Câncer colorretal: mais de 60% dos casos diagnosticados são avançados Ouvir 27 de novembro de 2025 O Brasil enfrenta um problema grave no diagnóstico do câncer colorretal (CCR): a maioria dos pacientes só descobre a doença quando ela já está em estágio avançado. Um levantamento divulgado nesta quinta-feira (27/11) pela Fundação do Câncer revela que mais de 60% dos casos registrados entre 2013 e 2022 foram identificados tardiamente — e, dentro desse grupo, 50% estavam em estágio 4, com metástase, enquanto 25% estavam em estágio 3. O estudo, publicado no relatório Info Onco Collect 2025 – Volume 10, analisou cerca de 177 mil casos de CCR no país e apontou que apenas uma pequena parcela chega ao consultório ainda na fase inicial. O cenário motivou um alerta contundente do cirurgião oncológico Luiz Augusto Maltoni, diretor-executivo da Fundação do Câncer, que classificou os números como “uma catástrofe”. Leia também Saúde O perigoso elo entre obesidade e o câncer colorretal Saúde Mortes por câncer colorretal devem crescer 36% até 2040, diz estudo Ponto de vista Quando a comoção vira alerta: por que o câncer colorretal atinge cada vez mais jovens Saúde Exame de sangue nas fezes é opção para rastrear câncer colorretal Ele explica que o ideal seria que o diagnóstico acontecesse antes mesmo de o tumor se formar, na fase de pólipos e lesões precursoras, o que permitiria interromper a evolução da doença. Para isso, no entanto, é necessário ampliar o rastreamento e garantir acesso aos exames, especialmente para a população mais vulnerável. Atualmente, o exame inicial recomendado no rastreamento do CCR é o teste de sangue oculto nas fezes, que deve ser seguido pela colonoscopia quando há alterações. O problema é que, no Brasil, essas estratégias costumam começar apenas aos 50 anos, uma idade considerada tardia diante do aumento de casos entre pessoas de 45 a 60 anos. A própria Fundação do Câncer defende antecipar o início do rastreamento para 45 anos ou até 40, alinhando o país às recomendações internacionais mais recentes. Outro obstáculo importante está nas desigualdades sociais. Quase metade dos pacientes diagnosticados têm apenas ensino fundamental, o que indica dificuldades de acesso, falta de informação sobre sintomas e barreiras na realização de exames preventivos. A infraestrutura do sistema de saúde também interfere, já que muitas regiões não oferecem colonoscopia em quantidade suficiente para a demanda. Esses fatores combinados atrasam o diagnóstico e deixam a população mais exposta às formas graves da doença. Além das questões estruturais, hábitos de vida também influenciam o risco de desenvolver câncer colorretal. O relatório e especialistas citados lembram que fatores como obesidade, sedentarismo, tabagismo, alimentação rica em ultraprocessados e baixa ingestão de fibras aumentam a chance de surgimento de tumores. Isso reforça a importância da prevenção primária paralela ao rastreamento. Quando descoberto no início, o câncer colorretal tem altas taxas de cura, já que a colonoscopia permite a retirada de pólipos antes que se transformem em tumores malignos. Por isso, a Fundação do Câncer afirma que o Brasil precisa de uma política pública permanente, e não ações isoladas. Maltoni defende que o país trate o rastreamento como prioridade nacional, com investimentos contínuos, campanhas educativas e maior cobertura de exames para todas as faixas de renda. Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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