Apneia do sono dobra o risco de demência em mulheres, diz estudo Ouvir 3 de março de 2025 A apneia obstrutiva do sono está associada a um maior risco de desenvolver demência, especialmente em mulheres mais velhas, mostra um estudo recente da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, publicado no periódico SLEEP Advances. O objetivo dos autores era avaliar associações específicas, em homens e mulheres, entre apneia obstrutiva do sono — condição caracterizada por paradas respiratórias ao dormir — e o risco de perda cognitiva. Para isso, avaliaram dados de 18.500 adultos com mais de 50 anos de idade, que participavam do The Health and Retirement Study (HRS), entre 2010 e 2020. Nenhum deles tinha demência no início do estudo, e a presença ou suspeita de apneia foi feita por diagnóstico autorrelatado ou por triagem a partir de um questionário específico. Ao final do acompanhamento, a presença de apneia aumentou o risco de perda cognitiva em todos os portadores. No entanto, apesar de a condição ser mais frequente entre os homens, as mulheres com o distúrbio se mostraram duas vezes mais propensas a ter declínio mental. “O estudo reforça o papel causal da apneia do sono no desenvolvimento da demência, algo que já foi comprovado tanto em medidas objetivas de desempenho cognitivo quanto em biomarcadores relacionados à doença de Alzheimer”, analisa a neurologista e especialista em sono Maira Honorato, do Hospital Israelita Albert Einstein. Sabe-se que a privação do sono — característica marcante da apneia — está associada ao declínio cognitivo e aumento do risco de progressão do Alzheimer, bem como ao acúmulo de biomarcadores associados à doença (as proteínas TAU e beta-amiloide), mesmo em indivíduos sem queixas cognitivas. Leia também Saúde Remédio para perda de peso reduz apneia do sono em 52% dos pacientes Saúde Mulheres em reposição hormonal têm maior risco de demência, diz estudo Saúde Mulher achava que marido tinha amante, mas era início de demência Saúde Estudos explicam por que o Alzheimer é mais frequente em mulheres Isso ocorre porque a apneia gera um estado de inflamação crônica que pode contribuir para o comprometimento da função de células que protegem o cérebro e da eliminação da beta-amiloide, além de aumentar citocinas pró-inflamatórias ligadas à redução do volume cerebral. As mulheres têm maior probabilidade de sofrer as consequências da apneia associadas ao risco de demência, como pior qualidade de vida e de sono, fadiga, ansiedade e depressão. “O estudo ilumina o impacto de um fator de risco para demência potencialmente modificável, mas frequentemente negligenciado”, comenta Honorato. Daí a importância de diagnosticar e tratar o transtorno desde cedo, já que os efeitos podem se manifestar anos depois, quando não é mais possível mitigar os prejuízos. Sintomas da apneia A apneia apresenta sintomas noturnos (o mais comum é o ronco associado à fragmentação do sono, caracterizada por diversos despertares) e diurnos, como sonolência, cansaço e fadiga. O diagnóstico é realizado por meio de um exame chamado polissonografia, que monitora diversos parâmetros enquanto a pessoa dorme. O tratamento depende da gravidade e pode ser feito de algumas maneiras. Uma delas é o uso do CPAP, equipamento que faz uma pressão positiva contínua nas vias aéreas, evitando as pausas na respiração. Também é possível recorrer a um aparelho intraoral para posicionar a mandíbula ou mesmo a cirurgias. Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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