Conitec rejeita incluir Wegovy e Saxenda no SUS: “Alto custo” Ouvir 21 de agosto de 2025 A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) rejeitou, nesta quarta-feira (20/8), a inclusão dos medicamentos Wegovy e Saxenda na lista de remédios distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ambos remédios são produzidos pela farmacêutica Novo Nordisk. A empresa pleiteava o uso do Saxenda (liraglutida) para o tratamento de pacientes com obesidade e diabetes tipo 2 e do Wegovy (semaglutida) para pessoas a partir dos 45 anos com obesidade e doença cardiovascular. Leia também Saúde EUA aprova uso do Wegovy para tratar doença hepática grave Saúde Canetas emagrecedoras: veja diferenças entre Wegovy, Mounjaro e Olire Saúde Wegovy e Mounjaro podem afetar o funcionamento do anticoncepcional Saúde Ozempic e Wegovy podem reduzir risco de demência, mostra estudo Alto custo barra incorporação de Wegovy e Saxenda A deliberação da Conitec confirmou o parecer técnico publicado em maio que aconselhava a não incorporação, em grande parte pelos altos custos que o Wegovy e o Saxenda trariam aos cofres públicos. O impacto orçamentário estimado da semaglutida chega a R$ 380 milhões no primeiro ano e poderia alcançar R$ 3,7 bilhões em cinco anos ou até R$ 6,8 bilhões, variando em um cenário de 20% a 70% de adesão entre os cerca de 150 mil pacientes elegíveis. Em alguns casos, o custo por caneta de Wegovy chegaria a R$ 1,4 mil. No caso da liraglutida, foi estimado que mais de 400 mil pacientes estariam elegíveis para uso ao ano. Em cinco anos, o impacto no orçamento poderia ir de R$ 1,2 bilhões até R$ 2,5 bilhões. O relatório indica que os ganhos econômicos com a maior qualidade de vida dos pacientes não chegariam a 10% de recuperação do valor investido. Consulta pública e restrições atuais Além dos custos de incorporação de ambos medicamentos, a Conitec indica que no caso do Saxenda havia divergências metodológicas que impediam comparações dos estudos que foram apresentados para indicar benefícios dos remédios. Já no caso do Wegovy, além dos custos, pesaram na negativa “a incerteza do tempo de uso da semaglutida”, já que o tratamento com este remédio deve ser contínuo. O colegiado também citou a necessidade de acompanhamento multidisciplinar com psicólogos e nutricionistas durante o tratamento como outro desafio para incorporar a tecnologia ao SUS. Mesmo após a recomendação negativa, a Conitec abriu consulta pública para ouvir profissionais de saúde e a sociedade civil sobre o uso dos remédios no SUS, recebendo centenas de contribuições. Por enquanto, a semaglutida não está disponível em nenhum serviço público do país. Já a liraglutida é usada em programas municipais de Goiás e Espírito Santo, além do Distrito Federal. 7 imagensFechar modal.1 de 7 Remédios com semaglutida, como Ozempic e Wegovy, são usados para o tratamento de sobrepeso e obesidade Getty Images2 de 7 O Wegovy, no geral, não interage tanto com outros medicamentos que já fazem parte da rotina de algumas pessoas Getty Images3 de 7 O Ozempic foi aprovado para o tratamento de diabetes tipo 2 em janeiro de 2019 no Brasil Getty Images4 de 7 O Ozempic é um medicamento para controlar a diabetes, mas leva também à perda de peso. Uma dose mais alta do mesmo principio ativo, esta sim vendida para combater a obesidade, é vendida sobre o nome de Wegovy Shutterstock5 de 7 A perda de peso é um efeito colateral das medicações Reprodução6 de 7 O Ozempic é um remédio usado de forma “off label” para perda de peso Getty Images7 de 7 Os efeitos colaterais decorrentes da semaglutida incluem náuseas, vômitos, constipação e diarreia Getty Images A decisão ocorre em meio ao aumento da procura por canetas injetáveis de emagrecimento no Brasil. No entanto, especialistas destacam que o tratamento exige continuidade e monitoramento. A interrupção pode levar ao reganho de peso, o que aumenta a complexidade do acompanhamento. Outro lado A Novo Nordisk, fabricante dos remédios avaliados pela Conitec, afirmou que os estudos disponíveis comprovam a eficácia de seus tratamentos, mas ressalta que entende que os custos possam parecer elevados quando tomados como medida de saúde pública. “A Novo Nordisk compreende que o histórico subfinanciamento do SUS, somado ao contexto de desequilíbrio fiscal, restrições orçamentárias e obsolescência dos mecanismos de incorporação vigentes atualmente, impõem desafios para oferta de tecnologias inovadoras de saúde à população em nível nacional, mesmo quando estas são evidentemente custo-efetivas”, afirmou em nota divulgada nesta quinta-feira (21/8). A empresa destacou como positivas as iniciativas de estados e de municípios que criaram seus próprios sistemas de combate à obesidade e que tem distribuído a liraglutida para a população e estudam a adoção do Wegovy. “A empresa seguirá dialogando com o Ministério da Saúde, estados, municípios e demais potenciais parceiros, construindo soluções alternativas, tecnicamente viáveis e sustentáveis, para atender as necessidades de saúde da população brasileira”, conclui o texto. Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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