PEC do Plasma: entenda polêmica sobre venda de hemoderivados Ouvir 9 de outubro de 2023 Na última quarta-feira (4/10), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, por 15 votos a 11, a PEC do processamento de plasma humano. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 10/2022 permite que empresas do setor privado atuem na produção e comercialização de hemoderivados, produtos à base de sangue humano. A maior parte da classe médica teme que a PEC leve o país a um retrocesso, voltando aos tempos em que havia uma espécie de comercialização das doações sangue. “Estamos colocando a doação de sangue em risco. Transformando o sangue em mercadoria”, considera o presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Hisham Hamida. Ele representa os secretários municipais, um dos três pilares do Sistema Único de Saúde (SUS). O Ministério da Saúde e o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), os outros dois terços do SUS, também se posicionaram contra a PEC, assim como a Fiocruz. Leia também Distrito Federal Hemocentro de Brasília vê PEC de venda de plasma como grave retrocesso Brasil PEC que permite venda de plasma avança e ameaça soberania do SUS Brasil CCJ do Senado aprova projeto que autoriza venda de plasma humano Brasil No Senado, Padilha pede rejeição de projeto que prevê venda de plasma Em contrapartida, há quem acredite que a aprovação da PEC pode aumentar a disponibilidade de hemoderivados, a distribuição enfrenta problemas quando há falta de recursos estaduais. Outro efeito, de acordo com o grupo, seria aumentar a concorrência no setor, reduzindo o preço dos hemoderivados. Como é a distribuição hoje Atualmente, através da doação de sangue, os hemocentros conseguem fazer a separação do plasma em laboratório. Uma fração é destinada para fazer crioprecipitado (uma fonte concentrada de proteínas plasmáticas) para uso no próprio hemocentro; outra vai para estoques de transfusão dos hospitais; e uma terceira parte é enviada para a indústria farmacêutica, para a produção de medicamentos essenciais. Os medicamentos são muito importantes para pessoas que sofrem com doenças como hemofilia, câncer, aids, doenças renais e imunodeficiências. Hoje, todos os medicamentos de alto custo com hemoderivados são oferecidos gratuitamente pelo SUS e 100% dos pacientes são atendidos. Cerca de 30% dos hemoderivados ofertados pelo sistema público são resultado do fracionamento do plasma doado nos hemocentros e bancos de sangue do país, e o restante é importado. A previsão do Ministério da Saúde é de que a produção passe a 80% a partir de 2025, com a conclusão da planta da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás). Proposta de comercialização O secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, considera a eventual permissão legal para comercialização de plasma no Brasil um retrocesso. “Foi uma conquista do Brasil ter proibido a comercialização de sangue na nossa Constituição. Antigamente, tínhamos uma situação onde os brasileiros precisavam vender o próprio sangue para poder ter um prato de comida”, relembra. Na década de 1970, a venda do plasma humano era permitida no Brasil, o que atraia o interesse da população mais vulnerável, mas a falta de regulamentação levou a um aumento de casos de infecções transmitidas pela infusão de sangue que não passava pela triagem clínica adequada. A Constituição Federal de 1988 proibiu a prática após uma longa discussão. Atualmente, o sangue é coletado voluntariamente em hemocentros e bancos de sangue oficiais após avaliação. Gadelha acredita que a mudança pode desestimular a doação de sangue, levando até mesmo ao desabastecimento para transfusão, além de impactar nos insumos para processamento da Hemobrás. Esse fato também preocupa o chefe da Unidade Técnica da Fundação Hemocentro de Brasília. “O doador que vem hoje ao Hemocentro é um altruísta, sua motivação é unicamente a chance de ajudar outra pessoa. A partir do momento que se coloca uma relação comercial, pode-se mudar essa lógica”, diz. Plasma sanguíneo usado para produção de medicamentos Outro lado Para a Associação Brasileira de Bancos de Sangue (ABBS), que representa o setor privado, a principal vantagem da PEC 10/2022 é a possibilidade de a indústria atuar na coleta, processamento, disponibilização e distribuição de medicamentos feitos a partir do plasma. “Os esforços e direcionamentos da ABBS na aprovação da matéria não representam ameaça à doação de sangue ou à solidariedade da população brasileira, uma vez que a PEC do Plasma não tem essa intenção. O que realmente mudará é o custo para os contribuintes, que será reduzido. Ao invés de o governo adquirir hemoderivados a preços elevados do exterior, a iniciativa privada oferecerá estes medicamentos a preços mais acessíveis. Isso é um compromisso importante da iniciativa privada com a sociedade”, afirma a ABBS em nota. O que é o plasma sanguíneo? O plasma é um componente do sangue, um líquido amarelado que transporta plaquetas, glóbulos vermelhos e glóbulos brancos por todo o corpo. Apesar de ser composto principalmente por água, ele contém algumas proteínas – como a albumina e imunoglobulinas (anticorpos) –, vitaminas, sais, lipídios, hormônios e fatores de coagulação. Notícias
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