Entenda de onde vêm os pensamentos intrusivos e como lidar com eles Ouvir 6 de setembro de 2025 Ter um pensamento negativo ou perturbador, que surge sem aviso e causa desconforto, é mais comum do que se imagina. Esses episódios, chamados de pensamentos intrusivos, podem surgir em qualquer pessoa, de forma esporádica, e nem sempre indicam um transtorno. Compreender de onde vêm essas ideias e por que insistem na mente ajuda a diferenciar experiências normais de situações que podem exigir acompanhamento profissional. Por isso, identificar esses sinais é fundamental para agir de forma adequada de acordo com cada situação. A persistência desses pensamentos está ligada a fatores psicológicos e biológicos. O cérebro humano tende a destacar memórias dolorosas ou riscos potenciais como mecanismo de sobrevivência, e estados de estresse ou traumas podem aumentar a sensibilidade da mente, facilitando que ideias indesejadas voltem de forma repetida. Leia também Saúde Estudo aponta a velocidade exata do pensamento humano (e é lenta) Saúde Cientistas americanos criam implante cerebral capaz de ler pensamentos Saúde Dieta mediterrânea é aliada da saúde mental, aponta estudo brasileiro Saúde Comer frutas e vegetais pode reduzir sofrimento mental, mostra estudo De onde vêm e por que temos pensamentos intrusivos? A psicóloga Adriana Schiavone, do Rio de Janeiro, explica que os pensamentos intrusivos costumam ter conteúdo negativo porque o cérebro privilegia informações relacionadas a riscos, erros ou memórias dolorosas. Esse mecanismo evolutivo, que originalmente ajudava na sobrevivência, faz com que ideias indesejadas se destaquem mais do que pensamentos neutros ou positivos. “Pensamentos intrusivos são ideias, imagens ou lembranças que surgem de forma espontânea, indesejada e difícil de controlar”, detalha Adriana. Outro fator que intensifica a recorrência desses pensamentos é o chamado efeito rebote. Ao tentar suprimir um pensamento, a mente entra em estado de monitoramento constante, fazendo com que a presença do pensamento seja reforçada. “Isso ocorre porque, ao monitorar se estamos ‘evitando’ o pensamento, o cérebro precisa manter a ideia em algum nível de atenção, o que paradoxalmente reforça sua recorrência,” esclarece Adriana. Além disso, fatores emocionais e ambientais também podem aumentar a frequência desses pensamentos. Estresse, traumas ou sobrecarga emocional deixam regiões cerebrais como a amígdala mais sensíveis, o que prejudica a regulação das emoções e torna mais fácil que memórias negativas ou preocupações recorrentes invadam a consciência. Pensamentos intrusivos e distúrbios mentais Pensamentos intrusivos tendem a se intensificar quando há transtornos mentais, como ansiedade, depressão, distúrbios alimentares ou transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Nesses casos, eles deixam de ser apenas incômodos e passam a interferir no funcionamento diário do indivíduo. Os pensamentos intrusivos surgem espontaneamente, sem que a pessoa queira pensar neles Marcelo Heyde, psiquiatra membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e da Associação Brasileira de Neuropsiquiatria Geriátrica (ABNPG), explica que é normal ter esses pensamentos eventualmente. O que define se ele oferece risco é a frequência com que aparecem e o grau de sofrimento que causam, podendo ser identificado com um sintoma e tratado como uma condição médica. “Um pensamento intrusivo e repetitivo é justamente o que definimos tecnicamente como obsessão. Na obsessão, existe uma clara hiperativação e desequilíbrio dos circuitos cerebrais, principalmente os que envolvem as monoaminas, como serotonina, dopamina e noradrenalina”, detalha Heyde. Estratégias para lidar com pensamentos intrusivos Tentar suprimir pensamentos indesejados geralmente aumenta sua recorrência, por isso, abordagens terapêuticas focam na aceitação e elaboração. Adriana detalha que a psicanálise, terapia cognitivo-comportamental (TCC) e terapia de aceitação e compromisso (ACT) são as mais indicadas. Essas abordagens trabalham com técnicas que incluem observação consciente dos pensamentos, ressignificação simbólica e questionamento de crenças distorcidas. Do ponto de vista farmacológico, Heyde aponta que antidepressivos inibidores da captação de serotonina podem reduzir frequência e intensidade de obsessões, mas deve vir sempre em combinação com a psicoterapia. Praticar hábitos como observação sem julgamento, identificação de padrões distorcidos e exposição gradual da mente a situações que provocam desconforto ajuda a reduzir o sofrimento emocional e a recuperar controle sobre a rotina. Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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