Covid pode estar ligada ao aumento do risco de Alzheimer, diz estudo Ouvir 7 de fevereiro de 2025 As infecções pelo coronavírus podem acelerar processos biológicos associados ao desenvolvimento do Alzheimer, especialmente em pessoas que enfrentaram casos graves de Covid-19 ou que tinham outros fatores de risco pré-existentes para o declínio cognitivo. A conexão entre os impactos da doença respiratória e o declínio cognitivo foi revelada em um estudo de pesquisadores do Imperial College London, publicado na revista Nature Medicine em 30 de janeiro. Leia também Saúde Bactérias da boca podem indicar riscos de Alzheimer, diz estudo Saúde Cientistas criam protocolo para identificar o Alzheimer pela saliva Saúde Exercícios aeróbicos podem reduzir risco de Alzheimer, mostra estudo Saúde Metabolismo pode estar por trás da propensão de mulheres ao Alzheimer Acúmulo de beta-amiloide e riscos A investigação encontrou uma possível ligação entre o histórico de Covid-19 e o aumento de biomarcadores no sangue ligados à presença de proteínas amiloides defeituosas, uma das causas do Alzheimer. Os efeitos observados foram comparáveis a quatro anos de envelhecimento, com impactos mais significativos em pacientes que foram hospitalizados por Covid-19 grave ou com fatores de risco para demência, como tabagismo e hipertensão. O impacto foi tão grande no aumento de marcadores que chegou a ser a metade do que pessoas com a mutação APOE apresentam. Quem possui esse gene corre grande risco de desenvolvimento de Alzheimer precoce. Ao se desenvolverem de forma anormal, as proteínas beta-amiloides (Aβ) geram aglomerados no cérebro que danificam os neurônios e contribuem para o declínio cognitivo. No estudo, os pesquisadores analisaram biomarcadores de 1.252 participantes do UK Biobank, com idades entre 46 e 80 anos. Os cientistas compararam aqueles que tiveram uma infecção prévia por Sars-CoV-2 com um grupo controle. 8 imagens Fechar modal. 1 de 8 Alzheimer é uma doença degenerativa causada pela morte de células cerebrais e que pode surgir décadas antes do aparecimento dos primeiros sintomas PM Images/ Getty Images 2 de 8 Por ser uma doença que tende a se agravar com o passar dos anos, o diagnóstico precoce é fundamental para retardar o avanço. Portanto, ao apresentar quaisquer sintomas da doença é fundamental consultar um especialista Andrew Brookes/ Getty Images 3 de 8 Apesar de os sintomas serem mais comuns em pessoas com idade superior a 70 anos, não é incomum se manifestarem em jovens por volta dos 30. Aliás, quando essa manifestação “prematura” acontece, a condição passa a ser denominada Alzheimer precoce Westend61/ Getty Images 4 de 8 Na fase inicial, uma pessoa com Alzheimer tende a ter alteração na memória e passa a esquecer de coisas simples, tais como: onde guardou as chaves, o que comeu no café da manhã, o nome de alguém ou até a estação do ano urbazon/ Getty Images 5 de 8 Desorientação, dificuldade para lembrar do endereço onde mora ou o caminho para casa, dificuldades para tomar simples decisões, como planejar o que vai fazer ou comer, por exemplo, também são sinais da manifestação da doença OsakaWayne Studios/ Getty Images 6 de 8 Além disso, perda da vontade de praticar tarefas rotineiras, mudança no comportamento (tornando a pessoa mais nervosa ou agressiva), e repetições são alguns dos sintomas mais comuns Kobus Louw/ Getty Images 7 de 8 Segundo pesquisa realizada pela fundação Alzheimer’s Drugs Discovery Foundation (ADDF), a presença de proteínas danificadas (Amilóide e Tau), doenças vasculares, neuroinflamação, falha de energia neural e genética (APOE) podem estar relacionadas com o surgimento da doença Rossella De Berti/ Getty Images 8 de 8 O tratamento do Alzheimer é feito com uso de medicamentos para diminuir os sintomas da doença, além de ser necessário realizar fisioterapia e estimulação cognitiva. A doença não tem cura e o cuidado deve ser feito até o fim da vida Towfiqu Barbhuiya / EyeEm/ Getty Images Covid é fator de risco especial? O neurocientista Paul Matthews, principal autor da pesquisa, enfatiza a necessidade de mais estudos para confirmar se a Covid-19 é um fator de risco independente para o Alzheimer ou se outros patógenos, como o vírus da gripe, teriam efeitos semelhantes. “Há muito tempo suspeitamos de uma ligação entre doenças infecciosas e a progressão de doenças neurodegenerativas, tanto com doenças virais, como herpes e gripe, quanto com algumas infecções bacterianas crônicas. Esta última análise sugere que a Covid-19 pode ser potencialmente um desses impulsionadores da doença, particularmente entre aqueles com fatores de risco subjacentes”, afirma em comunicado à imprensa. Matthews também destaca a importância de entender como doenças infecciosas podem contribuir para a progressão de doenças neurodegenerativas. “Quanto mais sabemos sobre os fatores de risco para demência, mais oportunidades temos para intervir e prevenir”, considera. Cautela com as descobertas Apesar dos resultados, os pesquisadores destacam que o estudo é observacional, ou seja, avaliou a coincidência de casos em um grupo de pessoas, mas não a relação de causa e consequência da infecção. A equipe também ressalta que os biomarcadores sanguíneos usados na pesquisa, como a proporção de Aβ42:Aβ40 e níveis de pTau-181, ainda são ferramentas relativamente novas de diagnóstico do Alzheimer, cuja utilidade clínica está em avaliação. Portanto, mais estudos são necessários para confirmar as descobertas e entender os mecanismos envolvidos. Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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