Bactéria modificada transforma plástico em analgésico. Entenda Ouvir 24 de junho de 2025 Pesquisadores da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, deram um passo importante para reduzir dois grandes problemas ambientais: a poluição por plástico e a dependência de combustíveis fósseis na fabricação de medicamentos. Em estudo publicado nessa segunda-feira (23/6) na revista Nature Chemistry, a equipe mostrou que a bactéria Escherichia coli, após ser geneticamente modificada, conseguiu transformar resíduos plásticos do tipo PET (tereftalato de polietileno) em paracetamol, um dos analgésicos mais usados no mundo. Atualmente, o paracetamol é produzido principalmente a partir de combustíveis fósseis. Ao substituir esse insumo por resíduos plásticos, o processo desenvolvido pelos cientistas aponta para uma forma mais sustentável de produção de medicamentos. Como funciona a transformação? O método começa com a degradação química de garrafas PET, material comum em embalagens de bebidas e alimentos. As moléculas resultantes são então processadas por uma versão modificada da E. coli, que usa fosfato como catalisador para convertê-las em um composto orgânico contendo nitrogênio. Na etapa final, o composto é transformado no ingrediente ativo do paracetamol. Leia também Saúde E. coli: saiba sobre bactéria que infectou clientes do McDonald’s Saúde E.coli: entenda bactéria que infectou triatleta ao nadar no rio Sena Vida & Estilo Veja qual ingrediente causou surto de E.coli em McDonald’s dos EUA Saúde Pesquisa descobre ponto fraco de bactérias resistentes a antibióticos Uma das vantagens do processo é a rapidez. Tudo pode ser feito em até 24 horas dentro de um laboratório compacto, operando em temperatura ambiente, sem necessidade de aquecimento ou resfriamento intenso. A eficiência também impressiona, com taxa de conversão de 92%. O processo faz uso do chamado rearranjo de Lossen, uma reação química descoberta em 1872 e agora adaptada para funcionar dentro de células vivas, a tornando biocompatível. Potencial para outras aplicações Por enquanto, os testes foram realizados apenas com plásticos PET, mas os pesquisadores acreditam que o mesmo método possa ser aplicado a outros tipos de plásticos e microrganismos. Segundo eles,a tecnologia ainda precisa passar por novos estudos para provar sua viabilidade em escala industrial e comercial, mas os resultados iniciais são promissores. “O plástico PET não é apenas um resíduo ou um material destinado a se tornar mais plástico, ele pode ser transformado por microrganismos em novos produtos valiosos, incluindo aqueles com potencial para tratar doenças”, afirmou Stephen Wallace, biotecnólogo que liderou a pesquisa, em comunicado. O PET é um dos principais responsáveis pela poluição plástica no mundo, com mais de 350 milhões de toneladas de resíduos gerados por ano. A pesquisa oferece uma alternativa para o destino desse material, com potencial para reduzir o lixo e tornar a produção farmacêutica mais sustentável. Para os autores do estudo, a combinação entre processos naturais e a química sintética pode ser a chave para desenvolver soluções sustentáveis para diferentes setores da indústria. Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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