Cientistas identificam molécula que protege cérebro e reverte demência Ouvir 30 de maio de 2025 Uma pesquisa brasileira identificou uma molécula capaz de reverter o declínio cognitivo e bloquear o envelhecimento do cérebro em camundongos. A descoberta envolve a hevina (ou SPARCL-1), uma proteína produzida naturalmente por células do sistema nervoso, e foi feita por cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade de São Paulo (USP). Os resultados foram publicados na revista científica Aging Cell em fevereiro. O que é o Alzheimer? O Alzheimer é uma doença que afeta o funcionamento do cérebro de forma progressiva, prejudicando a memória e outras funções cognitivas. Ainda não se sabe exatamente o que causa o problema, mas há indícios de que ele esteja ligado à genética. É o tipo mais comum de demência em pessoas idosas e, segundo o Ministério da Saúde, responde por mais da metade dos casos registrados no Brasil. O sinal mais comum no início é a perda de memória recente. Com o avanço da doença, surgem outros sintomas mais intensos, como dificuldade para lembrar de fatos antigos, confusão com horários e lugares, irritabilidade, mudanças na fala e na forma de se comunicar. A hevina é liberada por astrócitos, células de suporte que ajudam a manter as conexões entre os neurônios. No estudo, os pesquisadores aumentaram artificialmente a produção da molécula no cérebro de camundongos saudáveis e em outros que apresentavam sinais de Alzheimer. Ao longo de seis meses, os animais tratados demonstraram melhora na memória, no aprendizado e na comunicação entre neurônios, em comparação com os camundongos que não receberam a substância. “Descobrimos que a superprodução de hevina é capaz de reverter déficits cognitivos em animais idosos, melhorando a qualidade das sinapses”, afirmou a neurobióloga Flávia Alcantara Gomes, da UFRJ, em comunicado. Leia também Saúde Novo remédio protege barreira cerebral e pode ajudar no Alzheimer Saúde Mulher culpa TDAH por esquecimentos mas descobre Alzheimer aos 48 anos Metropoles Mais EUA aprova exame que pode facilitar diagnóstico de Alzheimer Saúde Passar muito tempo sentado aumenta risco de Alzheimer, mostra estudo Melhoria sem interferir nas placas do Alzheimer Uma das características da doença de Alzheimer é o acúmulo de placas beta-amiloides no cérebro. A hevina não atuou diretamente sobre as placas, e ainda assim foi capaz de restaurar funções cognitivas. Isso reforça uma linha de pesquisa que questiona o papel central dessas placas como causa do Alzheimer. “Os resultados apoiam a hipótese de que as placas beta-amiloides, embora façam parte da doença, não são suficientes para causá-la”, explica o biomédico Felipe Cabral-Miranda, da UFRJ. Ao analisar cérebros de pacientes com Alzheimer por meio de bancos de dados públicos, os pesquisadores também notaram que os níveis de hevina estavam abaixo do normal nessas pessoas, o que sugere que a perda da proteína pode estar envolvida no processo de deterioração cognitiva. 8 imagensFechar modal.1 de 8 Alzheimer é uma doença degenerativa causada pela morte de células cerebrais e que pode surgir décadas antes do aparecimento dos primeiros sintomas PM Images/ Getty Images2 de 8 Por ser uma doença que tende a se agravar com o passar dos anos, o diagnóstico precoce é fundamental para retardar o avanço. Portanto, ao apresentar quaisquer sintomas da doença é fundamental consultar um especialista Andrew Brookes/ Getty Images3 de 8 Apesar de os sintomas serem mais comuns em pessoas com idade superior a 70 anos, não é incomum se manifestarem em jovens por volta dos 30. Aliás, quando essa manifestação “prematura” acontece, a condição passa a ser denominada Alzheimer precoce Westend61/ Getty Images4 de 8 Na fase inicial, uma pessoa com Alzheimer tende a ter alteração na memória e passa a esquecer de coisas simples, tais como: onde guardou as chaves, o que comeu no café da manhã, o nome de alguém ou até a estação do ano urbazon/ Getty Images5 de 8 Desorientação, dificuldade para lembrar do endereço onde mora ou o caminho para casa, dificuldades para tomar simples decisões, como planejar o que vai fazer ou comer, por exemplo, também são sinais da manifestação da doença OsakaWayne Studios/ Getty Images6 de 8 Além disso, perda da vontade de praticar tarefas rotineiras, mudança no comportamento (tornando a pessoa mais nervosa ou agressiva), e repetições são alguns dos sintomas mais comuns Kobus Louw/ Getty Images7 de 8 Segundo pesquisa realizada pela fundação Alzheimer’s Drugs Discovery Foundation (ADDF), a presença de proteínas danificadas (Amilóide e Tau), doenças vasculares, neuroinflamação, falha de energia neural e genética (APOE) podem estar relacionadas com o surgimento da doença Rossella De Berti/ Getty Images8 de 8 O tratamento do Alzheimer é feito com uso de medicamentos para diminuir os sintomas da doença, além de ser necessário realizar fisioterapia e estimulação cognitiva. A doença não tem cura e o cuidado deve ser feito até o fim da vida Towfiqu Barbhuiya / EyeEm/ Getty Images Foco nos astrócitos Geralmente, os tratamentos e estudos sobre Alzheimer têm foco nos neurônios, mas o estudo propõe um novo caminho ao investigar o papel dos astrócitos e outras células de suporte. A partir da ação da hevina, os cientistas perceberam que essas células também podem representar alvos promissores para novas estratégias terapêuticas. “Desviamos o foco dos neurônios e esclarecemos o papel dos astrócitos. Isso pode abrir espaço para novas formas de tratamento”, diz Flávia. Apesar dos resultados, os autores reforçam que a pesquisa ainda está em estágio inicial. Os testes foram feitos apenas em animais, e transformar a hevina ou seus efeitos em medicamentos para humanos levará tempo. Mas o trabalho já fornece uma base importante para futuros estudos e amplia o entendimento sobre os mecanismos da demência e do envelhecimento cerebral. 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