“Achei que era conjuntivite”, conta jovem com esclerose múltipla Ouvir 30 de maio de 2024 Em junho de 2023, Yasmin Bento Ribeiro, de 20 anos, começou a sentir fortes dores no olho direito e achou que estava com conjuntivite. Poucos dias depois, passou a sentir dificuldade para mexer o braço e a perna direita — depois de uma ressonância, descobriu que os sintomas estavam relacionados e foi diagnosticada com esclerose múltipla. “Meu olho direito doía que chegava a latejar. Achei que era só uma conjutivite, mas comecei a notar uma nata branca no olho e depois ficou tudo preto, eu não enxergava nada. Fui para o hospital e a médica estranhou, mas receitou um colírio e me disse para voltar se não melhorasse. Cheguei a ficar cega temporariamente”, conta a estudante de ciências ambientais. A primeira internação durou cinco dias. A jovem foi tratada com corticoide, melhorou, e voltou para casa. Porém, após 15 dias, quando os membros pararam de responder, ela foi hospitalizada novamente para fazer exames. Na ressonância, o médico encontrou algumas lesões no cérebro da jovem e Yasmin recebeu o diagnostico para esclerose múltipla. “Fiquei em negação por muito tempo. Minha mãe estava cuidando de tudo, eu só ia recebendo o tratamento, mas estava muito preocupada. Porém, mesmo assim, nunca parei de tomar o remédio”, lembra Yasmin. Leia também Saúde Butantan estuda veneno de cascavel no tratamento da esclerose múltipla Saúde Fadiga e falta de equilíbrio: conheça sintomas da esclerose múltipla Saúde Esclerose múltipla: mulher expõe dificuldade de diagnóstico em negras Saúde Esclerose múltipla: transplante de medula é alternativa de tratamento Hoje, a estudante toma o medicamento natalizumabe, que é fornecido pelo SUS, uma vez por mês. Combinado com o tratamento, é necessário atenção com a saúde e a rotina. “Vou para a academia, cuido da minha alimentação, tomo vitamina D. Quando está calor, meu pé para de funcionar e um manco um pouco, mas só. Não temos casos na família e só as pessoas do meu núcleo familiar sabiam do diagnóstico. Fiquei com vergonha e não falava com ninguém”, relata. Esclerose múltipla O neurologista Nicolas Balduíno, do Hospital Anchieta, em Brasília, faz o acompanhamento de Yasmin e explica que a esclerose múltipla é uma doença autoimune que afeta o sistema nervoso central. Ela causa danos à mielina, que é a substância que reveste e protege os nervos, resultando em cicatrizes que interferem na transmissão dos impulsos nervosos. “O sistema imunológico ataca erroneamente o próprio sistema nervoso central. Os mecanismos exatos que levam ao desenvolvimento da esclerose múltipla ainda não são totalmente compreendidos, mas sabe-se que a interação de fatores genéticos, ambientais e imunológicos desempenha um papel importante”, afirma o médico. A doença leva a uma variedade de sintomas, como fadiga, fraqueza muscular, problemas de coordenação, dificuldades de equilíbrio e alterações na visão. Além disso, afeta principalmente adultos jovens, sendo mais comum em mulheres do que em homens. Como é feito o diagnóstico da esclerose múltipla? De acordo com o neurologista, o diagnóstico da esclerose múltipla é desafiador, uma vez que os sintomas podem ser semelhantes aos de outras condições neurológicas. “Geralmente, o diagnóstico da esclerose múltipla é baseado em uma combinação de história clínica, exames neurológicos, de imagem e laboratoriais”, diz. O diagnóstico é feito em várias etapas: História clínica e exame físico: avaliar os sintomas relatados pelo paciente, a história médica e realizar um exame físico para analisar a função neurológica; Ressonância magnética: o exame pode revelar lesões características da esclerose múltipla no sistema nervoso central, como placas de desmielinização; Punção lombar: procedimento no qual é coletado líquido cefalorraquidiano do espaço subaracnoide (líquor) para análise. Alterações podem indicar inflamação característica da esclerose múltipla; Exames de sangue: realizados para descartar outras condições que possam apresentar sintomas semelhantes; Testes de função cognitiva: avaliar possíveis alterações cognitivas associadas à esclerose múltipla. Como melhorar a qualidade de vida? Segundo o especialista, a pessoa com esclerose múltipla pode adotar várias estratégias para melhorar sua qualidade de vida e gerenciar os sintomas da doença. • Manter um estilo de vida saudável: uma dieta equilibrada, rica em frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudáveis pode ajudar a manter a saúde geral e o peso adequado. Evitar alimentos processados, ricos em gorduras saturadas e açúcares adicionados, também é indicado; • Praticar atividade física regularmente: exercícios de baixo impacto, como caminhadas, natação, ioga e pilates podem ajudar a melhorar a força muscular, flexibilidade, equilíbrio e coordenação; • Gerenciar o estresse: o estresse pode piorar os sintomas da esclerose múltipla. Praticar técnicas de relaxamento, como meditação, respiração profunda e terapia cognitivo-comportamental ajuda a reduzir o estresse e a ansiedade; • Manter um sono adequado: estabelecer uma rotina de sono regular, criar um ambiente propício ao sono e evitar estimulantes antes de dormir pode ajudar a melhorar a qualidade do sono; • Manter-se socialmente ativo: manter o contato com familiares, amigos e participar de grupos de apoio pode ajudar a lidar com os desafios emocionais e sociais associados à esclerose múltipla. O suporte emocional e social é fundamental para melhorar a qualidade de vida; • Acompanhamento médico regular: é importante para monitorar a progressão da doença, ajustar o tratamento conforme necessário e receber orientações personalizadas. “Muitas pessoas com esclerose múltipla conseguem levar uma vida ativa e produtiva, especialmente com o avanço dos tratamentos disponíveis. O diagnóstico precoce, o acesso a cuidados médicos especializados, a adesão ao tratamento e a adoção de um estilo de vida saudável podem ajudar a controlar os sintomas, retardar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida”, afirma Balduíno. Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
Prática de atividade física pode reduzir em até 30% o risco de AVC 26 de agosto de 2024 Um estudo divulgado no periódico científico BMJ Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry destaca que a prática de atividade física, independente da intensidade, pode reduzir o risco de acidente vascular cerebral (AVC) entre 10% a 30%, quando comparada à inatividade. Segundo o estudo, a prática de baixos níveis de exercícios… Read More
Notícias Repelente, protetor, hidratante? Qual é a ordem para afastar a dengue? 8 de fevereiro de 2024 O crescente número de casos de dengue no Brasil exige medidas preventivas eficazes contra o mosquito Aedes aegypti. Além da eliminação dos focos de água parada, onde o inseto se reproduz, o repelente é uma ferramenta eficaz para a proteção pessoal. Depois de adquirir o produto perfeito (o ideal é… Read More
Notícias Homem que bebia 2L de energético por dia é internado com pedra no rim 28 de fevereiro de 2024 O hábito de tomar grandes doses de energético do ex-militar inglês Andy Hammond, de 36 anos, quase lhe custou a vida. Ele teve uma grave infecção urinária que credita ao hábito de consumir a bebida e, poucos dias antes do Natal de 2023, desmaiou e precisou ser internado na UTI…. Read More