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460 mil crianças podem morrer de Aids até 2030 após cortes dos EUA
Mais de 1 milhão de crianças podem ser infectadas com o vírus HIV e 460 mil podem morrer de Aids até 2030 caso o Pepfar, programa dos Estados Unidos para combate à doença, seja suspenso ou sofra cortes no orçamento. A estimativa foi divulgada nesta terça-feira (8/4), em um estudo publicado na revista The Lancet.
A pesquisa foi motivada pela decisão do presidente Donald Trump de cortar recursos do programa, que tem atuação central em países da África Subsaariana. Segundo os autores, o impacto vai além da saúde: nos próximos cinco anos, até 2,8 milhões de crianças podem ficar órfãs se o Pepfar for descontinuado.
O estudo usou simulações feitas com dados atuais sobre infecções por HIV e mortes causadas pela Aids. Além de mostrar os riscos de acabar com o programa, os pesquisadores destacam que manter o Pepfar até 2030 é viável financeiramente e continua trazendo resultados importantes no longo prazo. A data está alinhada com a meta global de acabar com a Aids como ameaça à saúde pública até o fim da década.
EUA saem da OMS
O presidente Donald Trump anunciou a saída dos EUA da OMS em janeiro, no dia em que tomou posse para o segundo mandato.
O país era, até então, o maior doador da agência de saúde da União das Nações Unidas (ONU).
Os EUA financiaram 75% dos programas da OMS para HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis entre 2024 e 2025.
Os esforços para combater o HIV, a poliomielite, a malária e a tuberculose já são afetados pela pausa na ajuda externa dos EUA.
Programa salvou milhões de vidas
Lançado em 2003, o Plano de Emergência do Presidente para o Alívio da Aids (Pepfar) é um dos principais programas globais no enfrentamento do HIV. Em duas décadas, foram investidos mais de US$ 120 bilhões (cerca de R$ 774 bilhões) em ações de prevenção e tratamento.
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Hoje, mais de 20 milhões de pessoas — a maioria na África Subsaariana — recebem atendimento graças ao Pepfar. Desde 2010, o número de órfãos por Aids na região caiu de 14 milhões para 10,5 milhões.
Segundo os especialistas, os efeitos positivos abrangem o fortalecimento dos sistemas de saúde locais, a prevenção da violência sexual contra meninas, o suporte a programas infantis e a melhora das relações diplomáticas e comerciais entre os EUA e países africanos.
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HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. O causador da aids ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida
Arte Metrópoles/Getty Images
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A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a aids
Anna Shvets/Pexels
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Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 para impedir a multiplicação do HIV no organismo. Esses medicamentos ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico
Hugo Barreto/Metrópoles
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O uso regular dos ARV é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas
iStock
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O tratamento é uma combinação de medicamentos que podem variar de acordo com a carga viral, estado geral de saúde da pessoa e atividade profissional, devido aos efeitos colaterais
iStock
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Em 2021, um novo medicamento para o tratamento de HIV, que combina duas diferentes substâncias em um único comprimido, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
Hugo Barreto/Metrópoles
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A empresa de biotecnologia Moderna, junto com a organização de investigação científica Iavi, anunciou no início de 2022 a aplicação das primeiras doses de uma vacina experimental contra o HIV em humanos
Arthur Menescal/Especial Metrópoles
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O ensaio de fase 1 busca analisar se as doses do imunizante, que utilizam RNA mensageiro, podem induzir resposta imunológica das células e orientar o desenvolvimento rápido de anticorpos amplamente neutralizantes (bnAb) contra o vírus
Arthur Menescal/Especial Metrópoles
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Nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças aprovou o primeiro medicamento injetável para prevenir o HIV em grupos de risco, inclusive para pessoas que mantém relações sexuais com indivíduos com o vírus
spukkato/iStock
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O Apretude funciona com duas injeções iniciais, administradas com um mês de intervalo. Depois, o tratamento continua com aplicações a cada dois meses
iStock
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O PrEP HIV é um tratamento disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) feito especificamente para prevenir a infecção pelo vírus da Aids com o uso de medicamentos antirretrovirais
Joshua Coleman/Unsplash
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Esses medicamentos atuam diretamente no vírus, impedindo a sua replicação e entrada nas células, por isso é um método eficaz para a prevenção da infecção pelo HIV
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É importante que, mesmo com a PrEP, a camisinha continue a ser usada nas relações sexuais: o medicamento não previne a gravidez e nem a transmissão de outras doenças sexualmente transmissíveis, como clamídia, gonorreia e sífilis, por exemplo
Keith Brofsky/Getty Images
Futuro do Pepfar depende de apoio internacional
A publicação também traz uma carta assinada por 11 autoridades de saúde do continente africano, reforçando o compromisso de governos locais com a continuidade do programa.
Entre as propostas para garantir sua sustentabilidade até 2030 estão o envolvimento de parceiros locais e internacionais, a ampliação do cofinanciamento, o apoio a iniciativas comunitárias e o aperfeiçoamento das redes de saúde.
A transição já está em curso: o cofinanciamento dos países beneficiados saltou de US$ 13,1 bilhões (cerca de R$ 84,4 bilhões), em 2004, para US$ 40,7 bilhões (aproximadamente R$ 262,3 bilhões), em 2021.
Os autores do estudo reconhecem limitações na análise, como a instabilidade do financiamento internacional e as incertezas sobre o futuro do programa. Ainda assim, reforçam que o fim do Pepfar colocaria em risco uma geração inteira.
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