Mulher não aguentava beber água após complicações na bariátrica: ‘Médico grampeou demais o meu estomago’ Ouvir 14 de novembro de 2025 A autônoma Mirelli Souza, 22 anos, passou a vida inteira recorrendo a métodos para emagrecer, mas nunca conseguiu perder o peso que precisava. Aos 19, ela decidiu realizar uma cirurgia bariátrica. No entanto, o que era para ser uma solução para sua saúde, acabou tornando-se um problema: o médico que fez a operou grampeou demais seu estomago, e isso quase custou sua vida. Ela explicou o motivo de ter decidido passar pela cirurgia: “A decisão da bariátrica aconteceu quando estava com pré-diabetes e via que apenas com dietas não seria capaz de sair daquele quadro. Eu ficada desesperada ao pensar com que peso eu iria chegar no futuro. Também teve bastante pressão por parte da minha família”, declarou à Marie Claire. Ao completar 18 anos, em 2020, Mirelli procurou um cirurgião indicado. Iniciou os exames pré-operatórios e consultas com profissionais de outras especialidades exigidas para fazer a operação. “Esse processo demorou um ano e, no meio disso, ainda teve a pandemia. Então, atrasou ainda mais o procedimento”, recordou. O cirurgião indicou o método sleeve, com a justificativa de que era uma paciente com histórico de muitas dietas frustradas e que apresentava dificuldade para comer de forma saudável. “Caso eu engordasse tudo de novo, conseguiria reverter o procedimento cirúrgico”, explicou. O procedimento parecia ter corrido bem, uma vez que Souza permaneceu no centro cirúrgico dentro do tempo previsto. “Fiquei dois dias no hospital recebendo algumas vitaminas na veia e soro, mas sem nenhum tipo de alimento via oral, nem água. Comecei a dieta líquida quando fui para casa, só que sentia muito enjoo. Achei que era frescura da minha cabeça, mas passei a sentir isso até mesmo tomando água. Nada parava no meu estômago”, relatou. Ela retornou à clínica do médico e ele realizou uma endoscopia. O profissional reforçou que não havia nada de errado e receitou apenas um complexo de vitaminas na veia. “Ele falou que de fome eu não morreria, que logo voltaria ao normal e conseguiria ingerir os líquidos”, lembrou. A ausência de água e de outros líquidos começou a gerar consequências graves rápidas no organismo da paciente. Souza passou a ir com frequência para a emergência para receber morfina por dor de pedra no rim. “Fiquei três meses praticamente sem conseguir me alimentar e nem beber nada. A pedra não expeliu sozinha, então, tive que fazer duas cirurgias porque logo que uma saiu, outra se formou”, desabafou. A jovem procurou outro gastroenterologista para entender o que estava acontecendo e encontrou um que se propôs a ajudar mesmo não sendo o responsável pela bariátrica. “Ele ficou assustado com a minha situação. Ele fez uma endoscopia e viu que o primeiro médico tinha grampeado demais meu estômago, o que formou uma estenose (estreitamento) e, por isso, nada parava dentro de mim. Primeiro, ele tentou colocar um balão gástrico para alargar o local, mas eu não reagi bem. Então, a solução que teria era reverter a cirurgia bariátrica para bypass”, disse, O método sleeve consiste em remover 80% do estômago, sem alterar a rota do alimento, o que limita a quantidade de comida que o indivíduo consegue ingerir. Além disso, há a questão metabólica, uma vez que a parte removida está ligada diretamente à produção de grelina, hormônio do apetite. Logo, é esperado que o paciente tenha menos fome e maior saciedade com esse tipo de cirurgia. No caso do procedimento by-pass, cria-se uma pequena bolsa gástrica no topo do estomago, conectando-a diretamente ao intestino delgado. Portanto, muda-se a rota do alimento e a capacidade de ingestão do indivíduo. Os dois métodos são efetivos, mas devem ser escolhidos de acordo com cada caso do paciente. Piora significativa Após a realização da by-pass, a jovem ficou dois dias na UTI e logo foi liberada para o quarto. Novamente, a recuperação parecia correr de maneira positiva. “Chegando no quarto, eu estava estranha. Quase não falava e meus familiares diziam que eu estava com o olho esbugalhado, parecendo assustada. Após um dia internada, tive duas convulsões de 30 minutos cada. Cheguei