Fruta do milagre: conheça o fruto que transforma sabor azedo em doce Ouvir 17 de setembro de 2025 Ela é pequena, de origem africana e ganhou fama por um efeito curioso: transformar sabores. A chamada fruta do milagre (Synsepalum dulcificum) contém uma proteína que altera a forma como a língua percebe o gosto dos alimentos. Depois de consumi-la, limões, vinagres e até iogurtes azedos passam a parecer adocicados, sem que haja adição de açúcar. O efeito é temporário e costuma durar entre 20 minutos e 2 horas, dependendo do organismo de cada pessoa. Por essa característica, a fruta pode ser usada como apoio em dietas de redução de açúcar ou como recurso para pacientes em tratamento oncológico, que enfrentam alterações no paladar. 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Cada uma delas abriga células sensoriais capazes de identificar diferentes gostos — doce, salgado, amargo, azedo e umami. Por isso, quando a miraculina está ativa, o sinal enviado dessas células ao cérebro sofre uma modificação e o alimento parece ter um sabor diferente do real. Entretanto, o cirurgião dentista Flávio Pinheiro esclarece que esse efeito não ocorre da mesma forma em todas as pessoas. “Pessoas chamadas de ‘superdegustadores’, por exemplo, têm mais receptores e, por isso, são mais sensíveis aos estímulos gustativos. Além disso, fatores genéticos e até o estado momentâneo da boca (como o pH da saliva) podem influenciar na intensidade da percepção do efeito da fruta”, comenta o profissional, mestre em ciências cirúrgicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Um adulto tem, em média, entre 2 mil e 10 mil papilas gustativas, o número costuma diminuir com a idade Benefícios da fruta do milagre O principal atrativo da fruta do milagre é a alteração da percepção do sabor sem acrescentar açúcar aos preparos. Por isso, ela pode ser vista como uma ferramenta em dietas que buscam reduzir o consumo de adoçantes e calorias extras. No caso de pessoas com diabetes, por exemplo, o recurso pode ser útil para tornar alimentos naturalmente ácidos mais palatáveis sem elevar a glicemia. No entanto, a nutricionista Natashe Nassif, que atende em São Paulo, explica que a atenção deve estar na quantidade ingerida. “Como ela não tem açúcar, em princípio, não eleva a glicemia por si só e isso é positivo. Porém, se a pessoa, ao achar limão ou iogurte ‘doces’, comer grande quantidade desses alimentos ou adicionar mais carboidratos, aí a glicemia pode subir por causa do que foi ingerido, não pela fruta”, explica Natashe. Outro cenário em que a fruta tem sido estudada é o de pacientes em tratamento contra o câncer. Alterações no paladar, conhecidas como disgeusia, são comuns durante a quimioterapia e dificultam a alimentação. Por isso, a miraculina pode ajudar a devolver o prazer de comer, já que torna as comidas azedas mais agradáveis ao paladar e estimula a ingestão de nutrientes essenciais. Para a nutricionista, o recurso deve ser entendido como um complemento, não como terapia principal. Riscos da fruta milagrosa Como a proteína presente na fruta disfarça a acidez dos alimentos, há quem acabe ingerindo grandes quantidades de limão, vinagre ou sucos cítricos sem perceber o potencial desgaste que eles causam ao esmalte dentário. Esse hábito pode favorecer a sensibilidade e a erosão, problemas comuns em quem exagera no consumo de ácidos. Do ponto de vista nutricional, o efeito doce pode induzir a comer mais frutas ou sucos ácidos do que o necessário, elevando a ingestão de carboidratos sem que a pessoa perceba. Até o momento, não há evidências de que o consumo da fruta traga toxicidade ou prejuízos metabólicos diretos, mas especialistas recomendam moderação e acompanhamento, especialmente em dietas de pessoas com restrições alimentares. “A realidade é que a fruta do milagre não é um adoçante — não fornece calorias vindas de açúcar —, é uma ferramenta sensorial. Pode ajudar a reduzir o consumo de açúcar e ser muito útil em momentos pontuais. Mas atenção: ela não substitui planejamento nutricional”, aconselha Natashe. Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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