Composto do alecrim pode auxiliar no combate ao Alzheimer, diz estudo Ouvir 17 de março de 2025 Pesquisadores norte-americanos revelaram um avanço promissor no tratamento do Alzheimer, inspirado em um composto presente em ervas como o alecrim e a sálvia. O ácido carnósico, conhecido por suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, tem sido alvo de estudos devido ao seu potencial terapêutico, mas a instabilidade em forma pura dificultava o uso eficaz no tratamento de doenças como o Alzheimer. A novidade vem de um derivado sintetizado do ácido carnósico, denominado diAcCA, que se mostrou estável e eficaz em modelos experimentais com camundongos. Resultados promissores A pesquisa, publicada na revista Antioxidants em 28 de fevereiro, mostrou resultados animadores: os ratos que receberam o diAcCA apresentaram melhorias na memória, aumento das sinapses neuronais e redução da inflamação, além de uma maior eliminação de proteínas tóxicas associadas ao Alzheimer. Leia também Saúde Chá de alecrim: saiba para que serve e os benefícios da infusão Saúde Chá de alecrim: saiba como preparar bebida sem perder os benefícios Saúde Alecrim: da cozinha ao combate de infecções resistentes a antibióticos Vida & Estilo Traz alegria e vitalidade: conheça a poderosa energia do alecrim De acordo com o neurocientista Stuart Lipton, do Instituto de Pesquisa Scripps, os testes de memória realizados nos animais indicaram que todos eles melhoraram com o medicamento. “Isso não apenas desacelerou o declínio, como o reverteu, praticamente trazendo os níveis de volta ao normal”, afirma, em comunicado à imprensa. O Alzheimer, que pode destruir sinapses e afetar a comunicação entre os neurônios, tem como um dos efeitos mais perceptíveis a perda de memória. A pesquisa sugere que o diAcCA pode ajudar a reverter esses danos. 8 imagens Fechar modal. 1 de 8 Alzheimer é uma doença degenerativa causada pela morte de células cerebrais e que pode surgir décadas antes do aparecimento dos primeiros sintomas PM Images/ Getty Images 2 de 8 Por ser uma doença que tende a se agravar com o passar dos anos, o diagnóstico precoce é fundamental para retardar o avanço. Portanto, ao apresentar quaisquer sintomas da doença é fundamental consultar um especialista Andrew Brookes/ Getty Images 3 de 8 Apesar de os sintomas serem mais comuns em pessoas com idade superior a 70 anos, não é incomum se manifestarem em jovens por volta dos 30. Aliás, quando essa manifestação “prematura” acontece, a condição passa a ser denominada Alzheimer precoce Westend61/ Getty Images 4 de 8 Na fase inicial, uma pessoa com Alzheimer tende a ter alteração na memória e passa a esquecer de coisas simples, tais como: onde guardou as chaves, o que comeu no café da manhã, o nome de alguém ou até a estação do ano urbazon/ Getty Images 5 de 8 Desorientação, dificuldade para lembrar do endereço onde mora ou o caminho para casa, dificuldades para tomar simples decisões, como planejar o que vai fazer ou comer, por exemplo, também são sinais da manifestação da doença OsakaWayne Studios/ Getty Images 6 de 8 Além disso, perda da vontade de praticar tarefas rotineiras, mudança no comportamento (tornando a pessoa mais nervosa ou agressiva), e repetições são alguns dos sintomas mais comuns Kobus Louw/ Getty Images 7 de 8 Segundo pesquisa realizada pela fundação Alzheimer’s Drugs Discovery Foundation (ADDF), a presença de proteínas danificadas (Amilóide e Tau), doenças vasculares, neuroinflamação, falha de energia neural e genética (APOE) podem estar relacionadas com o surgimento da doença Rossella De Berti/ Getty Images 8 de 8 O tratamento do Alzheimer é feito com uso de medicamentos para diminuir os sintomas da doença, além de ser necessário realizar fisioterapia e estimulação cognitiva. A doença não tem cura e o cuidado deve ser feito até o fim da vida Towfiqu Barbhuiya / EyeEm/ Getty Images A principal dificuldade dos pesquisadores foi garantir que o ácido carnósico chegasse ao cérebro de forma estável e eficaz. Após uma série de testes, eles encontraram no diAcCA uma forma que não só tem boa absorção pelo organismo, como atinge níveis terapêuticos no cérebro rapidamente. “Ele foi convertido no ácido carnósico dentro do corpo e mostrou cerca de 20% mais absorção do que a forma pura”, explica Lipton. Em testes com camundongos com Alzheimer, o composto foi administrado três vezes por semana durante três meses, com resultados notáveis: a redução do acúmulo de proteínas nocivas, como a tau fosforilada e a beta amiloide, foi observada, além de um aumento significativo no número de sinapses, o que sugere uma melhora na função cerebral. Mais pesquisas são necessárias Embora os resultados sejam promissores, os pesquisadores alertam que os testes ainda estão em estágio inicial. Ensaios clínicos serão necessários para confirmar a eficácia do diAcCA em seres humanos. Contudo, as propriedades anti-inflamatórias do composto abrem novas possibilidades de tratamento, não apenas para o Alzheimer, mas também para outras doenças associadas à inflamação, como diabetes tipo 2 e Parkinson. Lipton e sua equipe acreditam que o diAcCA pode ser utilizado em conjunto com tratamentos já existentes para o Alzheimer, potencializando seus efeitos e reduzindo efeitos colaterais. “Isso poderia fazer com que os tratamentos existentes com anticorpos amiloides funcionassem melhor, eliminando ou limitando seus efeitos colaterais”, conclui Lipton. Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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