Mulheres se tornam maioria entre os médicos no Brasil pela 1ª vez Ouvir 30 de abril de 2025 Dados da nova edição da Demografia Médica, divulgada nesta quarta-feira (30/4), revelam que até o fim de 2025 as mulheres passarão a representar 50,9% dos 635 mil médicos em atividade no Brasil. É a primeira vez que elas se tornam a maioria entre os profissionais. O crescimento da proporção de mulheres em cursos de medicina foi exponencial nas últimas décadas. Em 2010, a porcentagem era de 41%, mas elas já eram a maioria entre os estudantes de medicina (53,7%). A estimativa é que em 2035 elas correspondam a 56% da força de trabalho médica. Leia também Saúde Sudeste concentra 51% dos médicos brasileiros, mostra pesquisa do CFM Mirelle Pinheiro Médicos perseguidos: dissidentes de cooperativa do DF relatam ameaças Brasil Novo edital do Mais Médicos terá 2,2 mil vagas e cadastro reserva Saúde Erros médicos crescem mais de 500% em um ano, aponta levantamento Hoje, as mulheres representam 61,8% dos matriculados nos cursos de graduação em medicina. Apesar da predominância nas salas de aula, o domínio feminino ainda se concentra em apenas 20 das 55 especialidades médicas reconhecidas. Especialidades e desigualdades regionais A dermatologia aparece como a área com maior proporção de mulheres, com 80,6% de profissionais. A pediatria também apresenta forte presença feminina, com 76,8%. Já em urologia e ortopedia, os homens são maioria, com 96,5% e 92%, respectivamente. Em dezembro de 2024, o Brasil registrava 353.287 médicos com título de especialista, o equivalente a 59,1% do total. Ainda assim, o número de especialistas segue abaixo da média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é de 62,9%. Entre os médicos especialistas, mais da metade (50,6%) atua em apenas seis áreas: pediatria, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia, anestesiologia, cardiologia e ortopedia e traumatologia. O restante da população médica, 40,9%, é formado por generalistas: médicos com graduação, mas que não fizeram residência médica ou cursos reconhecidos. “O objetivo da pesquisa é fornecer uma base para o debate sobre os diversos desafios enfrentados pela medicina e pelo sistema de saúde. Queremos produzir e divulgar evidências que possam apoiar a formulação e execução de políticas públicas voltadas ao fortalecimento do SUS”, diz o professor Mário Scheffer, coordenador do estudo, docente do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). A proporção de mulheres na medicina cresceu e o CFM prevê que elas serão 56% dos médicos até 2025 Formação e residência médica O número de cursos de medicina também aumentou significativamente. Entre 2004 e 2013, foram criados 92 cursos, com 7.692 novas vagas. Já entre 2014 e 2024, esse número saltou para 225 cursos e 27.921 vagas. Além disso, faculdades existentes ampliaram a oferta. Apesar da expansão da graduação, a formação especializada ainda enfrenta limitações. Apenas 8% dos médicos em atividade cursavam residência médica em 2024. A maioria dos títulos (63,7%) foi obtida por meio da residência, o restante por exames das sociedades médicas. O tempo de espera para ingressar na residência também varia: 51,5% iniciam até um ano após a graduação, enquanto 4,7% aguardam mais de cinco anos. Distribuição desigual pelo país A distribuição dos médicos no território nacional também é marcada por desequilíbrios. Quarenta e oito cidades com mais de 500 mil habitantes concentram 31% da população e 58% dos profissionais. Já os municípios com menos de 50 mil habitantes, com a mesma fatia populacional, têm apenas 8% dos médicos. Há regiões inteiras com menos de um médico por mil habitantes, enquanto outras registram médias superiores a quatro por mil. Em 2035, a projeção é que a maior quantidade de médicos, proporcionalmente, esteja Distrito Federal, que terá 11,83 médicos por mil habitantes, seguido por Rio de Janeiro e São Paulo. Na outra ponta, o Maranhão deve registrar 2,43 médicos por mil habitantes em 2035, seguido por Pará, com 2,56, e Amapá, com 2,76. O Brasil deverá alcançar média nacional de 5,2 médicos por mil habitantes até aquele ano, ultrapassando a marca de um milhão de profissionais. Especialistas também concentrados A concentração de especialistas no Brasil revela desequilíbrios geográficos. Enquanto o Sudeste abriga 55,4% dos profissionais com especialização, o Norte conta com apenas 5,9%. A região Sul concentra 16,7%, o Nordeste 14,5% e o Centro-Oeste 7,5%. No Distrito Federal, 72,2% dos médicos são especialistas. O Rio Grande do Sul aparece em seguida, com 67,9%. Já em Rondônia e Piauí, as proporções caem para 46,5% e 45,1%, respectivamente. Os dados indicam maior presença de especialistas na rede privada. Cirurgias ocorrem mais na rede privada que no SUS Pela primeira vez, se avaliou na demografia médica a frequência de cirurgias. Proporcionalmente, pacientes com plano de saúde têm mais acesso a cirurgias do que os atendidos exclusivamente pelo SUS. O levantamento analisou os três procedimentos mais realizados no Brasil: remoção do apêndice, retirada da vesícula biliar e correções de hérnias da parede abdominal. A cirurgia para a retirada do apêndice entre os com plano foi de 100 para cada 100 mil habitantes, 34% a mais que os 74 para a mesma amostragem populacional realizadas no SUS. A cirurgia de retirada de visícula teve uma proporção 58% maior na rede privada e as de hérnia chegaram a 86% mais entre usuários de planos de saúde. Não se sabe a proporção de negros ou trans A avaliação demográfica, porém, não mostra diferenças raciais ou de orientação sexual e de gênero entre os médicos. A pesquisa é feita colhendo dados dos cadastros no CFM e estes dados não são perguntados. Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e no Canal do Whatsapp e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
Notícias Mulher passa por plástica para retirar pele, mas acorda com silicone 16 de novembro de 2023 Após viajar até o México para realizar uma cirurgia de remoção de pele flácida, a americana Kimberly McCormick está denunciando a clínica por ter feito outro procedimento completamente diferente. Quando acordou da anestesia geral, ela estava com silicone nos seios e um enxerto de gordura nos glúteos. O caso aconteceu… Read More
Anitta vai tirar veia que passa no meio da testa. Entenda procedimento 28 de junho de 2024 Em uma entrevista recente para um programa de televisão na Colômbia, a cantora Anitta compartilhou que planeja realizar um procedimento estético para remover a veia frontal da testa. Ela conta que a veia sempre a incomodou, e que se destaca quando ela expressa emoções. A cantora brincou que já está… Read More
Tricotar fortalece o cérebro e combate solidão, confirma estudo 3 de julho de 2025 Quem diria que agulhas e linhas poderiam ser tão poderosas? Um estudo publicado no British Journal of Occupational Therapy comprova que tricotar e costurar fazem bem à saúde mental. Em um mundo cada vez mais estressante, essas atividades surgem como terapia acessível. Elas aliviam a mente, exercitam habilidades e unem… Read More