Snus: apesar de ilegais, sachês de nicotina ganham usuários no Brasil Ouvir 25 de janeiro de 2025 Depois dos cigarros eletrônicos, os sachês de nicotina, conhecidos como snus, tem ganhado espaço no Brasil. Assim como os vapes, seu consumo é irregular no país, mas importadores vendem abertamente os sachês nas redes sociais em propagandas muitas vezes voltadas ao público jovem. A Vigilância Sanitária de Mato Grosso do Sul, por exemplo, apreendeu em 7 de janeiro um carregamento com 2.260 sachês de snus, cada um com 6,5 mg de nicotina cada. O cigarro convencional possui aproximadamente 1 mg de nicotina. Os sachês provavelmente vinham do Paraguai para consumo no Brasil. Leia também Saúde Usar vape equivale a carga de nicotina de 120 cigarros, diz pesquisa Celebridades Influencer tem mandíbula aumentada por uso de chicletes de nicotina Saúde Mulheres ficam dependentes de nicotina mais rápido, sugere estudo Saúde SUS passa a ter tratamento contra tabagismo e dependência de nicotina O que são os snus? Os snus são sachês são pequenas bolsas de celulose que contêm nicotina em pó saborizada. Eles são muito consumidos nos países nórdicos, onde são mais prevalentes que o cigarro branco. À nicotina são adicionadas essências de hortelã ou laranja, por exemplo. O produto é feito para ser colocado por baixo da língua, entre os lábios ou levemente mastigado para liberar aos poucos a nicotina. Boa parte dos produtos apreendidos são da marca ZYN, produzida pela Philip Morris e que foi recentemente aprovada para comercialização nos Estados Unidos. A recomendação de consumo da FDA é apenas para pessoas que já fumam e querem reduzir seu consumo de cigarro, mas os pneumologistas alertam que o produto ainda é extremamente nocivo. 2 imagens Fechar modal. 1 de 2 Snus apreendidos em vistoria da Vigilância Sanitária, provavelmente vindos do Paraguai Reprodução/Saúde/MS 2 de 2 Ao todo foram mais de dois mil sachês apreendidos Reprodução/Saúde/MS Riscos à saúde e dependência A nicotina, substância psicoativa presente em altas concentrações no snus, pode causar dependência e danos à saúde. Seu consumo está fartamente relacionado na literatura médica com o aumento de risco de câncer de boca, esôfago e estômago, além de problemas cardiovasculares e metabólicos. Em uma revisão sistemática de estudos sobre os impactos do snus na saúde, publicado em 2023 no International Journal of Cancer, o produto foi associado a um maior risco de desenvolvimento de tumores no esôfago, pâncreas, estômago e cólon retal. Outro estudo, publicado em 2022 na Dentistry Journal, indicou que o uso de snus levou a uma alteração na mucosa bucal mais intensa que a dos cigarros eletrônicos, afetando especialmente a região onde os sachês eram colocados. “Os marcadores encontrados possuíam sinais potencialmente pré-cancerígenos”, alertam os pesquisadores. Pneumologista alerta para malefícios De acordo com o pneumologista Ygor Mourão, que atende em Brasília, os sachês de nicotina são apenas mais uma forma da indústria de mascarar riscos do consumo de nicotina e não tem impactos efetivos na redução do consumo de cigarros, como eles costumam ser vendidos. “Os snus são mais uma tentativa de comercializar a nicotina de forma mais aceitável, assim como foi feito com os cigarros eletrônicos. No fim, os malefícios são comprovados e impactam a saúde pública de forma significativa. Os snus podem ser uma porta de entrada para os cigarros convencionais, principalmente entre jovens e pessoas que nunca experimentaram produtos derivados do tabaco”, afirma. Mourão também destaca que a nicotina é altamente viciante e prejudicial ao organismo. “Ela libera neurotransmissores como a dopamina, criando uma sensação temporária de prazer. Com o tempo, isso pode levar a transtornos de ansiedade, alterações cognitivas e problemas cardiovasculares, como aumento da pressão arterial e risco de infarto, diabetes, problemas gastrointestinais e deficiências imunológicas”, alerta. Impacto esportivo O pneumologista também chama atenção para o uso de snus por atletas de alta performance, como o jogador inglês Jamie Vardy, que foi visto usando a droga durante uma partida pela seleção inglesa. “Ver atletas consumindo esses produtos durante a prática esportiva é um contraponto preocupante. Mostra como a dependência pode afetar até mesmo quem deveria zelar pela saúde”, conclui Mourão. Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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