Você deixa tudo para depois? Saiba quando procrastinar é um problema Ouvir 1 de novembro de 2023 É difícil encontrar alguém que nunca tenha adiado uma tarefa essencial para fazer algo que nem era tão importante assim, nem fazia parte das obrigações para cumprir a rotina do dia. Geralmente, esse adiamento é para realizar atividades irrelevantes, como verificar o que há de novo na timeline das redes sociais, conferir se há mensagens no aplicativo de conversas, dar uma olhada nas notícias do dia, visitar uma promoção que apareceu em um anúncio ou, quem sabe, até comprar um livro sem ter terminado de ler o que está na cabeceira da cama. Quem nunca fez isso? Leia também Saúde Entenda por que a procrastinação pode indicar problemas de saúde Saúde Veja 5 hábitos comuns que podem prejudicar a sua saúde mental Saúde Ansiedade: saiba como identificar e lidar com o transtorno Saúde Conheça o chá de mulungu! Planta reduz estresse, ansiedade e insônia Nesta entrega, há outras atividades “desnecessárias”. Muitas vezes, esperamos que a motivação reapareça para conseguir terminar aquela atividade essencial que deixamos de lado para procrastinar. O nome disso pode parecer esquisito, mas procrastinar nada mais é do que deixar para depois, postergar, adiar para amanhã o que você deveria ou poderia terminar de fazer agora. A sabedoria popular já avisa: “Não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje”. “O ato de procrastinar é o comportamento repetido de deixar para depois o que você deveria ter feito hoje. A ideia é que a pessoa posterga uma atividade geralmente importante, não uma atividade irrelevante, e não tem motivação para voltar a fazê-la. A procrastinação não é um transtorno mental em si, mas, quando exagerada, pode sinalizar outros problemas de saúde mental”, explicou a neurocientista Karina Abrahão, professora de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O que leva uma pessoa a procrastinar? Segundo o psiquiatra Elton Kanomata, do Hospital Israelita Albert Einstein, vários motivos podem levar à procrastinação, mas nem sempre o ato de procrastinar é ruim – ele pode até ser benéfico, se envolver uma melhora da produtividade, por exemplo. “Muitas vezes encaramos a procrastinação como algo negativo, mas não necessariamente é. Há casos em que a pessoa está muito cansada, estressada, o que leva a uma inflexibilidade cognitiva, uma limitação da criatividade. Se ela adiar aquela determinada tarefa, o resultado será melhor, mais produtivo. Nesse caso, a procrastinação não foi um ato ruim”, explica. Kanomata reforça que o ato de procrastinar não é considerado um transtorno mental, mas ressalta que, quando esse comportamento é realizado com muita frequência e de forma a atrapalhar a rotina da pessoa, pode sinalizar um sintoma em meio a um conjunto de outros sinais que podem levar ao diagnóstico de um transtorno mental, como o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), ansiedade generalizada ou depressão. “O ato de procrastinar é um dos itens a serem preenchidos no critério diagnóstico de TDAH, mas o diagnóstico não se restringe a isso. Procrastinar não é sinônimo de TDAH e muitos outros transtornos podem ter a procrastinação como sintoma, sendo os mais clássicos a depressão e o transtorno de ansiedade generalizada. Na depressão, por exemplo, a pessoa tem um comprometimento da vontade de fazer algo, falta de energia e disposição. Isso faz com que ela não sinta motivação para realizar determinada atividade – e isso vai levar ao ato de procrastinar”, explicou o médico. Segundo o psiquiatra, existem estudos comportamentais a respeito da procrastinação e diversas maneiras para se explicar esse comportamento. Mas, do ponto de vista neurobiológico, Kanomata diz que ainda não se pode afirmar que exista algum tipo de alteração estrutural ou de funcionamento do cérebro que leve ao ato de procrastinar. De acordo com Abrahão, a procrastinação normalmente está relacionada com o nível de exigência e cansaço que as pessoas vivem atualmente. “Nosso organismo foi criado originalmente para procurar comida e cuidar da prole. Mas hoje temos uma vida urbana, com muitas tarefas, compromissos e preocupações. O excesso de tarefas nos faz procrastinar por cansaço”, avalia a neurocientista. ***desenho-saúde-mental Reconhecer as dificuldades e buscar ajuda especializada são as melhores maneiras de lidar com momentos nos quais a carga de estresse está alta Getty Images ***foto-mulher-chora-sentada-na-cama Mas como saber quando buscar ajuda? A qualidade da saúde mental é determinada pela forma como lidamos com os sentimentos Getty Images ***foto-casal-abraçado-sorrindo Pessoas mentalmente saudáveis são capazes de lidar de forma