagnóstico de obesidade nos participantes. Por isso, para eles, a mioesteatose é um preditor chave do risco de mortalidade, independentemente da obesidade. “O resultado desse trabalho é bem interessante porque avaliou a mortalidade e encontrou a mioesteatose como um preditor melhor de risco. A musculatura é um determinante de saúde e o excesso de gordura reflete negativamente na qualidade da musculatura. Isso mostra o quanto o músculo é importante e o quanto ele ser substituído por gordura vai impactar num desfecho ruim, que é a morte”, disse Macedo. Segundo os pesquisadores, o diagnóstico da mioesteatose ainda enfrenta dificuldades porque os médicos focam no excesso de gordura visceral e no fígado, enquanto a mioesteatose age silenciosamente e só é descoberta em pacientes que se submetem a exames para investigar outras patologias. Para Macedo, isso acontece porque esse é um assunto ainda muito novo, com poucos trabalhos mostrando essa correlação com mortalidade. “É mais fácil medir a esteatose hepática e até hoje não tínhamos dirigido o olhar para a mioesteatose. A ciência vai evoluir e acredito muito nesse modelo de abordagem, onde enxergamos o músculo como órgão vital para nosso organismo e nossa saúde cardiovascular e metabólica.” Como prevenir? A prevenção da mioesteatose acontece principalmente através do exercício físico e de uma dieta equilibrada. Uma alimentação inadequada e o sedentarismo acabam favorecendo o acúmulo de gordura em locais onde normalmente não acumularia – entre eles, no músculo, no fígado (esteatose hepática), em volta do coração (gordura epicárdica) e entre as vísceras no abdômen (gordura visceral). Segundo Macedo, o ideal é fazer uma combinação dos dois tipos de exercício físico: o aeróbio, que atua na queima da gordura, e o resistido (de força), que ajuda na manutenção da massa muscular e da força. Ambos contribuem para a manutenção do músculo saudável e também para prevenir a sarcopenia. A ingestão adequada de carboidratos e proteínas, além do sono reparador, também são determinantes para uma melhor qualidade e quantidade de músculos. (Fonte: Agência Einstein) Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente. Notícias
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