Estudo brasileiro acha microplástico em placentas e cordões umbilicais Ouvir 25 de julho de 2025 Pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) encontraram microplásticos em todas as amostras de placenta e cordão umbilical analisadas durante um estudo feito em Maceió. A pesquisa, pioneira na América Latina, foi publicada nesta sexta-feira (25/7) na revista da Academia Brasileira de Ciências. No total, foram coletadas 229 amostras de plástico em tecidos de dez mulheres atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Entre as amostras, 110 estavam nas placentas e 119 nos cordões umbilicais. As análises mostraram que oito das 10 gestantes apresentaram mais partículas no cordão umbilical do que na própria placenta. A constatação indica que os microplásticos não apenas atravessam a barreira placentária como se acumulam em estruturas diretamente ligadas ao feto. Leia também Ciência Entenda por que microplásticos são tão perigosos para os oceanos Saúde Embalagens de alimentos liberam microplásticos nas refeições. Entenda Ciência Microplásticos: minúsculos no nome, gigantescos no problema Claudia Meireles Estudo revela altos níveis de microplásticos no cérebro; médico alerta O que são microplásticos? Os micro e nanoplásticos são fragmentos minúsculos que se desprendem de objetos plásticos ao longo do tempo ou com o uso, como aquecimento, abrasão e lavagem. Eles já foram detectados em alimentos, no ar, na água e até no corpo humano, incluindo em órgãos vitais e na placenta. Testes com camundongos também identificaram essas partículas nos fetos, levantando preocupações sobre os impactos ainda desconhecidos na saúde. Estudo reforça alerta sobre o contato com microplásticos A maioria dos compostos identificados foi de polietileno, comum em embalagens de alimentos, e poliamida, presente em tecidos sintéticos. As partículas alcançaram até 120 micrômetros de profundidade nas vilosidades da placenta, demonstrando penetração relevante. A equipe também detectou microplásticos de poliestireno em tecido placentário saudável. Essas partículas foram cercadas por filamentos de actina, indicando que o corpo pode estar internalizando os plásticos por mecanismos ativos. Segundo os autores, não foram observadas fissuras ou danos visíveis na barreira placentária. Isso sugere que a passagem do plástico não rompe a integridade do sinciciotrofoblasto, a camada que protege o feto. Microplásticos se concentram no organismo e dificilmente são eliminados Possíveis efeitos na formação do bebê De acordo com o pesquisador Alexandre Urban Borbely, líder da investigação, os microplásticos não apenas chegam ao feto, mas podem afetar o desenvolvimento dele. O grupo da UFAL já demonstrou em laboratório que essas partículas alteram o metabolismo da placenta e aumentam a produção de radicais livres. “Publicamos um estudo com células e tecidos humanos mostrando que os plásticos de poliestireno passam com facilidade pela barreira placentária e causam alterações no metabolismo dessa placenta e na produção de radicais livres, o que também é um indício de que vai afetar o desenvolvimento do bebê”, afirmou Borbely em entrevista à Agência Brasil. A próxima etapa da pesquisa vai analisar 100 novas gestações e investigar possíveis relações entre a presença de microplásticos e complicações como prematuridade ou baixo peso ao nascer. O estudo conta com apoio da Finep e do Ministério da Ciência e Tecnologia. Fontes da contaminação ainda são diversas A origem das partículas varia. Os pesquisadores destacam o consumo de água mineral em galões, que absorve plásticos com mais facilidade sob luz solar. A ingestão de frutos do mar, especialmente moluscos, também é apontada como via importante de exposição. “A grande maioria dos estudos é feita em países desenvolvidas. Então, a gente quis trazer para a realidade da nossa população. Os plásticos são formados de polímeros diferentes que mudam conforme o local “, conclui Borbely. Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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