Fibromialgia: doença gera dores crônicas e tem difícil diagnóstico Ouvir 1 de junho de 2024 Dores crônicas nos músculos e ligamentos e em outras partes do corpo que não podem ser localizadas com precisão, fadiga constante e depressão são apenas alguns dos sintomas da fibromialgia. Essa síndrome de dor crônica afetada as mulheres de seis a sete vezes mais do que os homens. “As dores geralmente duram vários dias. Os pacientes têm episódios repetidos de intensidade e localização variadas. Os afetados descrevem que às vezes dói aqui e às vezes ali. É por isso que muitas vezes não são levados a sério”, afirma Gerhard Müller-Schwefe, do Centro de Dor e Cuidados Paliativos de Göppingen, na Alemanha. Leia também Saúde Fibromialgia pode aumentar risco de morte prematura, diz pesquisa Saúde “Sentia dor até para ficar de pé”, diz cabeleireira com fibromialgia Grande Angular MP recomenda que Iges respeite fibromialgia em atendimento prioritário Saúde Fibromialgia: exercícios físicos ajudam a controlar dores Às vezes, há um desencadeador direto da síndrome, como operações menores ou procedimentos triviais que não estão associados a uma dor intensa. No entanto, eles podem ser o início da fibromialgia. Em 1992, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu a fibromialgia como uma doença. Isso contribuiu para que ela se tornasse um diagnóstico médico e para um amento da pesquisa sobre essa síndrome. Entretanto, os pesquisadores ainda não conseguiram descobrir exatamente o que desencadeia a fibromialgia e como ela se desenvolve. Exames de sangue, ultrassom, tomografia computadorizada ou ressonância magnética não ajudam no diagnóstico. Um método para detectar a doença é baseado nos chamados pontos sensíveis, no qual 18 pontos no corpo são pressionados pelo médico. Se houver uma reação de dor em 11 deles, é provável o diagnóstico de fibromialgia. No entanto, esses testes são extremamente individuais, podem ser interpretados de diversas maneiras e exigem anos de experiência de médicos. Se a dor persistir por pelo menos três meses, tanto abaixo quanto acima da cintura e em ambos os lados do corpo, há grande probabilidade do diagnóstico ser a fibromialgia. Entretanto, outros sintomas também podem ser uma indicação da doença. A fadiga, por exemplo, pode ser um sintoma, se ela não melhorar mesmo com longos períodos de sono. Em vez de ganhar força e energia durante o sono e se regenerar, os pacientes geralmente acordam esgotados e exaustos, sentindo-se pior do que antes. Também podem ocorrer dores de cabeça, depressão e ansiedade. Doença afeta mais às mulheres e costuma estar associada com a depressão Causas são em grande parte desconhecidas Por trás da fibromialgia está um distúrbio do controle da dor, diz Müller-Schwefe. “Temos sistemas de controle da dor desde o nascimento. Eles podem estar ativos de diferentes maneiras. Eles partem do cérebro e passam pela medula espinhal e têm um efeito de controle da dor. No caso de fibromialgia, esses sistemas tem algum transtorno, o que pode ser ocasionado de acordo com a biografia dos pacientes.” Os médicos e médicas devem ter tempo suficiente para ouvir o paciente para chegar às causas dos sintomas, continua Müller-Schwefe. As mulheres são as mais afetadas por essa doença. Suas histórias de vida são semelhantes, diz Kathrin Bernardy, psicóloga em medicina da dor no BG Hospital Universitário Bergmannsheil, em Bochum. “As pacientes geralmente se esforçavam demais e faziam muito pelos outros. Depois de uma certa idade, o corpo não consegue mais acompanhar o ritmo. Temos muitos com a síndrome, especialmente na área de cuidados geriátricos.” Outros fatores desencadeantes podem ser experiências traumáticas, como acidentes ou estresse emocional grave. “O pano de fundo geralmente é o abuso e as exigências excessivas. Cerca de 20% das meninas na Alemanha são vítimas de abuso, geralmente dentro do círculo familiar mais próximo. Ou elas se sentem sobrecarregadas porque assumem responsabilidades na família que não estão aptas. Em algum momento, tudo isso pode se romper, geralmente a partir dos 40 anos de idade”, diz Müller-Schwefe. Não há terapias específicas A fibromialgia não tem cura, apenas os vários sintomas podem ser aliviados. Entretanto, de acordo com Müller-Schwefe, analgésicos como ibuprofeno ou paracetamol não são uma solução. “Qualquer pessoa que tente tratar a fibromialgia com analgésicos ou injeções não está enfrentando o problema. Alguns remédios fortalecem o sistema de controle da dor do próprio corpo. Os afetados devem aprender a ativar esse sistema repetidamente por meio de psicoterapia e de terapia psicológica para a dor”, acrescenta. Alguns pacientes podem ser ajudados com a administração de antidepressivos ou dos chamados anticonvulsivos. Esses medicamentos enfraquecem os sinais de dor no sistema nervoso. A acupuntura e os exercícios de respiração também podem ser úteis. “É possível obter bons resultados com a ioga”, diz Bernardy. Ela recomenda uma terapia multimodal que consiste em tratamento da dor, psicoterapia e atividade física. “Se os pacientes praticam regularmente esportes de resistência e também tomam antidepressivos, ou seja, se estiverem recebendo uma boa terapia multimodal, eles podem encontrar maneiras muito boas de lidar com suas deficiências e manter sua qualidade de vida.” Para entender melhor a doença, pode ser útil manter um diário da dor ou participar de grupos de autoajuda onde os pacientes compartilham experiências. “A primeira coisa que recomendo aos pacientes é se levar a sério”, diz Müller-Schwefe. “Se alguém tentar te convencer de que você está imaginando coisas e que a dor não é real, certifique-se de ser levado a sério. Essa é a coisa mais importante”, aconselha o especialista. Notícias
Notícias Espremer espinha no nariz pode causar infecção cerebral, afirma médico 3 de outubro de 2023 Ter uma espinha no nariz é algo que pode afetar a autoestima das pessoas, que geralmente tentam espremê-la o mais rápido possível. Entretanto, o médico tiktoker Ever Arias, residente na University of California Irvine Medical Center, nos EUA, afirma que a ação aparentemente inofensiva pode resultar em uma infecção grave,… Read More
Notícias ‘Homem dobrado’ recupera movimentos após 28 anos com coluna curvada 30 de abril de 2024 O chinês Li Hua, conhecido como o ‘homem dobrado’, está retomando o controle de sua vida após uma cirurgia realizada em 2020 e um longo processo de reabilitação. Li tem uma doença autoimune chamada espondilite anquilosante, que fez com que ele perdesse a autonomia. Ele começou a sentir sintomas da… Read More
Notícias Alimentação caseira pode prevenir doenças crônicas. Saiba mais 27 de setembro de 2023 Não é nenhuma novidade que alimentação e saúde andam lado a lado. Isso porque uma dieta inadequada pode causar impactos significativos ao organismo. O consumo balanceado de nutrientes, por outro lado, preserva o bem-estar e, inclusive, pode prevenir o surgimento de uma série de doenças crônicas. Nesse contexto, cozinhar em… Read More