Menopausa e memória: entenda por que a fase altera funções cerebrais Ouvir 24 de outubro de 2025 A menopausa é marcada por várias mudanças no organismo feminino, especialmente na produção de estrogênio e progesterona. Além de regular o ciclo menstrual, os hormônios também desempenham papel importante no cérebro, contribuindo para a manutenção da memória, da atenção e do equilíbrio emocional. Por isso, quando os níveis diminuem, é comum que mulheres percebam falhas de memória, confusão em tarefas cotidianas e dificuldade para se concentrar. Essas alterações cognitivas, muitas vezes chamadas de “névoa cerebral”, podem gerar preocupação, mas na maioria dos casos representam uma fase natural de adaptação do corpo à nova realidade hormonal. Leia também Vida & Estilo Risco cardíaco cresce com a menopausa e exige atenção, segundo médica Vida & Estilo 10 mitos e verdades que talvez você não saiba sobre a menopausa Pouca vergonha Dia da Menopausa: médicas explicam como fase afeta a vida sexual Saúde O impacto psicológico da menopausa: o que as mulheres realmente sentem Por que a menopausa altera a memória A queda de estrogênio e progesterona durante a menopausa não afeta apenas o ciclo menstrual. Esses hormônios também participam de processos fundamentais no cérebro: ajudam na comunicação entre os neurônios, protegem as células cerebrais e regulam substâncias que influenciam o sono, o humor e a atenção. “A menopausa muda a forma como o cérebro processa informações, tornando mais comum esquecer detalhes do dia a dia ou se sentir com a atenção dispersa”, explica a médica Polyana Mattedi, coordenadora de ginecologia e obstetrícia do Hospital Mater Dei em Goiânia. Com a redução dos hormônios, o cérebro pode ter mais dificuldade para consolidar informações, o que se traduz em lapsos de memória e dificuldade de concentração. Por isso, a alteração hormonal nessas áreas explica a chamada “névoa cerebral” — sensação de confusão mental e lentidão cognitiva relatada por muitas mulheres durante a transição para a menopausa. Além disso, algumas regiões são especialmente sensíveis a essas variações, como o hipocampo, responsável pela formação de novas memórias; o córtex pré-frontal, que coordena raciocínio e tomada de decisões; e estruturas como a amígdala e o hipotálamo, que regulam emoções e funções corporais como temperatura e apetite. Fases e intensidade dos sintomas da menopausa Os efeitos da menopausa sobre a cognição costumam ser mais intensos durante a perimenopausa, período de transição que antecede o fim definitivo do ciclo menstrual. A irregularidade hormonal nessa fase pode alterar o funcionamento cerebral de forma mais acentuada. Com o tempo, o corpo se ajusta, e os sintomas tendem a diminuir. 7 imagensFechar modal.1 de 7 A menopausa é caracterizada pelo desequilíbrio hormonal no organismo das mulheres Getty Images2 de 7 Média de idade da mulher entrar na menopausa no Brasil é 48 anos; somente metade delas faz tratamento BSIP/UIG/Getty Images3 de 7 O fogacho é um dos principais sintomas da menopausa Getty Images4 de 7 As doenças cardiovasculares, mais comuns após a menopausa, são a principal causa de morte em mulheres Saúde em Dia/ Reprodução 5 de 7 O fogacho é um dos principais sintomas da menopausa Getty Images6 de 7 As ondas de calor da menopausa precoce podem ocorrer, inclusive, durante o sono Getty Images7 de 7 A menopausa traz diversos impactos na vida da mulher Getty Images Sono, estresse e estilo de vida na menopausa A memória depende de um sono reparador. Distúrbios do sono, estresse elevado, ansiedade e depressão reduzem a capacidade de concentração e favorecem esquecimentos. Além disso, fatores metabólicos, como obesidade, diabetes, hipertensão e colesterol alto, podem prejudicar a circulação cerebral e aumentar inflamações que afetam o cérebro. Manter hábitos saudáveis é fundamental para preservar a cognição. Menopausa e doenças neurodegenerativas Embora a maioria das mulheres experimente apenas esquecimentos leves, há evidências de que a menopausa pode favorecer alterações cerebrais que aumentam o risco de doenças neurodegenerativas. A diminuição do estrogênio reduz a proteção neuronal e, em combinação com outros fatores de risco, pode acelerar o declínio cognitivo em longo prazo. “Existem evidências científicas de que a menopausa pode contribuir para o surgimento de doenças como o Alzheimer, o que ajuda a explicar por que os casos são mais comuns em mulheres”, observa Thiago Taya, neurologista e neuroimunologista do Hospital Brasília Águas Claras, da Rede Américas. Ainda segundo o especialista, a queda acentuada do estrogênio após a menopausa retira do cérebro um importante efeito protetor. Essa mudança pode facilitar a perda de neurônios e aumentar a deposição de proteínas associadas ao Alzheimer, especialmente em pessoas com predisposição genética. Quando buscar avaliação médica Esquecimentos comuns, como onde deixou objetos ou confundir pequenos detalhes, geralmente são passageiros e não indicam doenças graves. No entanto, lapsos frequentes e mais significativos, como desorientação em locais conhecidos, dificuldade para se expressar ou repetição constante de perguntas, exigem investigação médica. Avaliações precoces ajudam a descartar condições neurológicas mais sérias e a adotar estratégias de prevenção. Estratégias para preservar a memória Além do acompanhamento médico, mudanças de estilo de vida podem proteger a cognição. Atividade física regular, alimentação equilibrada, estímulos mentais e sociais, e controle de fatores de risco cardiovascular contribuem para a saúde cerebral. A reposição hormonal, quando indicada, melhora o bem-estar, sono e humor. Um acompanhamento multidisciplinar também potencializa esses benefícios. Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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