Gestante com doença rara toma 500 injeções para controlar trombose Ouvir 3 de novembro de 2023 Idealmente, a gestação é um período de calma, onde o corpo da mulher se prepara lentamente para dar à luz uma criança. Porém, foi um tempo conturbado para a secretária executiva Talita Marques, de 39 anos. Ela precisou tomar quase 500 injeções para controlar uma grave crise de trombose que teve durante a gravidez de sua filha caçula, Íris, de 3 anos. Talita tem uma condição genética que favorece o aparecimento de tromboses, a deficiência do fator V de Leiden. Mesmo convivendo há anos com o diagnóstico e suas consequências, essa foi a crise mais forte que a secretária executiva já teve. “Grávida, eu tive uma embolia na artéria femoral e acordei sem conseguir andar de tanta dor. Sei que é a doença porque ela deixa a minha pele avermelhada e quente”, lembra. Leia também Saúde Médicos alertam que atletas também podem desenvolver trombose. Entenda Saúde Anticoncepcionais podem causar trombose? Ginecologista explica Saúde Trombose: entenda complicação que provocou morte de MC Kátia Saúde Trombose é mais frequente em mulheres. Veja dicas de prevenção Uma vida convivendo com a trombose Talita foi diagnosticada dez anos antes da gestação, aos 25, quando teve uma embolia pulmonar que também ameaçou sua vida. “Senti fortes pontadas na costela abaixo da axila e fiquei internada até me recuperar”, conta. Quem tem a mutação genética de Talita não pode fazer uso de hormônios artificiais, que também aumentam a chance de ter trombose. Quando teve embolia pulmonar, ela já usava anticoncepcionais hormonais desde a adolescência. Diagnosticada, a secretária executiva deixou de tomar o remédio, mas voltou a ter episódios de trombose. Todos foram controlados com medicações de uso contínuo e nenhum deles se comparou com a gravidade da crise experimentada em sua última gestação. Talita trombose 500 injeções gravidez (4)-compressed Talita ao lado de sua filha, Íris. Ela teve uma trombose femural durante a gestação Acervo pessoal Talita trombose 500 injeções gravidez (1) Talita ao lado de seus três filhos: Lucas, Sofia e Íris Acervo pessoal Talita trombose 500 injeções gravidez (2) Parte da coleção de injeções que Talita tomou na gestação Acervo pessoal Talita trombose 500 injeções gravidez (5) Talita voltou a tomar remédios orais para a trombose e não voltou a ter crises Acervo pessoal Voltar Progredir 0 500 injeções “Tive uma trombose tão grave que precisei ficar internada por um mês. Depois, segui tomando o anticoagulante injetável da décima semana de gestação até parir. Eram duas aplicações por dia: somando tudo, tomei cerca de 500 injeções durante a gravidez. A injeção é dolorida mas virou algo automático já que eu mesma as aplicava a cada 12h na minha barriga”, explica a secretaria e mãe de três filhos. Talita considera que o uso das injeções foi o que salvou a vida dela e de sua filha. “É uma condição muito grave e que não ganha a devida importância. Muitas mulheres podem ter doenças raras como a minha e estarem complicando seus quadros com o anticoncepcional”, alerta. A doença de Talita A deficiência do fator V de Leiden é uma doença hereditária que acomete cerca de 1 a cada um milhão de pessoas. Nos pacientes com a condição, há uma interferência na atuação da proteína C, causando uma predisposição à hipercoagulabilidade e à trombose. Essa maior tendência a ter trombose é conhecida como trombofilia e também ocorre em outras doenças genéticas. “A presença de trombofilia hereditária não significa necessariamente que o portador irá desenvolver embolias em algum momento da vida, é só um grande fator de risco”, explica a cirurgiã vascular e angiologista Cristienne Souza, de Brasília. As crises de trombose relacionadas à mutação de Talita normalmente são de origem venosa, acometendo principalmente vasos profundos de membros inferiores e menos frequentemente o sistema porta (que leva o sangue do trato digestivo para o fígado), veias superficiais e cerebrais. Os pacientes possuem um risco trombótico até sete vezes maior. “Pacientes com tromboses devem ser tratados com anticoagulantes, que são medicamentos que evitam a formação do trombo. Não é raro necessitar dessa quantidade de injeções quando o quadro ocorre no período gestacional, já que grávidas não podem usar o anticoagulante via oral, só o injetável”, conclui a médica. Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
Notícias Comprimido para emagrecimento em teste leva à perda de peso em 28 dias 27 de março de 2024 A farmacêutica Viking Therapeutics informou, nessa terça-feira (26/3), que a versão em comprimidos diários de seu medicamento para emagrecimento levou à redução de peso dos voluntários em apenas 28 dias. Batizado provisoriamente de VK2735, o medicamento foi desenvolvido para o tratamento de distúrbios metabólicos, como a obesidade. Os resultados apresentados… Read More
Notícias Anvisa divulga recomendações sobre uso de repelentes e inseticidas 10 de fevereiro de 2024 A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nota informativa, na sexta-feira (9/2), orientando a população sobre os produtos que funcionam para afastar o mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue. O Brasil já registrou mais de 408 mil casos prováveis da doença e 62 mortes apenas neste ano, segundo… Read More
Notícias Transplante de fezes da mãe deixa homem com sintomas da menopausa 16 de novembro de 2023 O canadense Charlie Curtis passou por efeitos colaterais inusitados enquanto realizava um tratamento para se recuperar da doença de Crohn. Ele tentou se livrar da inflamação intestinal realizando um transplante de fezes, procedimento no qual injetava pedaços de fezes de sua mãe em seu sistema digestivo. As aplicações foram feitas… Read More