Metade dos pacientes apresenta algum sintoma antes da morte súbita Ouvir 14 de novembro de 2023 Metade dos pacientes que sofrem uma parada cardíaca fora do hospital – um evento que também é conhecido como morte súbita – apresentam pelo menos um sintoma nas horas ou dias anteriores, mostra um novo estudo americano publicado no The Lancet, feito pelo Cedars-Sinai Health System, em Los Angeles. O objetivo dos autores era ajudar a identificar sinais precoces, já que a morte súbita tem uma altíssima taxa de mortalidade, chegando a 90% quando ocorre fora de uma unidade de saúde. Embora o infarto seja a causa mais associada a uma parada cardíaca, outras condições como doenças congênitas do coração e arritmias também podem estar por trás do problema. Já os casos relacionados a traumas e uso de drogas foram excluídos da pesquisa. Os autores fizeram um estudo observacional avaliando dois conjuntos de pacientes que acionaram serviços de emergência relatando sintomas similares e que tinham testemunhas do evento capazes de relatar como eles se sentiam no momento do evento ou horas antes. Leia também Distrito Federal Em 2023, mortes por mal súbito no DF aumentaram mais de 178% Saúde O que é mal súbito, causa da morte da fotógrafa Ingryd Alves aos 28 Futebol Jogadora da Ferroviária de 14 anos tem mal súbito em treino e morre Televisão Jornalista da Globo morre aos 42 anos após sofrer mal súbito Um deles, com cerca de 400 indivíduos, de fato tinha sofrido uma parada cardíaca. Eles foram comparados a um grupo controle com mais de 1.100 pessoas que apresentaram outros problemas de saúde. Assim, conseguiram delinear quais seriam os sintomas mais associados a problemas no coração. Entre os cardíacos, metade apresentou um sintoma horas antes ou no dia anterior. Os mais comuns foram dor no peito e falta de ar, que apareceram em mais de 30% dos casos, além de transpiração intensa e uma espécie de convulsão, caracterizada por alterações nos movimentos e na visão. Diferenças entre homens e mulheres Os homens tiveram mais dor no peito, falta de ar e transpiração excessiva, enquanto as mulheres sentiram mais falta de ar. Tontura, problemas abdominais, fraqueza e náusea foram menos comuns do que no outro grupo de pacientes. De acordo com a pesquisa, o sintoma mais comum de infarto em mulheres foi a falta de ar Embora os autores reconheçam as limitações da metodologia – incluindo imprecisões nos relatos dos sintomas e o fato de comparar dois grupos não necessariamente com as mesmas características – os dados reforçam os indícios mais comuns que merecem atenção redobrada. Um estudo anterior já havia demonstrado que apenas uma minoria (cerca de 19%) procura ajuda médica antes de um colapso, nos primeiros sinais de que há algo errado. “Estudos mostram que homens e mulheres podem apresentar sintomas diferentes antes de uma parada cardíaca por infarto”, diz a cardiologista Patrícia Guimarães, do Hospital Israelita Albert Einstein. “Questões anatômicas, biológicas, além das diferenças hormonais contribuem para alterações nos vasos do coração”, explica. Por isso, elas costumam sentir mais os chamados sintomas atípicos como, falta de ar, fraqueza, náuseas, dor nas costas e até no pescoço e mandíbula – e não necessariamente a dor clássica no meio do peito. Mas a cardiologista explica que todo sintoma novo ou diferente, ou ainda, que chame a atenção, merece uma investigação. Vale lembrar que a melhor forma de evitar um ataque cardíaco é a prevenção precoce, com um acompanhamento feito por especialista. “Cada indivíduo é diferente e tem sintomas diferentes, por isso cada um deve ter uma estratégia para prevenir e detectar precocemente problemas cardíacos”, frisa a médica. “É importante a individualização do tratamento, levando em conta a história de vida, os antecedentes familiares, hábitos e a presença de outros fatores de risco, como hipertensão e colesterol alto. O médico vai traçar uma estratégia para cada um, incluindo exercícios, dieta e medicamentos, se for preciso.” Diante de um paciente com suspeita de parada cardíaca, a primeira coisa a ser feita é chamar o socorro – seja bombeiros ou Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). “Nosso ímpeto é querer ajudar, mas o atendimento sozinho não adianta. O socorro envolve um trabalho em equipe e chamar ajuda é o que faz o atendimento mais preparado chegar a tempo. Isso é o que salva vidas”, ressalta a cardiologista. (Fonte: Agência Einstein) Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
Anda esquecido? Médicos revelam os primeiros sinais de Alzheimer 24 de fevereiro de 2025 De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 55 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com algum tipo de demência – a mais comum é o Alzheimer, que atinge 70% dos indivíduos nessa situação. Só no Brasil, há 1,2 milhões de pessoas com a doença,… Read More
Quatro de cada 10 brasileiras não usam contraceptivo, diz levantamento 29 de setembro de 2023 Embora nove em cada dez brasileiras estejam conscientes sobre cuidados a tomar com a saúde sexual e reprodutiva, pouco mais da metade faz uso contínuo de contraceptivos. A descoberta faz parte de pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos, sob encomenda da farmacêutica Organon Brasil. O levantamento coletou informações de 600 entrevistadas… Read More
Médico revela 4 atitudes obrigatórias para manter os joelhos fortes 12 de maio de 2024 Muitas pessoas dizem que com uma certa idade já não é possível manter rotina de exercícios físicos devido ao desgaste do joelho. O ortopedista Marcos Cortelazo, que atende em São Paulo, explica que, na verdade, é necessário adaptar o esforço, mas os exercícios físicos não podem ser abandonados. Cortelazo dá… Read More