a tirar a mandíbula do lugar de tanta força que fiz. Levaram-me imediatamente para a UTI, onde fiquei por um mês”, comentou. A paciente teve uma perda gradativa dos movimentos durante a internação na unidade intensiva. Ela passou a usar fralda, bolsa de colostomia e perdeu os movimentos das pernas e dos braços. O psiquiatra do hospital lidava com o caso como se tudo não passasse de algo psicológico ou psiquiátrico. “Era como se eu estivesse fazendo birra. Ele chegou até pedir para me botarem em pé, mas, como esperado, eu caí no chão”, contou. Mesmo assim, Souza ainda ficou dois meses no hospital com dores neuropáticas sendo tratadas com medicamentos psiquiátricos, com a justificativa de que seu quadro era mental. Três meses internada e sem perceber evolução, a autônoma pediu para ir para casa e foi liberada. Fiquei uma semana em casa com muita dor e sem mexer nem perna e nem braço. Falei para a minha irmã que preferia morrer do que ficar naquela situação”, relatou. A irmã de Mirelli, angustiada com a situação, a levou para um hospital na cidade vizinha de onde moram, Blumenau. Em três dias, Souza foi diagnosticada com síndrome de Guillain-Barré e síndrome de Wernicke. “A síndrome de Guillain-Barré é uma doença autoimune que afeta o sistema nervoso periférico. Ela ocorre quando o sistema imunológico, que normalmente defende o corpo contra infecções, ataca por engano os nervos periféricos. Isso pode causar fraqueza muscular e, em casos graves, paralisia”, explica o neurologista Diogo Haddad, coordenador do centro especializado em neurologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, também à revista. A causa da síndrome ainda é desconhecida, mas é comum que ela se desenvolva após um quadro de infecção. Segundo Mirelli, a bariátrica causou desnutrição, que, por sua vez, favoreceu uma infecção hospitalar e a convulsão, além da síndrome de Guillain-Barré. “Para a síndrome e para aliviar as dores neuropáticas grandes que eu tinha, tive que entrar com o remédio imunoglobulina humana, um remédio de alto custo. Senti um pontinho de esperança de viver com menos dor. Eu tinha espasmos musculares de 15 em 15 segundos”, afirmou. Já a síndrome de Wernicke é “uma condição neurológica causada pela deficiência de tiamina (vitamina B1)”, segundo Haddad. “Ela afetou minha coordenação, fala e visão. No entanto, hoje em dia só tenho a fala um pouco mais lenta”, comenta Souza. Já em casa, a jovem há tinha voltado a comer, até que os episódios de ânsia de vômito voltaram. No entanto, dessa vez, ela reconhecia o fundo psicológico da situação. No hospital, foi diagnosticada com escorbuto, doença causada pela deficiência de vitamina C. Ela passou mais dois meses internada para que a equipe médica pudesse tanto dar atenção para sua alimentação quanto para o seu viés psicológico. “Voltei para a casa no final de 2022. Comecei a me alimentar cada vez melhor e tive força de vontade para enfrentar tudo o que perdi. Comecei fisioterapia domiciliar e entrei com o pedido para fazer a artrodese do meu pé para voltar ficar de pé”, relatou. A artrodese foi necessária porque Souza ficou mais de um ano na cama nessas idas e vidas ao hospital, o que fez com que seus pés entortassem. O procedimento cirúrgico aconteceu no final de 2023. “Eu dava alguns passos no andador, mas minha principal locomoção era a cadeira de rodas. Comecei 2024 pegando firme nas fisioterapias, focando em ganhar massa muscular. No meio do ano, saí da cadeira de rodas para o andador”, lembra. O objetivo deste ano é ir para as muletas. Com a recuperação evoluindo, a jovem conseguiu chegar aos 55 quilos e realizou as cirurgias reparadoras em novembro de 2024. Ao ser questionada se estava arrependida por ter feito a bariátrica, Souza refletiu: “Eu me arrependo de não ter pesquisado mais sobre o médico que escolhi e sobre a seriedade que é a cirurgia bariátrica. O especialista fez parecer que seria algo simples e era minha primeira cirurgia da vida, então, confiei em tudo que ele me disse”. Você conhece história parecida com a de Mirelli? Comente abaixo! Note: There is a rating embedded within this post, please visit this post to rate it. Beleza
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