Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) descobriram um dos motivos que faz com que homens sejam mais propensos a ter quadros graves de Covid-19.
Em um estudo publicado esta semana na revista ScienceDirect, eles explicam que uma disfunção dos hormônios sexuais pode estar por trás da explicação.
A queda da testosterona e o aumento da dihidrotestosterona (DHT), outro hormônio sexual, estão relacionados ao agravamento de quadros de Covid-19 em homens.
“Na Covid-19, existe uma disparidade notável, com taxas de mortalidade mais elevadas e doenças agudas mais graves nos homens em comparação com as mulheres, que são mais afetadas pela Covid-19 prolongada”, afirmam os autores da pesquisa.
Covid-19 e hormônios sexuais
O estudo contou com 198 pacientes diagnosticados cm Covid-19, com quadros leves a graves, de ambos os sexos. Outras 92 pessoas não infectadas formavam o grupo controle.
Exames mostraram níveis divergentes de testosterona e de DHT ao longo do curso da doença em pacientes do sexo masculino, mas não nas mulheres. Em situações normais, esses hormônios andam em paralelo, mas entre os infectados havia uma queda significativa da testosterona e aumento do DHT.
Também foi verificada uma maior atividade dos receptores de andrógenos, uma molécula presente em várias células do corpo humano que permite a ação dos hormônios.
Ambos os hormônios têm efeito masculinizante, mas a DHT é muito mais potente do que a testosterona ao se ligar ao seu receptor-alvo nas células.

Diante do cenário de pandemia e da ampliação da dose de reforço, algumas pessoas ainda se perguntam qual é a importância da terceira dose da vacina contra a Covid-19
Istock

A dose de reforço deve ser administrada com um intervalo mínimo de quatro meses após o indivíduo completar o esquema vacinal inicial. A aplicação extra serve para aumentar a quantidade de células de memória e fortalecer, ainda mais, os anticorpos que elas produzem
Rafaela Felicciano/Metrópoles

Especialistas destacam que uma das principais medidas proporcionadas pela dose de reforço consiste na ampliação da resposta imune. A terceira dose ocasiona o aumento da quantidade de anticorpos circulantes no organismo, o que reduz a chance de a pessoa imunizada ficar doente
Tomaz Silva/Agência Brasil

Aos idosos e aos imunossuprimidos, a dose de reforço amplia a efetividade da imunização, uma vez que esses grupos não desenvolvem resposta imunológica adequada
Hugo Barreto/Metrópoles

Outra medida importante é a redução da chance de infecção em caso de novas variantes. O anticorpo promovido pela vacina é direcionado para a cepa que deu origem à fórmula e, nesse processo, as pessoas também produzem anticorpos que possuem diversidade. Quanto maior o alcance das proteínas que defendem o organismo, maior é a probabilidade que alguns se liguem à variante nova
Westend61/GettyImages

O diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e membro do Comitê Técnico Assessor do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Renato Kfouri afirma que o esquema de mistura de vacinas de laboratórios diferentes é uma
Rafaela Felicciano/Metrópoles

Um estudo conduzido pela University Hospital Southampton NHS Foundation Trust, no Reino Unido, mostrou que pessoas que receberam duas doses da AstraZeneca tiveram um aumento de 30 vezes nos níveis de anticorpos após reforço da vacina da Moderna, e aumento de 25 vezes com o reforço da Pfizer
Arthur Menescal/Especial Metrópoles

As reações à dose de reforço são semelhantes às duas doses anteriores. É esperado que ocorram sintomas leves a moderados, como cansaço excessivo e dor no local da injeção. Porém, há também relatos de sintomas que incluem vermelhidão ou inchaço local, dor de cabeça, dor muscular, calafrios, febre ou náusea
Rafaela Felicciano/Metrópoles

Vale ressaltar que o uso de três doses tem o principal objetivo de diminuir a quantidade de casos graves e o número de hospitalizações por Covid-19
Vinícius Schmidt/Metrópoles
0
De acordo com a professora Cristina Ribeiro de Barros Cardoso, ao ser ativado pelos hormônios, esse receptor de andrógeno ativa o DNA da célula, o que acaba facilitando a replicação do vírus nas célulars.
“Quanto mais DHT circulante no organismo infectado, maior é a sinalização do receptor de andrógenos nos glóbulos brancos, as células de defesa do organismo. Mas esse sistema imunológico ativado também ajuda o vírus a invadir a célula e converter a testosterona em DHT, agravando a doença e aumentando o risco de morte”, explica Cristina, ao Jornal da USP.
Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!