Filhos de pais que fumaram na adolescência envelhecem mais rápido Ouvir 29 de setembro de 2025 Uma pesquisa apresentada no Congresso da Sociedade Respiratória Europeia, que acontece até a próxima quarta (1º/10), revelou que o hábito de fumar durante a adolescência pode ter efeitos que atravessam gerações. Filhos de homens que começaram a fumar por volta dos 15 anos tendem a apresentar sinais de envelhecimento biológico mais rápido do que a idade cronológica indicaria. O estudo, liderado por cientistas da Universidade de Bergen, na Noruega, sugere que o tabagismo precoce pode causar alterações no material genético dos espermatozoides, transmitindo danos que afetam o funcionamento celular dos descendentes. Alterações no DNA ligadas ao envelhecimento Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram dados de 892 pessoas entre 7 e 50 anos que participaram do estudo RHINESSA. Foram avaliadas amostras de sangue e aplicados os chamados “relógios epigenéticos”, ferramentas que medem a idade biológica a partir de mudanças químicas no DNA. Leia também Saúde Vape e cigarro aumentam risco de ansiedade e depressão em adolescentes Saúde Obesidade e tabagismo na adolescência impactam o coração no futuro Saúde “Tabagismo é uma doença pediátrica”, diz diretor da Fundação do Câncer Saúde Número de fumantes no Brasil aumenta pela primeira vez em 20 anos Essas alterações, conhecidas como modificações epigenéticas, não alteram o código genético, mas interferem na forma como os genes se expressam e estão associadas a doenças do envelhecimento, como câncer, artrite e demência. Os resultados mostraram que os filhos de homens que começaram a fumar ainda na puberdade tinham idade biológica de nove meses a um ano acima da cronológica. Entre os que também fumaram, a diferença chegava a 15 meses. Já quando o tabagismo paterno teve início em idade mais avançada, o impacto foi bem menor. Efeitos que atravessam gerações Segundo o professor Juan Pablo López-Cervantes, autor principal do estudo, meninos que fumam na adolescência podem, sem saber, comprometer a saúde dos próprios filhos. “Acreditamos que o cigarro nessa fase altere o material epigenético dos espermatozoides e essas mudanças sejam herdadas”, explicou ele durante o evento. A fumaça do cigarro contém mais de 5.000 substâncias químicas, incluindo a nicotina, que causa dependência e danos a todos os órgãos do corpo. Os pesquisadores reforçam a importância de políticas públicas que evitem o início do tabagismo na adolescência, tanto para proteger os jovens quanto para reduzir possíveis consequências nas gerações seguintes. Embora a proporção de adolescentes fumantes venha diminuindo, o uso de cigarros eletrônicos cresce entre jovens em vários países e ainda não há clareza sobre seus efeitos a longo prazo. Para os cientistas, os resultados reforçam a urgência de manter crianças e adolescentes longe da nicotina, independente da forma de consumo. Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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