Devemos usar colírio na seca? Saiba como manter a saúde dos olhos Ouvir 24 de julho de 2025 Durante o período de seca, aumenta o número de pessoas com queixas de ardência, coceira e sensação de estar com areia nos olhos. Não é para menos, além da falta de umidade na atmosfera, o uso intenso de ventilador e ar-condicionado, a poluição e a exposição excessiva a telas se juntam para formar o cenário perfeito para o ressecamento ocular. A condição é conhecida como síndrome do olho seco. Ela ocorre quando a produção ou estabilidade da lágrima natural se compromete. Sem essa proteção, a superfície dos olhos fica mais exposta a irritações e infecções e, consequentemente, à sensação de ardência. Mas calma lá! É preciso ter cuidado antes de tentar resolver o problema por conta própria aplicando os colírios que você tem em casa. Leia também É o bicho! Seca em Brasília: veja como proteger seu pet nos dias de baixa umidade Saúde Olho seco: entenda as causas e como melhorar a condição Saúde Olho seco? Entenda por que os seus olhos ardem no inverno Saúde Médicos testam colírio feito com cordão umbilical para tratar úlceras O que é a síndrome do olho seco? A síndrome do olho seco é mais comum em mulheres idosas e afeta a produção ou qualidade das lágrimas, comprometendo a lubrificação ocular. Ar-condicionado, vento, fumaça e clima seco podem agravar a evaporação da lágrima e piorar os sintomas da síndrome do olho seco. O uso prolongado de telas reduz a frequência do piscar, prejudicando a distribuição da lágrima e agravando o ressecamento ocular. Sintomas como vermelhidão, ardor, coceira, fotofobia e a sensação de areia nos olhos indicam falhas na lubrificação natural. O tratamento inclui o uso de colírios de lágrimas artificiais, mas é essencial investigar e tratar a causa subjacente do distúrbio. Causas do olho seco Na grande maioria dos casos, o que causa o olho seco é o processo evaporativo. Ele ocorre quando a lágrima evapora mais rápido do que o olho consegue repô-la, e ocorre por várias causas: tanto a secura do ambiente, como a redução do número de piscadas, especialmente em consequência do uso excessivo das telas. Muitas vezes, porém, um sinal de que a lubrificação dos olhos está comprometida é justamente a sensação de lacrimejar constante. De acordo com o oftalmologista Frederico Loss, da Secretaria de Saúde do DF, o lacrimejamento excessivo pode enganar. “Um sintoma frequente e que costuma confundir muitas pessoas é o lacrimejamento excessivo. Apesar de parecer um sinal de hidratação, na verdade, é uma resposta do organismo à secura ocular: são lágrimas reflexas que não cumprem a função protetora do filme lacrimal”, explica o médico. Para quem usa lentes de contato, durante a seca os sintomas são mais incômodos. As lentes, especialmente as gelatinosas, absorvem mais água dos olhos e acentuam o ressecamento durante os dias mais secos. Aplicação de colírios, mesmo se forem de lágrimas artificiais, deve ser feita com recomendação médica Devo aplicar colírio na seca? O oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, diretor do Instituto Penido Burnier, em Campinas (SP), conta que quatro em cada dez pacientes já chegam ao consultório usando colírios por conta própria. Para pessoas com sintomas de olho seco, o número é ainda maior. Muitos consideram o produto inofensivo e utilizam sem prescrição. No entanto, segundo o médico, esse uso indiscriminado pode piorar os sintomas. Mesmo o uso de colírios lubrificantes sem conservantes deve ser feito sob orientação de um oftalmologista. “Como diz o ditado, a diferença entre veneno e remédio é a dose. A lágrima artificial não é só uma aguinha, é necessário analisar a lágrima para indicar o tratamento mais correto” , alerta Queiroz Neto. Além disso, ele alerta que há casos em que pacientes aplicam o produto mais de dez vezes por dia na expectativa de lubrificar os olhos, o que, na realidade, pode causar irritação na superfície ocular. Além disso, a aplicação constante do medicamento pode mascarar problemas mais sérios em desenvolvimento. Nem todo colírio serve para todos A lágrima é composta por camadas aquosa, lipídica e de mucina. Cada paciente pode ter deficiência em uma dessas estruturas, o que exige um tipo específico de colírio para reposição. “Não adianta comprar qualquer colírio na farmácia”, explicou Jonathan Lake, oftalmologista de Brasília, em entrevista anterior ao Metrópoles. “O médico define o produto com base na análise da composição da lágrima de cada paciente.” Para quem usa lentes de contato, os sintomas são mais incômodos. As lentes, especialmente as gelatinosas, absorvem mais água dos olhos e acentuam o ressecamento durante os dias mais secos. Qual a melhor forma de cuidar da saúde ocular na seca Os oftalmologistas ouvidos pelo Metrópoles indicam que a melhor forma para não enfrentar os problemas do olho seco é manter o corpo no geral hidratado. A recomendação é consumir cerca de 35 mililitros de água por quilo. Isso significa, para uma pessoa com 60 quilos, tomar dois litros por dia. A alimentação também influencia. Comidas fontes de ácidos graxos, como semente de linhaça, peixes e amêndoas, além de alimentos ricos em vitaminas A e E, auxiliam a lubrificação ocular. Para quem trabalha diante do computador, fazer pausas frequentes e piscar voluntariamente também ajuda a manter a hidratação. Se os sintomas já tiverem aparecido e não desaparecerem com o reforço na dose de copos d’água do dia, os oftalmologistas recomendam que se marque uma consulta antes de escolher um colírio na farmácia para aplicar. Compressas frias com soro fisiológico e gaze podem ser alternativas quando há desconforto. Esses métodos aliviam os sintomas e reduzem o atrito causado pelo ressecamento. Prevenir, portanto, é mais eficaz do que remediar. Cuidar dos olhos durante a seca exige atenção, orientação médica e hábitos simples que protegem a visão ao longo do ano. Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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