Fiocruz relata caso raro de encefalite associada à infecção pelo zika Ouvir 23 de outubro de 2025 Um estudo publicado na revista Viruses em junho por pesquisadores da Fiocruz revelou um caso raro de encefalite do tronco encefálico, também chamada de rombencefalite, associada à infecção pelo vírus zika. A doença, que afeta uma região profunda do cérebro responsável por funções vitais, é considerada uma manifestação neurológica incomum da infecção. O zika já é conhecido por causar complicações no sistema nervoso, como a síndrome de Guillain-Barré e a síndrome congênita em recém-nascidos. O surto de 2015 no Brasil evidenciou esses riscos, e agora o novo relato amplia o entendimento sobre o potencial do vírus de atingir o sistema nervoso central. Caso raro e sintomas graves A paciente descrita na pesquisa é uma jovem de 21 anos, previamente saudável, que apresentou inicialmente sintomas típicos de uma infecção viral, como febre, erupções na pele e dores nas articulações. Leia também Brasil Vítimas da Zika podem ser indenizadas ainda em setembro, diz ministro Saúde Butantan desenvolve anticorpo anti-zika com foco em gestantes Saúde Zika, chikungunya e dengue: entenda a diferença entre as doenças Saúde Zika vírus pode ajudar no tratamento contra câncer, afirma estudo Cerca de uma semana depois, evoluiu com sinais neurológicos graves, incluindo confusão mental, dificuldades na fala, alterações motoras e convulsões, sintomas que indicaram inflamação no tronco encefálico. A infecção foi confirmada por meio de testes sorológicos específicos, após exames moleculares não detectarem o vírus devido à baixa carga viral. A jovem recebeu tratamento com corticosteroides e medicamentos antiepilépticos, apresentou melhora progressiva e teve alta após 25 dias de internação. Nove anos depois, está completamente recuperada, embora relate episódios leves de dor de cabeça e lapsos de memória. 12 imagensFechar modal.1 de 12 Dengue, zika e chikungunya são doenças cujos nomes são conhecidos no Brasil. Os três vírus transmitidos pelo mesmo mosquito, o Aedes aegypti, têm maior incidência no país em períodos de chuva e calor, e apresentam sintomas parecidos, apesar de pequenas sutilezas os diferenciarem Joao Paulo Burini2 de 12 Febre, dor no corpo e manchas vermelhas são sintomas comuns da dengue e das outras as doenças. Apesar disso, a forma distinta como evoluem, a duração dos sintomas e o grau de complicação são algumas das diferenças entre elas IAN HOOTON/SCIENCE PHOTO LIBRARY / Getty Images3 de 12 Estar atento aos sinais e saber identificar as distinções é importante para um diagnóstico e tratamento precisos, pois, apesar do que se pensa, essas doenças são perigosas e podem matar boonchai wedmakawand/ Getty Images4 de 12 Na dengue, os sinais e sintomas duram entre dois e sete dias. As complicações mais frequentes, além das já mencionadas, são dor abdominal, desidratação grave, problemas no fígado e neurológicos, além de dengue hemorrágica Uwe Krejci/ Getty Images5 de 12 Além disso, dores atrás dos olhos e sangramentos nas mucosas, como a boca e o nariz, também podem acontecer em pacientes que contraem a dengue SCIENCE PHOTO LIBRARY/ Getty Images6 de 12 Os sintomas da zika são iguais aos da dengue, só que a infecção não costuma ser tão severa e passa mais rápido. Há, no entanto, um complicador caso a pessoa infectada esteja grávida Sujata Jana / EyeEm/ Getty Images7 de 12 Nestas situações, a doença pode prejudicar o bebê em formação causando microcefalia, alterações neurológicas e/ou síndrome de Guillain-Barré, no qual o sistema nervoso passa a atacar as células nervosas do próprio organismo DIGICOMPHOTO/SCIENCE PHOTO LIBRARY/ Getty Images8 de 12 Já os sintomas da chikungunya duram até 15 dias e, segundo especialistas, provoca mais dores no corpo, entre as três doenças Peter Bannan/ Getty Images9 de 12 Assim como a infecção pela zika, a chikungunya pode resultar em alterações neurológicas e síndrome de Guillain-Barré Joao Paulo Burini/ Getty Images10 de 12 Apesar de não existirem tratamentos para as doenças, há medicamentos que podem aliviar os sintomas, bem como a indicação de repouso total. Além disso, aspirinas não devem ser utilizadas, pois podem piorar o quadro do paciente Milko/ Getty Images11 de 12 Caso haja suspeita de infecção por qualquer um dos vírus, é importante ir ao hospital para identificar do que se trata e, assim, iniciar o tratamento adequado o mais rápido possível FG Trade/ Getty Images12 de 12 O Aedes aegypti é um mosquito que se aproveita de lixo espalhado e locais mal cuidados e é favorecido pelo calor e pela chuva. Por isso, impedir a presença de água parada em sua casa, rua e empresa é o suficiente para travar a proliferação do inseto Bloomberg Creative Photos/ Getty Images Alerta para vigilância e diagnóstico Os autores destacam que o caso reforça a necessidade de incluir o vírus zika entre as possíveis causas de encefalite, especialmente em regiões onde o vírus circula com frequência. Segundo a coordenadora do estudo, a pesquisadora Isadora Siqueira, da Fiocruz Bahia, é essencial ampliar a conscientização sobre as manifestações neurológicas da doença e aprimorar as estratégias de diagnóstico. “Este trabalho amplia o conhecimento sobre os efeitos neurológicos do zika e alerta para a importância da vigilância clínica e de métodos diagnósticos mais eficazes”, afirmou ela, em comunicado. O estudo foi conduzido pelo doutorando Mateus Santana do Rosário e contribui para o entendimento das formas atípicas e potencialmente graves de infecção pelo vírus. A equipe ressalta que a descoberta ajuda a orientar o manejo clínico de pacientes e reforça a necessidade de novas pesquisas sobre o impacto neurológico do zika. Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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