Como a psoríase pode prejudicar o equilíbrio emocional e o coração Ouvir 9 de julho de 2024 Placas avermelhadas com escamas brancas. Esse é o sintoma clássico da psoríase, enfermidade crônica e inflamatória da pele que pode desencadear inflamação sistêmica e acomete 125 milhões de pessoas no mundo, sendo cerca de 5 milhões no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Essa é uma doença imunomediada, ou seja, o sistema imunológico da própria pessoa ataca sua pele através de substâncias inflamatórias liberadas pelos linfócitos T, células responsáveis pela defesa do organismo, que fazem com que a proliferação do tecido fique acelerada, resultando na descamação encontrada nas feridas. “As lesões podem aparecer em qualquer lugar do corpo, mas são mais comuns nos cotovelos, joelhos e couro cabeludo”, explica o dermatologista Beni Grinblat, do Hospital Israelita Albert Einstein. Apesar de ser uma doença dermatológica, a psoríase atinge também outras partes do corpo. “Um terço dos pacientes apresenta outra manifestação da enfermidade, a chamada artrite psoriásica, caracterizada por inflamação nas articulações que gera dor e inchaço e pode até mesmo levar a quadros deformantes”, destaca o dermatologista Ricardo Romiti, coordenador do Ambulatório de Psoríase do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP). Leia também Saúde “A psoríase me levou à depressão”, desabafa jornalista de 27 anos Saúde Psoríase: prevenção, sintomas e tratamentos da doença Saúde “Meus dedos entortaram. Só um escapou”, diz homem com psoríase grave Saúde “Uma doença de pele quase me matou”, diz homem com psoríase grave Além disso, a inflamação crônica a longo prazo aumenta o risco de problemas como aterosclerose, infarto e até acidente vascular cerebral (AVC). Pessoas com psoríase também são mais suscetíveis a sofrer com outros fatores de risco para doenças cardiovasculares, como obesidade, síndrome metabólica, hipertensão e diabetes do tipo 2. De acordo com os especialistas ouvidos pela Agência Einstein, a enfermidade também tem um grande impacto emocional. “As lesões podem causar mal-estar, por exemplo, se elas estiverem nas mãos, pois o indivíduo pode ter receio de cumprimentar outra pessoa. Se estiverem na região genital, a pessoa pode se fechar para relações sexuais, sem falar na vergonha de ir à praia, à piscina etc”, diz o dermatologista do Einstein. “Existe um questionário que os pacientes respondem chamado Índice de Qualidade de Vida que avalia quanto a doença está afetando sua vida e, muitas vezes, vemos graus bem altos de comprometimento.” Quem tem psoríase enfrenta muitos preconceitos, pois as pessoas, em geral, desconhecem a doença e acham que ela é contagiosa. Isso, segundo os especialistas, pode levar o portador a enfrentar ansiedade, depressão e deixar de fazer atividades cotidianas, como ir a uma academia. “Essas pessoas precisam de acolhimento para conseguir se reintegrar na sociedade e não devem ser alvos de discriminação”, afirma Romiti. O que causa a psoríase A condição está ligada a fatores genéticos e questões ambientais e de comportamento, como infecções, em especial de garganta, estresse, uso de alguns medicamentos, antidepressivos e anti-inflamatórios. Frio, estresse, tabagismo e ingestão exagerada de bebidas alcoólicas também servem de gatilho para o desenvolvimento da doença ou sua piora. O tratamento depende da intensidade do quadro. “Se for leve, é indicado o uso de cremes e pomadas anti-inflamatórias, hidratação da pele e banho de sol”, orienta Romiti. Quando o cenário está mais grave ou o paciente não responde ao tratamento tópico, medicamentos para combater a inflamação sistêmica e a fototerapia devem entrar em cena. “Na fototerapia utilizamos cabines de raios ultravioleta para modular o sistema imunológico”, explica a dermatologista Cláudia Maia, da SBD. O procedimento auxilia na redução da inflamação e ajuda a secar as lesões. Ele é indolor, mas é essencial que tenha a supervisão de um médico especializado. Se mesmo assim não houver uma recuperação consistente, o próximo passo são medicamentos sistêmicos, que podem ser drogas tradicionais orais ou os imunobiológicos injetáveis. Esses últimos consistem no método terapêutico mais moderno contra a psoríase e são considerados uma revolução no combate à doença. Eles agem modulando o sistema imunológico, o que leva ao bloqueio das vias inflamatórias. Seu efeito é bem intenso e específico, o que garante uma melhora dos sintomas e da qualidade de vida do indivíduo. “Os imunobiológicos têm efeito imunossupressor, o que significa que podem diminuir ou inibir a ação de algumas defesas do organismo, por isso, cada caso precisa ser muito avaliado. É essencial analisar se o paciente tem outras doenças, em especial as infecciosas”, alerta a dermatologista da SBD. A doença, no entanto, não tem cura. “Infelizmente, não temos uma causa determinada para a psoríase, mas contamos com tratamentos que conseguem fazer com que os sintomas regridam totalmente. Entretanto, sempre vai ser necessário o acompanhamento de um médico”, finaliza o especialista do Hospital das Clínicas. Fonte: Agência Einstein Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
Notícias Conheça os benefícios do chá de ora-pro-nóbis com limão e hortelã 3 de janeiro de 2024 A ora-pro-nóbis é uma planta de folhas verde-escuras rica em vitaminas, nutrientes e minerais que trabalham juntos para manter o bom funcionamento do corpo. O chá de ora-pro-nóbis é um grande aliado para quem deseja manter a imunidade em dia, prevenir doenças e ainda perder um quilinhos indesejáveis. A grande… Read More
Notícias Insônia: dormir mal prejudica a vida sexual, mostra estudo 20 de janeiro de 2024 As pessoas que sofrem com dificuldade para dormir ou que não têm sono de qualidade correm maior risco de ter problemas sexuais. E as mulheres são as mais prejudicadas. A descoberta vem de um estudo feito na Universidade de Rochester, nos Estados Unidos. Os resultados foram publicados no Journal of… Read More
Cardiologista revela 6 pilares para uma vida saudável e longa 17 de janeiro de 2024 A população com mais de 65 anos no Brasil representa 11% da sociedade e é a que proporcionalmente mais cresce. No entanto, viver mais nem sempre é sinônimo de saúde, por isso é fundamental adotar um estilo de vida saudável antes ainda do passar dos anos. “O foco não deve… Read More