Radiação ultravioleta torna tratamento do câncer mais tolerável Ouvir 11 de março de 2025 A luta contra o câncer pode ser uma tortura, não há dúvida. Não é raro o corpo inteiro ser afetado durante o tratamento por quimioterapia, que, na pior das hipóteses, pode até ter que ser interrompido. Mas atualmente um diagnóstico de câncer não é mais necessariamente uma sentença de morte. Graças à medicina moderna, diferentes formas podem ser tratadas com sucesso, embora, é claro, quanto mais cedo o tumor for descoberto, maiores serão as chances de cura. Um estudo publicado na revista Cancer Cell em fevereiro reforça a esperança: pesquisadores do Hospital Universitário de Freiburg descobriram que a irradiação de células imunitárias com luz ultravioleta (UV) permite aos pacientes tolerarem melhor a oncoterapia: os efeitos colaterais são reduzidos significativamente, sem que o combate ao tumor seja prejudicado. Leia também Saúde Câncer: confira os tratamentos que mais avançaram em 2024 Saúde Câncer: médicos explicam os tratamentos mais usados contra a doença Saúde Novos tratamentos do câncer trazem desafios futuros, dizem médicos Saúde Câncer: estudo sugere tratamento que engana o corpo para atacar tumor Qual é o efeito da irradiação com UV no câncer? O estudo envolveu 14 pacientes dos hospitais universitários das cidades alemãs de Freiburg, Essen e Regensburg, que sofriam de vários tipos da doença, como melanoma, câncer de pulmão e da tireoide. Devido ao tratamento, eles desenvolveram colite (doença inflamatória intestinal), hepatite (inflamação do fígado), dermatite (reações inflamatórias da pele) ou uma combinação das três. Após a exposição à luz ultravioleta, os que sofriam de colite ficaram completamente curados, e 92% de todos os participantes relataram que seus sintomas inflamatórios tinham se reduzido significativamente. O número de pacientes foi pequeno, mas “a alta taxa de reação e o fato de que quase não houve efeitos colaterais” são notáveis, avalia Robert Zeiser, chefe do Departamento de Imunologia de Tumores e Regulação Imunológica do Centro Médico da Universidade de Freiburg. 9 imagens Fechar modal. 1 de 9 Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer é um dos principais problemas de saúde pública no mundo e é uma das quatro principais causas de morte antes dos 70 anos em diversos países. Por ser um problema cada vez mais comum, o quanto antes for identificado, maiores serão as chances de recuperação boonchai wedmakawand 2 de 9 Por isso, é importante estar atento aos sinais que o corpo dá. Apesar de alguns tumores não apresentarem sintomas, o câncer, muitas vezes, causa mudanças no organismo. Conheça alguns sinais que podem surgir na presença da doença Phynart Studio/ Getty Images 3 de 9 A perda de peso sem nenhum motivo aparente pode ser um dos principais sintomas de diversos tipos de cânceres, tais como: no estômago, pulmão, pâncreas, etc. Flashpop/ Getty Images 4 de 9 Mudanças persistentes na textura da pele, sem motivo aparente, também pode ser um alerta, especialmente se forem inchaços e caroços no seio, pescoço, virilha, testículos, axila e estômago FG Trade/ Getty Images 5 de 9 A tosse persistente, apesar de ser um sintoma comum de diversas doenças, deve ser investigada caso continue por mais de quatro semanas. Se for acompanhada de falta de ar e de sangue, por exemplo, pode ser um indicativo da doença no pulmão South_agency/ Getty Images 6 de 9 Outro sinal característico da existência de um câncer é a modificação do aspecto de pintas. Mudanças no tamanho, cor e formato também devem ser investigadas, especialmente se descamarem, sangrarem ou apresentarem líquido retido Peter Dazeley/ Getty Images 7 de 9 A presença de sangue nas fezes ou na urina pode ser sinal de câncer nos rins, bexiga ou intestino. Além disso, dor e dificuldades na hora de urinar também devem ser investigados RealPeopleGroup/ Getty Images 8 de 9 Dores sem motivo aparente e que durem mais de quatro semanas, de forma frequente ou