Injeção para prevenção do HIV funciona com uma dose ao ano, diz estudo Ouvir 12 de março de 2025 Um estudo apresentado nesta quarta-feira (12/3) pela farmacêutica Gilead mostra que o remédio lenacapavir, que previne infecções do HIV, funciona de forma eficaz com apenas uma dose anual. O medicamento, que está em fase final de testes clínicos, foi produzido para ter uma dose a cada semestre, mas pesquisas conduzidas lateralmente pela farmacêutica mostraram que a proteção dada pela injeção pode durar até 56 semanas (13 meses). Leia também Saúde Conheça IST que é 50 vezes mais transmissível que o HIV (e tem vacina) Saúde HIV: apesar de dificuldades, guias médicos sugerem acelerar tratamento Saúde HIV cresce entre idosos. Confira 7 mitos e verdades sobre a infecção Saúde Infecções por HIV no Brasil crescem pelo terceiro ano consecutivo A diferença do novo teste é que o medicamento foi administrado em uma injeção intramuscular, mais profunda, em comparação com as aplicações subcutâneas, mais superficiais, que eram testadas anteriormente. O remédio não é uma vacina contra o HIV. Ele é apenas um remédio antiretroviral administrado para prevenir que a infecção se instale no organismo em caso de contato com o vírus, de forma semelhante aos comprimidos da PrEP, que são tomados diariamente. Qual a diferença da dose anual? O medicamento, administrado por injeção intramuscular, manteve concentrações plasmáticas acima do nível necessário para prevenção do HIV por até 56 semanas. O vice-presidente sênior da Gilead, Jared Baeten, destacou que a nova opção pode ajudar a superar desafios de adesão e persistência no uso da PrEP, que por necessitar de um comprimido todo dia, muitas vezes acaba tendo sua eficácia prejudicada pelo esquecimento dos usuários. “O lenacapavir uma vez ao ano, se aprovado, pode se tornar uma nova opção importante de prevenção do HIV ao redor do mundo”, disse ele. 13 imagens Fechar modal. 1 de 13 HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. O causador da aids ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida Arte Metrópoles/Getty Images 2 de 13 A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a aids Anna Shvets/Pexels 3 de 13 Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 para impedir a multiplicação do HIV no organismo. Esses medicamentos ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico Hugo Barreto/Metrópoles 4 de 13 O uso regular dos ARV é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas iStock 5 de 13 O tratamento é uma combinação de medicamentos que podem variar de acordo com a carga viral, estado geral de saúde da pessoa e atividade profissional, devido aos efeitos colaterais iStock 6 de 13 Em 2021, um novo medicamento para o tratamento de HIV, que combina duas diferentes substâncias em um único comprimido, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) Hugo Barreto/Metrópoles 7 de 13 A empresa de biotecnologia Moderna, junto com a organização de investigação científica Iavi, anunciou no início de 2022 a aplicação das primeiras doses de uma vacina experimental contra o HIV em humanos Arthur Menescal/Especial Metrópoles 8 de 13 O ensaio de fase 1 busca analisar se as doses do imunizante, que utilizam RNA mensageiro, podem induzir resposta imunológica das células e orientar o desenvolvimento rápido de anticorpos amplamente neutralizantes (bnAb) contra o vírus Arthur Menescal/Especial Metrópoles 9 de 13 Nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças aprovou o primeiro medicamento injetável para prevenir o HIV em grupos de risco, inclusive para pessoas que mantém relações sexuais com indivíduos com o vírus spukkato/iStock 10 de 13 O Apretude funciona com duas injeções iniciais, administradas com um mês de intervalo. Depois, o tratamento continua com aplicações a cada dois meses iStock 11 de 13 O PrEP HIV é um tratamento disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) feito especificamente para prevenir a infecção pelo vírus da Aids com o uso de medicamentos antirretrovirais Joshua Coleman/Unsplash 12 de 13 Esses medicamentos atuam diretamente no vírus, impedindo a sua replicação e entrada nas células, por isso é um método eficaz para a prevenção da infecção pelo HIV iStock 13 de 13 É importante que, mesmo com a PrEP, a camisinha continue a ser usada nas relações sexuais: o medicamento não previne a gravidez e nem a transmissão de outras doenças sexualmente transmissíveis, como clamídia, gonorreia e sífilis, por exemplo Keith Brofsky/Getty Images Prevenção do HIV O estudo de fase 1 do lenacapavir anual incluiu 40 adultos saudáveis, com idades entre 18 e 55 anos, que receberam uma dose única de 5 mil mg. As concentrações medianas do medicamento permaneceram acima do limiar de eficácia por mais de um ano, com níveis superiores aos observados em estudos semestrais, em 95% de concentração. Esses dados reforçam o potencial da formulação anual, que agora será investigada em estudos mais avançados. As doses semestrais já tinham se provado mais eficazes que a PrEP tradicional. Um ensaio clínico divulgado em 2024 mostrou que participantes que receberam injeções semestrais tiveram uma taxa de infecção de 0,04%, contra 0,11% entre os que usaram PrEP oral. Apesar dos avanços, o uso do remédio ainda é experimental e não foi aprovado em nenhum país. Seu nome comercial será Sunlenca. A Gilead espera que os resultados positivos acelerem a aprovação regulatória, com expectativa de lançamento assim que terminarem os estudos clínicos. Enquanto isso, a busca por uma cura para o HIV e a aids continua. Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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