O coração é o órgão que bombeia sangue para o corpo todo e por isso seu bom funcionamento está ligado à saúde do organismo em geral. Uma pesquisa publicada em março na revista científica JAMA Geriatrics, por exemplo, indicou que ter uma boa saúde cardiovascular reduz o risco de idosos apresentarem degeneração cerebral e demência.
A análise feita por cardiologistas das Universidades de Rush e da Califórnia, ambas nos Estados Unidos, indicou que a cada ano envelhecido por uma pessoa com boa saúde do coração, o risco de ter declínio cognitivo era 1,7% menor quando comparado com indivíduos com índices de funcionamento cardíaco ruins.
Por isso, a cardiologista Anisa Dhana, que liderou o estudo, destacou como manter a rotina de acordo com os sete melhores hábitos de saúde indicados pela Associação Americana do Coração (AHA).
“A lista é uma ferramenta bem estabelecida para promover a saúde cardiovascular, que tem sido fortemente associada a menores riscos de doenças cardiovasculares e derrames”, afirmou ela em comunicado à imprensa.
Oito hábitos para manter uma vida saudável segundo cardiologistas
- Coma melhor: tente integrar o máximo de frutas e vegetais, proteínas magras, nozes e sementes à dieta, evitando produtos industrializados, excesso de açúcar e de sal.
- Seja fisicamente ativo: pratique ao menos 150 minutos de atividade física moderada por semana. Para quem não tem o hábito de realizar exercícios físicos, a AHA recomenda as caminhadas.
- Não fume: não experimente cigarro e se já o tiver feito, procure ajuda para deixá-lo. Cigarros eletrônicos e vapes também são desaconselhados.
- Tenha bons hábitos de sono: durma de 7 a 9 horas de sono todas as noites. “A quantidade e a qualidade do sono podem influenciar seus hábitos alimentares, humor, memória, órgãos internos e muito mais”, defende a associação americana de cardiologistas.
- Controle o peso: busque manter um índice de massa corporal (IMC) entre 18,5 e 25, o que é considerado um peso saudábel. Para calcular o IMC, divida o peso pelo quadrado da altura.
- Fique de olho no colesterol: faça exames de sangue periódicos para monitorar o seu colesterol ruim (não HDL), que acaba se acumulando nas artérias e comprometendo a saúde circulatória.
- Mantenha a pressão arterial saudável: mantenha a pressão em, no máximo, 11 por 8, de acordo com as recomendações mais recentes. Se a pressão variar com frequência, é bom consultar um cardiologista.
- Controle os índices de açúcar no sangue: “A diabetes é um fator de risco para doenças cardíacas e derrames. Em muitos casos, medicamentos são necessários além de mudanças no estilo de vida para controlar os níveis de glicose no sangue, pressão alta e colesterol”, diz a AHA.
Os pilares da vida saudável
A AHA criou, em 2010, o Life’s Simple 7, um guia com sete fatores modificáveis na rotina para reduzir riscos cardíacos e promover a saúde do corpo todo. “Para um cardiologista, não basta tratar apenas o coração, precisamos olhar para o indivíduo como um todo, por isso temos estes sete pilares essenciais para uma boa saúde”, afirma a cardiologista Fernanda Weiler, de Brasília.
A lista inclui: não fumar, manter uma alimentação equilibrada, fazer atividade física regular, perder peso (se necessário), manter a pressão cardíaca, o colesterol e os níveis de açúcar no sangue controlados.
Indo além do básico
Além disso, Fernanda faz adições: “É importante também, especialmente pensando na relação da saúde mental, fazer um bom gerenciamento do estresse, manter uma rotina de sono de qualidade, evitar o uso de outras substâncias tóxicas para além do cigarro e cultivar boas relações interpessoais”.
A AHA segue atualizando a lista e, em 2022, foi adicionado um oitavo item ao guia: o sono. Assim, a lista ficou conhecida como Essential 8. A adição foi feita após evidências científicas mostrarem que dormir de 7 a 9 horas por noite ajuda a regular o metabolismo e reduz inflamações que podem cobrar seu preço a longo prazo. “Pequenas mudanças, somadas, podem transformar a saúde a longo prazo”, afirma a AHA.
“Manter hábitos saudáveis reduz a exposição a fatores de risco e contribui diretamente para a melhoria da qualidade de vida”, conclui Leonardo Severino, cardiologista do Sabin Diagnóstico e Saúde, de Brasília.
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