Autismo: extrato de cannabis adaptado melhora tratamento, diz estudo Ouvir 4 de setembro de 2023 Um estudo brasileiro mostra novas evidências de que o uso personalizado do extrato de cannabis pode ser benéfico para o tratamento de pacientes com transtornos do espectro autista (TEA). Os resultados mostram a melhora da maioria dos principais sintomas relacionados ao TEA. Em artigo publicado no final de agosto na revista Frontiers in Psychiatry, os pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e outras instituições de pesquisa descrevem o experimento realizado com 20 indivíduos com sintomas autistas. Todos foram tratados com extratos de cannabis produzidos no Brasil por associações de pacientes, o que permitiu um regime de dosagem individualizado baseado na resposta ao tratamento. “A melhor escolha do uso medicinal (do extrato de cannabis) tem a ver com a individualização da prescrição. E ela só é possível se as pessoas que transformam a biomassa em remédio fizerem um produto mais personalizado”, afirma o co-autor do estudo, Leandro Ramires, diretor médico-científico da Associação Brasileira de Pacientes de Cannabis Medicinal (AMA+ME), em entrevista ao Metrópoles. Leia também Saúde “Descobri que era autista aos 42 anos. Foi libertador”, diz psiquiatra Guilherme Amado Câmara vota urgência de projetos de educação, sobre autismo, Enem e indígenas Fábia Oliveira “Grato de ter tido um filho autista”, diz Marcos Mion sobre Romeo Televisão Ator descobre autismo após interpretar personagem com o transtorno Autismo e cannabis Os autores do estudo apontam que os transtornos do espectro autista podem afetar significativamente o bem-estar dos pacientes e suas famílias. Embora o uso terapêutico da cannabis para esses pacientes seja estudado há muitos anos, ainda não existe um consenso sobre diretrizes de tratamento. No novo estudo, os 20 pacientes foram tratados ao longo de seis meses com dosagens diárias de canabidiol (CBD) e tetraidrocanabinol (THC) ajustadas com base nos resultados do tratamento após avaliação clínica periódica. Dessa maneira, foi possível criar um protocolo ajustável que gera maior probabilidade de mais pessoas terem benefícios com o tratamento. “Ao invés de partir de um pressuposto que existe uma fórmula que serve para todo mundo, encaramos o desafio de criar uma forma segura de dar um extrato com pouquíssimo THC e muito CBD e modificar a dose conforme a resposta do paciente”, explica o coordenador científico do projeto, Renato Malcher-Lopes, neurocientista no Departamento de Ciências Fisiológicas da UnB. Os pacientes ou os cuidadores também deveriam responder a um questionário detalhado com perguntas sobre os principais sintomas apresentados e a qualidade de vida. Em média, a proporção de CBD e THC usada foi de 20 para um, respectivamente, mas ela variou de acordo com a intensidade dos sintomas apresentados por cada paciente. Aqueles com comportamento mais agressivo, por exemplo, beneficiaram-se com proporções um pouco maiores de THC. Dezoito dos 20 pacientes apresentaram melhora na maioria dos sintomas associados ao autismo, como insônias, agressividade, déficit de atenção e hiperatividade, crises convulsivas e alotriofagia – vontade de ingerir objetos que não são alimentos. O estudo mostrou que os pacientes ganharam mais autonomia para se vestir, alimentar e mais concentração, entre outros benefícios A amenização dos sintomas se refletiu na melhora da qualidade de vida tanto dos pacientes quanto dos familiares e cuidadores. “Assim como no Alzheimer, não existe remédio para o autismo. O que podemos fazer é melhorar a qualidade de vida dessas pessoas. Elas ganham mais autonomia para se vestir, se alimentar, e têm mais concentração”, explica Ramires. O pesquisador destaca que, ao contrário da crença popular, o uso da cannabis não tem a função de deixar o paciente sedado. “Ela faz exatamente o contrário, faz com que ele interaja com o mundo e não fique dopado”, afirma. Durante o estudo, na maioria dos casos, o uso de outros medicamentos foi reduzido ou completamente interrompido. “Essa abordagem da vida real nos permitiu obter uma compreensão mais clara do amplo alcance dos benefícios que os extrato de cannabis podem proporcionar aos pacientes com TEA e suas famílias”, aponta Malcher-Lopes. Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente. Notícias
Nutricionista revela quatro dicas para voltar a evoluir nos treinos 7 de agosto de 2025 Manter o ritmo nos treinos nem sempre é fácil. Em algum momento, a sensação de estagnação pode aparecer, mesmo com esforço e dedicação. O corpo parece não responder como antes e os resultados demoram a surgir, o que costuma gerar frustração e desânimo. Para ajudar quem enfrenta essa fase, o… Read More
Notícias Mulher descobre que DIU desaparecido há 12 anos estava alojado no reto 3 de julho de 2024 Em 2009, a norte-americana Daniella Hampton, de 29 anos, procurou um médico para instalar um dispositivo intrauterino (DIU) em seu útero. No entanto, seis meses depois, ela foi informada que o contraceptivo tinha “caído” e desaparecido das imagens de ultrassom. A moradora de Nova Orleans, nos Estados Unidos, acreditava que… Read More
Notícias Testosterona baixa: médico destaca quais são os 7 sinais principais 23 de agosto de 202323 de agosto de 2023 Saber os sintomas de testosterona baixa permite resolver condições que atrapalham o bem-estar, principalmente do homem. O hormônio masculino, além de ser responsável pela libido, também interfere em fatores como estresse e cansaço. O endocrinologista Igor Barcelos separou os 7 principais sinais de que a testosterona pode estar abaixo do… Read More