Pequi: o “ouro do Cerrado” que pode proteger rins, coração e fígado Ouvir 22 de setembro de 2025 Na culinária da região central do país, o pequi move paixões. Há quem não suporte nem o cheiro do fruto amarelo, mas também há um time de pessoas que não dispensa o sabor marcante dele para acompanhar as refeições. Para este segundo grupo, as notícias são boas: estudos recentes têm revelado cada vez mais benefícios à saúde da inclusão do “ouro do Cerrado” na dieta. Um estudo publicado em abril no periódico Plant Foods for Human Nutrition, por exemplo, indicou que óleo preparado com o alimento pode ter efeitos benéficos para prevenir e até ajudar a tratar doenças nos rins, incluindo a doença renal crônica (DRC). Para Vivian Serra da Costa, nutricionista sênior do Hospital Municipal Iris Rezende Machado – Aparecida de Goiânia (HMAP), unidade pública em Goiás administrada pelo Einstein Hospital Israelita, o estudo mostra dados animadores. “Ao ser testado em ratos, o óleo de pequi foi capaz de reduzir marcadores de inflamação sistêmica e proteger o tecido renal de lesões induzidas por toxinas ou doenças metabólicas. É um dado relevante, mas se trata de um modelo experimental em animais e é preciso ainda aprofundar as pesquisas em humanos para entender como ocorre esta ação nefroprotetora”, afirma. Leia também Brasil Cidade faz maior “panelaço de arroz carreteiro de pequi” do Brasil Brasil Pequi sem espinhos: 50 mil inscritos aguardam mudas. Veja prazos Brasil Vídeo: goiana vence torneio após roer quase 90 pequis em 10 minutos Gastronomia Arroz com pequi: conheça o prato brasileiro com o fruto do Cerrado Além de analisar o impacto para os rins, o levantamento reuniu evidências sobre a ação antioxidante e anti-inflamatória do pequi para a saúde. Esses compostos já haviam sido apontados em análises anteriores feitas em animais como potenciais protetores cardiovasculares, segundo um estudo de 2017, e como redutores do colesterol LDL, o colesterol ruim, em uma análise de 2020. Uma análise de 2016 chegou a sugerir efeitos do óleo de pequi para reduzir lesões causadas pelo câncer no fígado. A nutricionista Vanessa Freitas, coordenadora de nutrição do Hospital Estadual de Urgências de Goiás (HUGO), unidade pública também gerida pelo Einstein em Goiânia, alerta que, apesar dos benefícios, o alimento não deve ser pensado como substituto de tratamentos. “Sabemos que o pequi possui ação antioxidante e tem gorduras com ação cardioprotetora. Então sabemos que indiretamente ele pode favorecer a saúde vascular. Ainda não temos evidências robustas dos efeitos protetores para o fígado ou do impacto nos rins, especialmente pensando que o pequi in natura é rico em potássio, que pode ser prejudicial a pacientes com DRC”. Por isso, ela ressalta que os efeitos do consumo devem ser avaliados caso a caso, sempre com acompanhamento e orientação de profissionais de saúde. Afinal, faz bem comer pequi? De cor amarela intensa e caroço recoberto por espinhos, o pequi exige cuidado no consumo, mas é amplamente usado na culinária regional em preparos como conservas, óleos e o tradicional arroz com pequi. Além do valor cultural, destaca-se por ser fonte de gorduras boas, carotenoides, vitamina E, fibras e minerais como potássio, magnésio e cálcio. A nutricionista Gabrieli Comachio, conselheira do Conselho Regional de Nutrição da 1ª Região (CRN-1), os bioativos do pequi, entre eles betacaroteno, luteína e zeaxantina, fazem dele um aliado da saúde. Ela lembra, porém, que uma dieta equilibrada depende da variedade de nutrientes, não de um único alimento. “O pequi é um alimento funcional com propriedades interessantes à saúde humana em todas as fases da vida, mas é importante lembrar que, por melhores propriedades que um alimento apresente, consumir isoladamente e em abundância não é capaz de suprir todas as necessidades do organismo. A nossa saúde depende da sinergia entre diferentes nutrientes, e não de um único composto”, afirma. Segundo as especialistas consultadas pela Agência Einstein, o pequi pode ser um aliado da saúde quando consumido em uma alimentação equilibrada. Suas vitaminas A e E reduzem riscos cardiovasculares e preservam a visão; as fibras beneficiam o intestino e aumentam a sensação de saciedade; e seus nutrientes ainda contribuem para manter o colesterol sob controle. Melhor forma de consumo Do ponto de vista nutricional, a melhor forma de consumir o pequi é in natura. No entanto, como ele costuma ser utilizado em pratos cozidos ou fritos, a recomendação é acrescentá-lo apenas no final do preparo, mantendo-o aquecido por pouco tempo para preservar suas propriedades. Já o congelamento da polpa é uma boa alternativa para conservar a maioria das vitaminas e garantir o consumo mesmo fora da temporada. É importante, porém, ter cautela ao provar o fruto: seu caroço é recoberto por espinhos finos que podem causar lesões se mordidos. Embora reações alérgicas sejam raras, elas podem acontecer. Por ser bastante calórico, o pequi também exige moderação em dietas voltadas ao controle de peso. O mesmo vale para o óleo extraído do fruto — o ideal é limitar o uso a 1 a 2 colheres de chá (5 a 10 ml) por dia e evitar empregá-lo em frituras. Fonte: Agência Einstein Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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