Cuidar da saúde metabólica pode proteger contra doenças mentais Ouvir 12 de junho de 2024 Altas taxas de glicemia e triglicérides, bem como baixo HDL (o colesterol bom), podem afetar o cérebro e, portanto, a saúde mental. Um estudo publicado em abril no Jama Network Open reforça que existe uma associação entre a saúde metabólica e o risco de desenvolver doenças como depressão e ansiedade. Já havia evidências dessa relação, mas ainda inconsistentes. Para tentar trazer mais dados sobre o tema, pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia, acompanharam cerca de 200 mil pacientes ao longo de 21 anos. Leia também Saúde Estudo brasileiro afirma que ultraprocessados afetam a saúde mental Saúde Microbiota intestinal afeta saúde do cérebro, diz estudo brasileiro Saúde Dormir depois das 23h favorece ganho de peso, aponta estudo brasileiro Saúde Excesso de ultraprocessados pode causar insônia crônica, sugere estudo Todos faziam parte de um estudo chamado Amoris (Apoliprotein-Related Mortality Risk Cohort), que incluiu monitoramento dos níveis de lipídios, carboidratos e apoliproteínas (proteínas que se ligam a lipídios) no sangue. Depois, os autores cruzaram essas informações com diagnósticos de depressão, ansiedade e transtornos de estresse desses voluntários. Ao fim do acompanhamento, níveis elevados de glicemia e triglicérides foram associados com o maior risco de apresentar doenças como depressão, ansiedade e transtornos do estresse, enquanto altas taxas de HDL tiveram relação com a queda delas. Além disso, os pacientes que desenvolveram transtornos mentais tinham taxas mais elevadas desses marcadores duas décadas antes do diagnóstico. Causas multifatoriais Sabe-se que as doenças mentais são multifatoriais e não é possível apontar uma única causa, nem uma única forma de preveni-las. “Mas a relação entre altos níveis de glicemia e triglicérides e baixo HDL e o risco de desenvolvimento dessas doenças podem ser explicados por uma combinação de fatores biológicos e comportamentais”, diz o psiquiatra Elton Kanomata, do Hospital Israelita Albert Einstein. “Esses biomarcadores estão associados ao aumento da inflamação sistêmica, que, se for prolongada, é um fator de risco conhecido de várias condições de saúde mental. Além disso, a resistência insulínica, o estresse oxidativo e as alterações microvasculares decorrentes de uma pior saúde metabólica podem levar a danos neuronais e desregulação de neurotransmissores”, explica Kanomata. Segundo o especialista, a associação desses diversos fatores pode influenciar o humor e a cognição e, por fim, aumentar a possibilidade de adoecimento mental. Por outro lado, os autores também especulam que esses transtornos predispõem a pessoa a hábitos pouco saudáveis, como dieta rica em alimentos ultraprocessados e doces, além do sedentarismo. “O estilo de vida desempenha um papel importante no desenvolvimento e na prevenção dos transtornos mentais. Sabe-se que dietas ricas em açúcar e gorduras saturadas, por exemplo, estão ligadas ao maior risco de depressão e ansiedade. Já a atividade física, além de liberar endorfinas, melhora a circulação cerebral e reduz os níveis de substâncias pró-inflamatórias”, observa Kanomata. No entanto, uma vez instalado o transtorno, deve-se buscar a avaliação médica. Em alguns casos, é possível tratar com mudanças no estilo de vida e psicoterapia. Já nos quadros mais persistentes, moderados e graves, é aconselhável a associação de medicamentos e medidas não farmacológicas. (Fonte: Agência Einstein) Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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