Uma análise do Global Burden of Disease, Injuries, and Risk Factors Study (GBD) revelou que o impacto de condições neurológicas tem crescido significativamente pelo mundo. Nos últimos 31 anos, as chamadas DALYs – medida que considera incapacidades, doenças e mortes prematuras – causadas por problemas desenvolvidos no cérebro cresceram 18%.
O número é uma consequência do envelhecimento e crescimento das populações ao redor do globo, mas também do aumento de fatores de risco. A pesquisa foi publicada na revista The Lancet Neurology.
Vamos aos dados:
- O número de pessoas afetadas por doenças neurológicas, como AVC, Alzheimer e meningite, cresceu significativamente em 30 anos.
- Em 2021, 3,4 bilhões de pessoas foram diagnosticadas com problemas neurológicos, um aumento substancial desde 1990.
- As DALYs aumentaram em 18% desde 1990, passando de 375 milhões de pessoas atingidas para 443 milhões em 2021.
- O aumento é devido ao envelhecimento da população e ao crescimento da exposição a fatores de risco ambientais, metabólicos e de estilo de vida.
- Apesar do aumento absoluto de DALYs, as taxas, corrigidas por idade, diminuíram globalmente devido a esforços de prevenção e tratamento.
- As principais causas da perda de saúde neurológica incluem AVC, encefalopatia neonatal, enxaqueca, Alzheimer, neuropatia diabética e meningite.
- A neuropatia diabética foi uma das que mais cresceu, triplicando globalmente desde 1990.

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Perdas de saúde neurológica são maiores em países mais pobres
Mais de 80% das mortes e perdas de saúde neurológica ocorrem em países de baixa e média renda, segundo o estudo.
Regiões de alta renda, como Ásia-Pacífico e Australásia, têm taxas mais baixas de perda de saúde neurológica, com doenças como AVC, enxaqueca e demência sendo as principais causas. Em contrapartida, regiões da África Subsaariana têm taxas mais altas de perda de saúde neurológica, com AVC, lesões cerebrais neonatais, demência e meningite como principais causas.
A falta de acesso a tratamento e reabilitação contribui para essa disparidade nos países mais pobres, que também possuem menos recursos e profissionais médicos disponíveis.
Redução de fatores de risco
Para mudar o cenário das doenças neurológicas, a equipe de pesquisa recomenda medidas preventivas. Isso inclui compreender fatores de risco, como pressão arterial alta, exposição ao chumbo e níveis elevados de glicose no sangue, e implementar estratégias para reduzi-los ao longo da vida.
A modificação de fatores de risco pode prevenir até 84% dos casos de AVC globalmente, segundo uma estimativa dos pesquisadores. Além disso, investir em pesquisa para desenvolver novas intervenções também pode auxiliar nesse contexto.
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