Novo remédio protege barreira cerebral e pode ajudar no Alzheimer Ouvir 29 de maio de 2025 O Alzheimer continua sendo um dos maiores desafios da medicina moderna. Estima-se que quase 10 milhões de pessoas sejam diagnosticadas com algum tipo de demência todos os anos, e os tratamentos atuais possuem eficácia limitada. Agora, uma nova abordagem testada em camundongos traz esperança ao focar em outro alvo, que envolve a inflamação no cérebro e a proteção da barreira hematoencefálica. Desenvolvido por pesquisadores da Case Western Reserve University, nos Estados Unidos, o composto chamado SW033291 age bloqueando uma enzima do sistema imunológico conhecida como 15-PGDH. O que é o Alzheimer? O Alzheimer é uma doença que afeta o funcionamento do cérebro de forma progressiva, prejudicando a memória e outras funções cognitivas. Ainda não se sabe exatamente o que causa o problema, mas há indícios de que ele esteja ligado à genética. É o tipo mais comum de demência em pessoas idosas e, segundo o Ministério da Saúde, responde por mais da metade dos casos registrados no Brasil. O sinal mais comum no início é a perda de memória recente. Com o avanço da doença, surgem outros sintomas mais intensos, como dificuldade para lembrar de fatos antigos, confusão com horários e lugares, irritabilidade, mudanças na fala e na forma de se comunicar. A pesquisa, publicada na revista científica PNAS em 21 de maio, mostrou que, ao inibir a enzima, foi possível preservar a barreira hematoencefálica, evitar a degeneração do tecido cerebral e manter intactas as funções cognitivas dos animais mesmo após lesões traumáticas no cérebro. Proteção para o cérebro A barreira hematoencefálica é uma espécie de filtro que protege o cérebro contra substâncias potencialmente perigosas presentes no sangue, como toxinas, bactérias e vírus. Quando essa barreira se rompe, como pode acontecer após um traumatismo craniano ou durante o avanço de doenças neurodegenerativas, as células cerebrais ficam mais vulneráveis a danos. Os pesquisadores identificaram que a enzima 15-PGDH aparece em níveis elevados justamente em situações de envelhecimento, Alzheimer e lesões cerebrais, tanto em camundongos quanto em humanos. Essa enzima, produzida por células de defesa do corpo (as células mieloides), parece estar diretamente envolvida na deterioração da barreira. “Descobrir que o medicamento bloqueia a inflamação cerebral e protege a barreira hematoencefálica foi uma descoberta nova e empolgante”, afirmou o patologista Sanford Markowitz, um dos autores do estudo, em comunicado. 8 imagensFechar modal.1 de 8 Alzheimer é uma doença degenerativa causada pela morte de células cerebrais e que pode surgir décadas antes do aparecimento dos primeiros sintomas PM Images/ Getty Images2 de 8 Por ser uma doença que tende a se agravar com o passar dos anos, o diagnóstico precoce é fundamental para retardar o avanço. Portanto, ao apresentar quaisquer sintomas da doença é fundamental consultar um especialista Andrew Brookes/ Getty Images3 de 8 Apesar de os sintomas serem mais comuns em pessoas com idade superior a 70 anos, não é incomum se manifestarem em jovens por volta dos 30. Aliás, quando essa manifestação “prematura” acontece, a condição passa a ser denominada Alzheimer precoce Westend61/ Getty Images4 de 8 Na fase inicial, uma pessoa com Alzheimer tende a ter alteração na memória e passa a esquecer de coisas simples, tais como: onde guardou as chaves, o que comeu no café da manhã, o nome de alguém ou até a estação do ano urbazon/ Getty Images5 de 8 Desorientação, dificuldade para lembrar do endereço onde mora ou o caminho para casa, dificuldades para tomar simples decisões, como planejar o que vai fazer ou comer, por exemplo, também são sinais da manifestação da doença OsakaWayne Studios/ Getty Images6 de 8 Além disso, perda da vontade de praticar tarefas rotineiras, mudança no comportamento (tornando a pessoa mais nervosa ou agressiva), e repetições são alguns dos sintomas mais comuns Kobus Louw/ Getty Images7 de 8 Segundo pesquisa realizada pela fundação Alzheimer’s Drugs Discovery Foundation (ADDF), a presença de proteínas danificadas (Amilóide e Tau), doenças vasculares, neuroinflamação, falha de energia neural e genética (APOE) podem estar relacionadas com o surgimento da doença Rossella De Berti/ Getty Images8 de 8 O tratamento do Alzheimer é feito com uso de medicamentos para diminuir os sintomas da doença, além de ser necessário realizar fisioterapia e estimulação cognitiva. A doença não tem cura e o cuidado deve ser feito até o fim da vida Towfiqu Barbhuiya / EyeEm/ Getty Images Resultados promissores, mas ainda iniciais No experimento, camundongos que receberam o novo medicamento após sofrerem lesões cerebrais não apresentaram os danos típicos da neurodegeneração. “A cognição e a capacidade de memória foram completamente preservadas”, destacou o neurocientista Andrew Pieper, também coautor do estudo. Além disso, os níveis de proteína beta-amiloide — principal alvo de diversos tratamentos atuais — permaneceram os mesmos, indicando que a ação do novo fármaco se dá por um caminho completamente diferente. Leia também Saúde Mulher culpa TDAH por esquecimentos mas descobre Alzheimer aos 48 anos Metropoles Mais EUA aprova exame que pode facilitar diagnóstico de Alzheimer Saúde Alzheimer: SUS amplia tratamento para pacientes com quadro grave Saúde Passar muito tempo sentado aumenta risco de Alzheimer, mostra estudo A descoberta é importante porque medicamentos que atuam apenas na remoção de amiloide vêm mostrando resultados limitados na prática clínica. “A inibição da 15-PGDH oferece, portanto, uma abordagem completamente nova para o tratamento da doença de Alzheimer”, reforçou Markowitz. A equipe ainda alerta que, embora os resultados em animais sejam promissores, mais pesquisas são necessárias antes que o tratamento possa ser testado e aplicado em humanos. Ainda assim, o estudo abre caminho para terapias mais eficazes e com menos efeitos adversos. “Nossas descobertas estabelecem a 15-PGDH como uma guardiã da integridade da barreira hematoencefálica, e um alvo atraente para proteção contra doenças neurodegenerativas”, concluem os autores no artigo. Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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