Com mais de 1 milhão de casos de dengue registrados apenas neste ano e sob a ameaça de o Brasil viver uma das piores epidemias da doença de sua história, o Ministério da Saúde, com a participação de estados e municípios, realiza uma mobilização apelidada de “Dia D” para combater focos da doença.
A iniciativa busca orientar a população brasileira sobre as ações de prevenção e a eliminação dos focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Segundo a pasta, 75% dos criadouros estão dentro das casas, em locais como vasos de plantas, caixas d’água, calhas, pneus ou garrafas.
Engajamento
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, participa da ação no município de Serra, no Espírito Santo. Ela visitou centros de saúde e residências para mostrar como deve ser feita a prevenção de focos de ploriferação do mosquito. “Devemos nos unir, sabemos do que deve ser feito. Devemos conferir vasos de planta, acúmulos de lixo, caixas d’água. Este é um combate, mas nossa forma de lutar nessa guerra é com o cuidado, com o amor”, afirmou.
Durante o evento, ela também destacou a importância de que os pais estejam atentos ao calendário de vacinação das crianças de 10 a 14 anos, já que elas podem, a depender da oferta de seus municípios, receber gratuitamente a vacina Qdenga, que combate infecções graves do vírus, pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“Não podemos deixar de nos vacinar para a dengue. A estratégia é progressiva para as idades, mas que já está habilitado a ir tomar as suas doses deve fazê-lo o mais rápido possível”, destacou a ministra em coletiva de imprensa.
Ainda neste sábado (2/3), Nísia viaja para Salvador (BA) onde também participará de eventos de combate ao Aedes.
Epidemia
O aumento no número de casos nos dois primeiros meses do ano não era esperado, considerando as tendências históricas, que indicam o pico de disseminação da doença entre março e abril.
Os motivos para a antecipação estão relacionados às alterações climáticas, em especial na época de chuvas, e a mudança nos sorotipos circulantes da dengue.
Neste sábado (2/3), o painel de monitoramento do Ministério da Saúde indicava 1.038.475 casos de dengue no país, 258 mortes confirmadas e outros 651 falecimentos em apuração. O Distrito Federal é a unidade da federação com maior incidência da doença, com 3.647,7 casos para cada grupo de 100 mil habitantes.

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Dengue, zika e chikungunya são doenças cujos nomes são conhecidos no Brasil. Os três vírus transmitidos pelo mesmo mosquito, o Aedes aegypti, têm maior incidência no país em períodos de chuva e calor, e apresentam sintomas parecidos, apesar de pequenas sutilezas os diferenciarem
Joao Paulo Burini

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Febre, dor no corpo e manchas vermelhas são sintomas comuns da dengue e das outras as doenças. Apesar disso, a forma distinta como evoluem, a duração dos sintomas e o grau de complicação são algumas das diferenças entre elas
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Estar atento aos sinais e saber identificar as distinções é importante para um diagnóstico e tratamento precisos, pois, apesar do que se pensa, essas doenças são perigosas e podem matar
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Na dengue, os sinais e sintomas duram entre dois e sete dias. As complicações mais frequentes, além das já mencionadas, são dor abdominal, desidratação grave, problemas no fígado e neurológicos, além de dengue hemorrágica
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Além disso, dores atrás dos olhos e sangramentos nas mucosas, como a boca e o nariz, também podem acontecer em pacientes que contraem a dengue
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Os sintomas da zika são iguais aos da dengue, só que a infecção não costuma ser tão severa e passa mais rápido. Há, no entanto, um complicador caso a pessoa infectada esteja grávida
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Nestas situações, a doença pode prejudicar o bebê em formação causando microcefalia, alterações neurológicas e/ou síndrome de Guillain-Barré, no qual o sistema nervoso passa a atacar as células nervosas do próprio organismo
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Já os sintomas da chikungunya duram até 15 dias e, segundo especialistas, provoca mais dores no corpo, entre as três doenças
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Assim como a infecção pela zika, a chikungunya pode resultar em alterações neurológicas e síndrome de Guillain-Barré
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Apesar de não existirem tratamentos para as doenças, há medicamentos que podem aliviar os sintomas, bem como a indicação de repouso total. Além disso, aspirinas não devem ser utilizadas, pois podem piorar o quadro do paciente
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Caso haja suspeita de infecção por qualquer um dos vírus, é importante ir ao hospital para identificar do que se trata e, assim, iniciar o tratamento adequado o mais rápido possível
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O Aedes aegypti é um mosquito que se aproveita de lixo espalhado e locais mal cuidados e é favorecido pelo calor e pela chuva. Por isso, impedir a presença de água parada em sua casa, rua e empresa é o suficiente para travar a proliferação do inseto
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Cuidados necessários
O mote da campanha é “10 minutos contra a dengue” e, se baseia na ideia de que esse tempo é suficiente para tomar medidas importantes de cuidado na própria residência para combater focos do Aedes aegpyti, vetor da doença.
Veja algumas ações necessárias para evitar focos do mosquito:
- Mantenha a caixa d’água bem fechada;
- Receba bem os agentes da saúde e os de endemias;
- Amarre bem os sacos de lixo;
- Coloque areia nos vasos de planta;
- Guarde pneus em locais cobertos;
- Limpe bem as calhas de casa;
- Não acumule sucata e entulho; e
- Esvazie garrafas PET, potes e vasos.
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