Tanto o acidente vascular cerebral (AVC) quanto a demência atingem sobretudo as pessoas mais velhas, especialmente acima dos 65 anos. E, segundo o neurocirurgião e especialista em doenças cerebrovasculares Victor Hugo Espíndola, há uma relação intrínseca entre ambas as condições.
Segundo ele, a relação entre AVC e demência é complexa e multifacetada. Primeiramente, é importante entender que o AVC pode ser um fator de risco significativo para o desenvolvimento de demência, principalmente a demência vascular.
“Isso ocorre porque um AVC pode resultar em danos cerebrais que afetam áreas importantes para a cognição, como o córtex cerebral e as estruturas subcorticais”, afirma.
E, dependendo da localização e da extensão do acidente vascular, as consequências podem variar. “No entanto, é comum observar comprometimento cognitivo subsequente, que pode evoluir para demência ao longo do tempo”, diz o médico.

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O acidente vascular cerebral, também conhecido como AVC ou derrame cerebral, é a interrupção do fluxo de sangue para alguma região do cérebro
Agência Brasil

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O acidente pode ocorrer por diversos motivos, como acúmulos de placas de gordura ou formação de um coágulo – que dão origem ao AVC isquêmico –, sangramento por pressão alta e até ruptura de um aneurisma – causando o AVC hemorrágico
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Muitos sintomas são comuns aos acidentes vasculares isquêmicos e hemorrágicos, como: dor de cabeça muito forte, fraqueza ou dormência em alguma parte do corpo, paralisia e perda súbita da fala
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O derrame cerebral não tem cura, entretanto, pode ser prevenido em grande parte dos casos. Quando isso acontece, é possível investir em tratamentos para melhora do quadro e em reabilitação para diminuir o risco de sequelas
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Na maioria das vezes, acontece em pessoas acima dos 50 anos, entretanto, também é possível acometer jovens. A doença pode acontecer devido a cinco principais causas
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Tabagismo e má alimentação: é importante adotar uma dieta mais saudável, rica em vegetais, frutas e carne magra, além de praticar atividade física pelo menos 3 vezes na semana e não fumar
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Pressão alta, colesterol e diabetes: deve-se controlar adequadamente essas doenças, além de adotar hábitos de vida saudáveis para diminuir seus efeitos negativos sobre o corpo, uma vez que podem desencadear o AVC
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Defeitos no coração ou vasos sanguíneos: essas alterações podem ser detectadas em consultas de rotina e, caso sejam identificadas, devem ser acompanhadas. Em algumas pessoas, pode ser necessário o uso de medicamentos, como anticoagulantes
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Drogas ilícitas: o recomendado é buscar ajuda de um centro especializado em drogas para que se possa fazer o processo de desintoxicação e, assim, melhorar a qualidade de vida do paciente, diminuindo as chances de AVC
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Aumento da coagulação do sangue: doenças como o lúpus, anemia falciforme ou trombofilias; doenças que inflamam os vasos sanguíneos, como vasculites; ou espasmos cerebrais, que impedem o fluxo de sangue, devem ser investigados
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Além disso, segundo Victor Hugo, há evidências de que pessoas que têm um AVC têm um risco aumentado de desenvolver demência, mesmo que não apresentem sintomas cognitivos imediatos.
“Isso sugere que os processos patológicos que levam ao acidente vascular podem estar relacionados aos mecanismos subjacentes da demência”, enfatiza.
A questão do estilo de vida e o AVC
O médico lembra que um estilo de vida associado ao risco de AVC, como dieta pouco saudável, sedentarismo, tabagismo e hipertensão, também pode aumentar as chances de demência. Isso porque muitos dos fatores de risco para AVC também são fatores de risco para demência.
“Por exemplo, a hipertensão arterial pode danificar os vasos sanguíneos cerebrais, aumentando o risco de AVC e comprometendo o fluxo sanguíneo para o cérebro, o que por sua vez pode contribuir para o desenvolvimento de demência vascular. Da mesma forma, o tabagismo pode levar a danos nos vasos sanguíneos e inflamação sistêmica, que estão implicados no desenvolvimento de ambas as condições”, explica o especialista.
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