Genes podem explicar por que mulheres têm mais risco de Alzheimer Ouvir 16 de outubro de 2025 Um novo estudo publicado na revista Science Translational Medicine na última quarta-feira (15/10) revelou uma das razões pelas quais o cérebro das mulheres é mais suscetível a doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e esclerose múltipla. Os pesquisadores identificaram que o gene Kdm6a, localizado no cromossomo X, exerce um papel essencial na proteção do sistema nervoso central — e que sua ausência ou mau funcionamento pode deixar as células cerebrais mais vulneráveis à inflamação e à morte neuronal. Leia também Saúde Mesmo “destinado” ao Alzheimer, homem não desenvolve a doença. Entenda Saúde Cientistas revertem Alzheimer em camundongos usando nanopartículas Saúde Esclerose múltipla: 9 sinais de alerta da doença para prestar atenção Saúde Jovem descobre esclerose múltipla após confundir sintomas com estresse O gene Kdm6a é mais ativo em mulheres, que possuem dois cromossomos X, enquanto os homens têm apenas um. No entanto, paradoxalmente, essa vantagem genética pode se tornar um risco. Segundo os autores, quando o gene é desativado ou alterado, o efeito protetor desaparece, levando a um desequilíbrio na função das microglias, células responsáveis por defender o cérebro de infecções e inflamações. Essa falha de regulação pode contribuir para o surgimento e a progressão de doenças como Alzheimer e esclerose múltipla. O que é o Alzheimer? O Alzheimer é uma doença que afeta o funcionamento do cérebro de forma progressiva, prejudicando a memória e outras funções cognitivas. Ainda não se sabe exatamente o que causa o problema, mas há indícios de que ele esteja ligado à genética. É o tipo mais comum de demência em pessoas idosas e, segundo o Ministério da Saúde, responde por mais da metade dos casos registrados no Brasil. O sinal mais comum no início é a perda de memória recente. Com o avanço da doença, surgem outros sintomas mais intensos, como dificuldade para lembrar de fatos antigos, confusão com horários e lugares, irritabilidade, mudanças na fala e na forma de se comunicar. Nos experimentos com camundongos, a remoção do Kdm6a em células microgliais resultou em inflamações cerebrais mais intensas e danos neuronais semelhantes aos observados em pacientes humanos. As fêmeas apresentaram reações inflamatórias mais severas, confirmando que o efeito do gene está ligado ao sexo biológico e à regulação do cromossomo X. O estudo ajuda a explicar por que mulheres têm duas a três vezes mais chances de desenvolver esclerose múltipla e são mais afetadas por Alzheimer, especialmente após a menopausa. De acordo com os cientistas, compreender o papel do Kdm6a abre caminho para terapias personalizadas que considerem as diferenças biológicas entre homens e mulheres — um passo importante para a medicina de precisão aplicada às doenças neurológicas. 9 imagensFechar modal.1 de 9 Esclerose múltipla é uma doença autoimune, neurológica e crônica que gera alteração no sistema imune de quem a possui. A condição faz com que as células de defesa do corpo humano ataque o sistema nervoso central e, como consequência, provoque lesões musculares e cerebrais Getty Images2 de 9 Em outras palavras, a condição resulta em danos permanentes com a destruição dos nervos, o que leva a problemas de comunicação entre o cérebro e o resto do corpo. Os sinais iniciais da doença dependem de quais nervos foram afetados koto_feja/ Getty Images3 de 9 Fraqueza muscular, sensação de dormência ou formigamento em braços e pernas, cansaço extremo e lapsos de memória são comuns. Além desses, fala lentificada, pronúncia hesitante das palavras ou sílabas, visão embaçada ou dupla, tremores e dificuldade para engolir são alguns dos principais sintomas LaylaBird/ Getty Images4 de 9 Esses sintomas surgem ao longo da vida com a progressão da esclerose múltipla, sendo mais evidentes durante os períodos conhecidos como crise ou surtos da doença. Além disso, eles podem ser agravados quando há exposição ao calor ou febre Peter Dazeley/ Getty Images5 de 9 As causas da doença ainda são desconhecidas. No entanto, sabe-se que os sintomas estão relacionados com alterações imunológicas. Estudos apontam que ter entre 20 e 40 anos, ser mulher, ter casos da doença na família, ter baixos níveis de vitamina D e doença autoimune são alguns dos fatores associados à condição eyecrave productions/ Getty Images6 de 9 Por ter origem desconhecida até o momento, não existe cura para a esclerose múltipla. Contudo, há tratamentos que ajudam a atenuar os sintomas e desacelerar a progressão da doença Paul Biris/ Getty Images7 de 9 O tratamento da esclerose múltipla é feito com medicamentos indicados pelo médico que ajudam a evitar a progressão, diminuir o tempo e a intensidade das crises, além de controlar os sintomas Tanja Ivanova/ Getty Images8 de 9 A fisioterapia também é importante para controlar os sintomas, pois permite que os músculos sejam ativados, evitando a fraqueza nas pernas e a atrofia muscular. Ela é feita por meio de exercícios de alongamento e de fortalecimento muscular Alvis Upitis/ Getty Images9 de 9 Ao contrário do que possa imaginar, a esclerose múltipla não é uma doença tão rara assim. De acordo com a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM), a estimativa é de que 40 mil pessoas possuem a doença apenas no Brasil. No mundo inteiro, segundo o Ministério da Saúde, esse número sobe para 2,8 milhões FatCamera/ Getty Images Os autores ressaltam que ainda são necessários novos testes para avaliar como outros fatores, como hormônios sexuais e envelhecimento, interagem com o gene. Ainda assim, o trabalho representa um avanço importante para entender a desigualdade de gênero na saúde cerebral e pode, no futuro, orientar o desenvolvimento de medicamentos específicos para proteger o cérebro feminino. Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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