equilibrada com conflitos, perturbações, traumas ou transições importantes nos diferentes ciclos da vida. Porém, alguns sinais podem indicar quando a saúde mental não está boa Getty Images ***foto-idosa-com-insônia Insônia, depressão e estresse elevam risco de arritmia cardíaca pós-menopausa Getty Images ***foto-homem-estressado Estresse: se a irritação é recorrente e nos leva a ter reações aumentadas frente a pequenos acontecimentos, o sinal vermelho deve ser acionado. Caso o estresse seja acompanhado de problemas para dormir, é hora de buscar ajuda Getty Images ***foto-idosos-dão-gargalhadas Além de fatores genéticos, a longevidade pode estar associada à quantidade de vezes que a pessoa ficou doente Getty Images ***foto-quebra-cabeça-de-cérebro Lapsos de memória: se a pessoa começa a perceber que a memória está falhando no dia a dia com coisas muito simples é provável que esteja passando por um episódio de esgotamento mental Getty Images ***foto-mulher-quer-comer-doce-de-geladeira Alteração no apetite: na alimentação, a pessoa que come muito mais do que deve usa a comida como válvula de escape para aliviar a ansiedade. Já outras, perdem completamente o apetite Getty Images ***foto-mulher-com-autoestima-admira-sombra Autoestima baixa: outro sinal de alerta é a sensação de incapacidade, impotência e fragilidade. Nesse caso, é comum a pessoa se sentir menos importante e achar que ninguém se importa com ela Getty Images ***foto-homem-com-as-mãos-sujas Desleixo com a higiene: uma das características da depressão é a perda da vontade de cuidar de si mesmo. A pessoa costuma estar com a higiene corporal comprometida e perde a vaidade Getty Images ***foto-mulher-isolada-e-triste Sentimento contínuo de tristeza: ao contrário da tristeza, a depressão é um fenômeno interno, que não precisa de um acontecimento. A pessoa fica apática e não sente vontade de fazer nada Getty Images ***foto-mulher-em-consulta-com-psicóloga Para receber diagnóstico e iniciar o tratamento adequado, é muito importante consultar um psiquiatra ou psicólogo. Assim que você perceber que não se sente tão bem como antes, procure um profissional para ajudá-lo a encontrar as causas para o seu desconforto Getty Images Voltar Progredir 0 Saúde mental Kanomata ressalta que o risco da procrastinação exagerada é levar para uma pessoa que já possui algum nível de sofrimento, de ansiedade ou de estresse a aumentar esses níveis e ficar ainda mais ansiosa, com sentimento de culpa, de frustração. “Nos tempos atuais, existe muita cobrança de produtividade no trabalho, o nosso tempo é algo muito valioso. Temos que otimizar ao máximo o nosso tempo para darmos conta de fazer tudo. Quando procrastinamos, isso pode gerar uma perda de produtividade e de eficiência que vai levar a mais estresse, mais ansiedade, mais frustração. Consequentemente isso pode levar ao adoecimento mental pelo estresse crônico”, alertou o psiquiatra. Como a procrastinação não é uma doença, não existe tratamento farmacológico para esse comportamento. No entanto, se a procrastinação se tornar algo prejudicial, resultando em algum grau de disfuncionalidade e sofrimento mental, é aconselhável buscar a ajuda de um psicólogo para avaliar e compreender os motivos desse comportamento. Somente quando a procrastinação atingir um nível significativo de incapacidade, resultando no diagnóstico de algum transtorno mental, pode haver a necessidade de intervenção farmacológica. (Agência Einstein) Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
Quem tem varizes pode fazer viagens longas? Médico explica 12 de janeiro de 2024 A chegada das férias é um dos momentos mais esperados do ano, em que muitas pessoas aproveitam para viajar. No entanto, viagens longas de carro, ônibus ou avião podem trazer complicações para quem sofre de varizes. As varizes são veias dilatadas e sinuosas que surgem nos membros inferiores e provocam… Read More
Notícias Peso dos pais pode influenciar obesidade dos filhos na vida adulta 8 de março de 2024 A obesidade é uma doença multifatorial, e até o peso dos pais pode influenciar no risco de desenvolver a condição no futuro. Pesquisadores noruegueses observaram que adultos de meia-idade, entre 36 e 64 anos, têm seis vezes mais probabilidade de serem obesos se os pais também estavam acima do peso… Read More
Compartilhar maquiagem faz mal? Especialista explica riscos 29 de janeiro de 2024 É comum, quando amigas se encontram, pedir algum item de maquiagem emprestado para a outra. Isso acontece no caso do batom, já que muitas esquecem de levá-lo na bolsa, porém também pode se estender para itens como base, blush, rímel e delineador. No entanto, essa prática não é recomendada. De… Read More