Cientistas revertem Alzheimer em camundongos usando nanopartículas Ouvir 7 de outubro de 2025 Pesquisadores da Espanha, China e Reino Unido desenvolveram uma terapia inovadora que conseguiu reverter sinais do Alzheimer em camundongos. A técnica, divulgada nesta terça-feira (7/10) na revista Signal Transduction and Targeted Therapy, usa nanopartículas que funcionam como medicamentos por si só, ao invés de transportadores de fármacos. O invés de atacar diretamente os neurônios, o tratamento foca na barreira hematoencefálica, a interface que regula o ambiente cerebral e protege o órgão de toxinas e patógenos. Ao restaurar essa barreira, os cientistas conseguiram reativar o sistema natural do cérebro para eliminar proteínas nocivas, como a beta-amiloide, que se acumulam no Alzheimer. O que é o Alzheimer? O Alzheimer é uma doença que afeta o funcionamento do cérebro de forma progressiva, prejudicando a memória e outras funções cognitivas. Ainda não se sabe exatamente o que causa o problema, mas há indícios de que ele esteja ligado à genética. É o tipo mais comum de demência em pessoas idosas e, segundo o Ministério da Saúde, responde por mais da metade dos casos registrados no Brasil. O sinal mais comum no início é a perda de memória recente. Com o avanço da doença surgem outros sintomas mais intensos, como dificuldade para lembrar de fatos antigos, confusão com horários e lugares, irritabilidade, mudanças na fala e na forma de se comunicar. Como as nanopartículas funcionam Os camundongos utilizados no estudo foram geneticamente programados para produzir excesso de proteína beta-amiloide e apresentar declínio cognitivo, simulando a progressão da doença em humanos. Após apenas três doses do tratamento, os pesquisadores observaram uma redução de 50 a 60% da proteína no cérebro em uma hora. Os efeitos terapêuticos se mantiveram por meses. Em um caso, um camundongo de 12 meses, equivalente a um humano de 60 anos, recebeu as nanopartículas e seis meses depois demonstrava comportamento semelhante ao de animais saudáveis, como se tivesse revertido a progressão da doença. Leia também Saúde Alzheimer: o que há de mais novo na medicina para combater a doença? Saúde Cientistas identificam área do cérebro que se degrada com Alzheimer Saúde Pesquisa liga acúmulo de gordura no cérebro ao avanço do Alzheimer Saúde Novo tratamento para Alzheimer chega ao Brasil. Saiba como funciona De acordo com o pesquisador Giuseppe Battaglia, do Instituto de Bioengenharia da Catalunha, a restauração da vasculatura cerebral cria um efeito em cascata que permite eliminar a beta-amiloide e outras moléculas prejudiciais, reequilibrando todo o sistema. 8 imagensFechar modal.1 de 8 Alzheimer é uma doença degenerativa causada pela morte de células cerebrais e que pode surgir décadas antes do aparecimento dos primeiros sintomas PM Images/ Getty Images2 de 8 Por ser uma doença que tende a se agravar com o passar dos anos, o diagnóstico precoce é fundamental para retardar o avanço. Portanto, ao apresentar quaisquer sintomas da doença é fundamental consultar um especialista Andrew Brookes/ Getty Images3 de 8 Apesar de os sintomas serem mais comuns em pessoas com idade superior a 70 anos, não é incomum se manifestarem em jovens por volta dos 30. Aliás, quando essa manifestação “prematura” acontece, a condição passa a ser denominada Alzheimer precoce Westend61/ Getty Images4 de 8 Na fase inicial, uma pessoa com Alzheimer tende a ter alteração na memória e passa a esquecer de coisas simples, tais como: onde guardou as chaves, o que comeu no café da manhã, o nome de alguém ou até a estação do ano urbazon/ Getty Images5 de 8 Desorientação, dificuldade para lembrar do endereço onde mora ou o caminho para casa, dificuldades para tomar simples decisões, como planejar o que vai fazer ou comer, por exemplo, também são sinais da manifestação da doença OsakaWayne Studios/ Getty Images6 de 8 Além disso, perda da vontade de praticar tarefas rotineiras, mudança no comportamento (tornando a pessoa mais nervosa ou agressiva), e repetições são alguns dos sintomas mais comuns Kobus Louw/ Getty Images7 de 8 Segundo pesquisa realizada pela fundação Alzheimer’s Drugs Discovery Foundation (ADDF), a presença de proteínas danificadas (Amilóide e Tau), doenças vasculares, neuroinflamação, falha de energia neural e genética (APOE) podem estar relacionadas com o surgimento da doença Rossella De Berti/ Getty Images8 de 8 O tratamento do Alzheimer é feito com uso de medicamentos para diminuir os sintomas da doença, além de ser necessário realizar fisioterapia e estimulação cognitiva. A doença não tem cura e o cuidado deve ser feito até o fim da vida Towfiqu Barbhuiya / EyeEm/ Getty Images Perspectivas para novas terapias Segundo os autores do estudo, o segredo da técnica está na proteína LRP1, que normalmente transporta a beta-amiloide do cérebro para o sangue. No Alzheimer, esse sistema falha, permitindo que a proteína tóxica se acumule. As nanopartículas atuam como um interruptor molecular, imitando ligantes do LRP1 e reiniciando o transporte de resíduos, restaurando a função natural da barreira cerebral. “Nosso estudo demonstrou eficácia notável na obtenção de rápida depuração de Aβ, restaurando a função saudável na barreira hematoencefálica e levando a uma reversão impressionante da patologia da doença”, conclui Lorena Ruiz Perez, pesquisadora do grupo de Biônica Molecular do Instituto de Bioengenharia da Catalunha (IBEC) e professora assistente Serra Hunter na Universidade de Barcelona (UB), em comunicado. O estudo é preliminar e ainda precisa de mais testes para comprovar a eficácia e segurança da técnica antes de, um dia, ser replicado em humanos. Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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