intermitente, podem ser um sinal da existência de câncer. Isso porque alguns tumores podem pressionar ossos, nervos e outros órgãos, causando incômodos ljubaphoto/ Getty Images 9 de 9 Azia forte, recorrente, que apresente dor e que, aparentemente, não passa, pode indicar vários tipos de doenças, como câncer de garganta ou estômago. Além disso, a dificuldade e a dor ao engolir também devem ser investigadas, pois podem ser sinal da doença no esôfago DjelicS/ Getty Images Por que a oncoterapia fica mais tolerável O tratamento com luz é chamado de “fotoferese extracorporal” (ECP, na sigla em inglês). Na imunoterapia, o câncer é combatido com anticorpos, que se ligam a antígenos nas células cancerosas, mas também se acoplam a antígenos em células saudáveis em outras partes do corpo, o que pode provocar inflamações graves. Na ECP, o sangue de pacientes com câncer é coletado e as células imunológicas que contém são irradiadas com luz UV. O sangue tratado é então reinjetado, num ciclo semelhante ao da hemodiálise. As células irradiadas são absorvidas pelas do sistema imunológico, onde desencadeiam uma reação “que leva a um ‘apaziguamento’ do sistema imunológico”, explica Zeiser: “A absorção ocorre no tecido inflamado, não no tumor, daí a especificidade da terapia”. Desta forma, as reações inflamatórias são inibidas, enquanto os anticorpos podem continuar sua luta contra o câncer. Esse efeito é controlado pela adiponectina, uma molécula antes conhecida principalmente por seu papel na metabolização de gordura. Uma luta menos árdua A pesquisa sobre ECP no Centro Médico da Universidade de Freiburg foi chamada de fase 1b/2, “ou seja, um estágio muito inicial no qual, além da eficácia, o foco principal é a segurança da terapia”, explica Zeiser. Mais pesquisas são necessárias para que mais pacientes de câncer possam se beneficiar do procedimento. E os próximos passos já estão sendo planejados: um estudo complementar, com um número bem maior de participantes, escolhidos de maneira aleatória, será realizado em Freiburg. A equipe de pesquisa responsável pelo trabalho recém-publicado tem grandes esperanças para a ECP: “É provável que a descoberta torne a imunoterapia mais segura, porque os efeitos colaterais podem ser mais bem controlados. No entanto, o próximo estudo é importante para investigar isso em detalhes”, argumenta Robert Zeiser. Em outra área, a ECP já está sendo usada com sucesso: a radiação ultravioleta ajuda pacientes transplantados ao diminuir as reações de rejeição aguda ou crônica contra o novo órgão. No Reino Unido, por exemplo, o procedimento foi autorizado para essa finalidade. Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
“Dormiu e não acordou mais”, diz mãe de menina que morreu 1h após alta 2 de setembro de 2025 A Justiça inglesa concluiu, nesta semana, o inquérito que investigava a morte da pequena Shen’iyah Green, de seis anos. A criança faleceu menos de uma hora após receber alta de um hospital em Londres, em janeiro de 2019. Os médicos a diagnosticaram com gastroenterite sem considerar que os sinais podiam ser… Read More
Notícias Envelhecendo com Saúde: Dicas para um Envelhecimento Saudável 12 de julho de 202512 de julho de 2025 O envelhecimento é um processo natural que ocorre com o passar do tempo, e é importante abordá-lo de forma saudável para garantir uma vida longa e de qualidade. Neste artigo, vamos explorar dicas e estratégias para promover um envelhecimento saudável, melhorando a saúde física, mental e emocional. Alimentação Saudável Uma… Read More
Notícias Cientistas descobrem quando colesterol bom pode se tornar prejudicial 19 de dezembro de 2024 Pesquisadores do Hospital Metodista de Houston, nos Estados Unidos, descobriram que altas concentrações de um composto presente no HDL, também conhecido como colesterol bom, podem estar associadas a uma maior prevalência de doenças cardiovasculares. Estudos pré-clínicos feitos pela equipe indicaram que o HDL com alta concentração de colesterol livre é… Read More