Conheça teste simples de reação que avalia a saúde do cérebro Ouvir 5 de maio de 2025 Todos sabemos que, com o passar dos anos, o cérebro perde parte de sua capacidade de raciocínio. Pode ser desafiador, porém, saber quando essa perda de velocidade de pensamento é fruto de um envelhecimento natural ou quando vem de um declínio cognitivo grave que deve ser investigado mais a fundo. Um simples teste caseiro, no entanto, pode ajudar a esclarecer essa dúvida. O teste da régua ajuda a medir a rapidez com que o corpo reage a estímulos. Essa velocidade começa a diminuir com o passar dos anos, um processo que começa a ser perceptível a partir dos 40. Mas a perda de agilidade tem implicações mais amplas do que aparenta. Leia também Saúde Perda auditiva pode estar ligada a 32% dos casos de demência em idosos Saúde Teste de linguagem pode detectar tipo raro de demência precocemente Claudia Meireles Estudos revelam que Ozempic e semelhantes reduzem o risco de demência Vida & Estilo Entenda como a musculação pode proteger o cérebro contra demência Vários estudos da última década vêm apontando que o tempo de reação pode ser um marcador importante da saúde do cérebro, inclusive em estágios mais avançados da vida. Uma pesquisa feita em 2014, por exemplo, apontou que tempos mais lentos de reação estão associados a condições cardiovasculares, acidentes vasculares cerebrais (AVC) e até mortalidade precoce. Como fazer o teste da régua? É uma das formas mais acessíveis de avaliar a agilidade mental. A proposta do experimento é simples: agarrar com os dedos em pinça uma régua escolar comum no momento em que ela cai. O teste pode ser realizada em casa com a ajuda de outra pessoa. É preciso sentar-se com o braço apoiado sobre uma mesa, deixando a mão levemente suspensa com o polegar e o indicador prontos para segurar em uma pinça. A régua é posicionada verticalmente, com o número zero virado para a mão de quem vai agarrar e a uma curta distância. Sem aviso, a pessoa que segura a régua a solta, e o desafio é segurá-la no menor tempo possível. A distância que a régua percorre antes de ser agarrada corresponde ao tempo de resposta. Quanto menor a distância, melhor o desempenho. O que revelam os centímetros percorridos Pegar a régua antes que ela caia mais de 7,5 centímetros indica excelente tempo de reação. De 7,5 a 15,9 cm é acima da média. Entre 15,9 e 20,4 cm é considerado na média. Acima disso, o desempenho é classificado como abaixo da média e acima de 28 cm, preocupante. Estudos populacionais apontam uma correlação entre a velocidade com que perde agilidade de reflexo e a propensão ao desenvolvimento de doenças. Quanto mais rápido o declínio, maior o risco. Essas descobertas reforçam a ideia de que o tempo de reação pode funcionar como um termômetro acessível da saúde geral. Não se trata de prever doenças específicas, mas de observar tendências que podem indicar a necessidade de atenção médica no envelhecimento. “A gente, naturalmente, vai diminuindo nossas funcionalidades e habilidades conforme envelhece, o que não significa que se tornará um diagnóstico de demência ou de outra enfermidade. Sabendo em quais circunstâncias estamos, podemos agir para mudar: desde quimicamente, com medicamentos, e também no estilo de vida, modificando hábitos”, comenta a endocrinologista Alessandra Rascovski, especialista em envelhecimento da clínica ATMA Soma, em São Paulo. 8 imagens Fechar modal. 1 de 8 Alzheimer é uma doença degenerativa causada pela morte de células cerebrais e que pode surgir décadas antes do aparecimento dos primeiros sintomas PM Images/ Getty Images 2 de 8 Por ser uma doença que tende a se agravar com o passar dos anos, o diagnóstico precoce é fundamental para retardar o avanço. Portanto, ao apresentar quaisquer sintomas da doença é fundamental consultar um especialista Andrew Brookes/ Getty Images 3 de 8 Apesar de os sintomas serem mais comuns em pessoas com idade superior a 70 anos, não é incomum se manifestarem em jovens por volta dos 30. Aliás, quando essa manifestação “prematura” acontece, a condição passa a ser denominada Alzheimer precoce Westend61/ Getty Images 4 de 8 Na fase inicial, uma pessoa com Alzheimer tende a ter alteração na memória e passa a esquecer de coisas simples, tais como: onde guardou as chaves, o que comeu no café da manhã, o nome de alguém ou até a estação do ano urbazon/ Getty Images 5 de 8 Desorientação, dificuldade para lembrar do endereço onde mora ou o caminho para casa, dificuldades para tomar simples decisões, como planejar o que vai fazer ou comer, por exemplo, também são sinais da manifestação da doença OsakaWayne Studios/ Getty Images 6 de 8 Além disso, perda da vontade de praticar tarefas rotineiras, mudança no comportamento (tornando a pessoa mais nervosa ou agressiva), e repetições são alguns dos sintomas mais comuns Kobus Louw/ Getty Images 7 de 8 Segundo pesquisa realizada pela fundação Alzheimer’s Drugs Discovery Foundation (ADDF), a presença de proteínas danificadas (Amilóide e Tau), doenças vasculares, neuroinflamação, falha de energia neural e genética (APOE) podem estar relacionadas com o surgimento da doença Rossella De Berti/ Getty Images 8 de 8 O tratamento do Alzheimer é feito com uso de medicamentos para diminuir os sintomas da doença, além de ser necessário realizar fisioterapia e estimulação cognitiva. A doença não tem cura e o cuidado deve ser feito até o fim da vida Towfiqu Barbhuiya / EyeEm/ Getty Images Cérebro alerta, corpo em atraso Os cientistas explicam que o tempo de resposta no teste da régua reflete dois processos distintos: o reconhecimento cerebral de que a régua caiu e a execução motora que se segue para agarrá-la. A falha, muitas vezes, ocorre na segunda etapa. Segundo os pesquisadores, a capacidade de perceber o estímulo permanece ativa por mais tempo. O cérebro reconhece a queda da régua em milissegundos, mas o corpo demora mais para obedecer ao comando, principalmente após a meia-idade. “Quanto mais ativos somos, melhor conseguimos retardar o surgimento da demência. O envolvimento em atividades que estimulem intelectual, física e socialmente pode ser uma estratégia eficaz para um envelhecimento mais saudável. Ler, aprender algo novo e socializar são práticas que enriquecem a vida da pessoa idosa, promovendo não apenas sua saúde mental, mas também sua qualidade de vida”, conclui a neurologista Thaís Bento, de São Paulo. Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e no Canal do Whatsapp e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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