As infecções por Covid-19 estão aumentando e duas novas variantes do coronavírus, a Eris e a Pirola, estão circulando no mundo. Apesar de parecerem ser menos perigosas do que suas antecessoras, as cepas estão entre as responsáveis pela alta no número de casos.
Especialistas internacionais alertam que a população deixou de se proteger e de se testar e, por isso, é difícil ter dimensão do problema. Infectologistas ouvidos pelo Metrópoles lembram que os testes de farmácia ainda são uma ótima opção: eles são eficazes, mas é preciso utilizá-los da forma correta.
A principal vantagem deste tipo de exame é a queda expressiva de preço desde o início da pandemia. Enquanto no começo de 2021 os testes facilmente ultrapassavam R$ 200, agora são comercializados por, em média, R$ 40.
Teste rápido ainda é eficaz?
Porém, uma vez que o vírus passou por tantas mutações, será que os testes rápidos ainda seguem funcionando? O infectologista Rubens Pereira, professor da Universidade de Franca (Unifran), em São Paulo, afirma que sim, mas lembra que eles têm limitações.
“A eficácia depende muito do período da infecção. O teste rápido precisa ser feito nos primeiros dias, preferencialmente no terceiro, quarto ou no quinto dia de Covid-19. Se for colhido muito precocemente ou tardiamente, pode apresentar falsos negativos”, indica o médico.
Para o infectologista Danilo Duarte, superintendente médico do Hospital Regional de Jundiaí (SP), como as novas variantes descendem da Ômicron, que era rastreável nos testes, o mais provável é que eles continuem sendo sensíveis às cepas. Porém, os autoexames podem apontar apenas se a pessoa está ou não infectada.
“Ele não consegue dizer qual é a variante. Para isso, só um teste de tipagem molecular feito em centros de referência. Muitas vezes, é difícil saber qual a variante predominante”, aponta o médico.
Ambos profissionais ressaltam que o maior problema é a realização mal-feita do exame. Se feito de forma correta e repetido após 24h (se persistirem os sintomas), sua eficácia é “apenas um pouco inferior aos testes moleculares, tipo PCR”, diz Duarte.
O ideal é que os testes sejam realizados por um profissional de saúde na própria farmácia, quando possível.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o registro do primeiro autoteste de saliva no Brasil
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O autoteste permite que a pessoa realize todas as etapas da testagem, desde a coleta da amostra até a interpretação do resultado, sem o auxílio de um profissional
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O resultado sai de 15 a 20 minutos e é indicado para quem está com sintomas da Covid-19
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A coleta requer que o usuário cuspa a saliva em um copo. Depois, com o cotonete que vem no kit, a pessoa transfere a quantidade necessária de saliva para um tubo de extração
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Segundo a Anvisa, é indicado utilizar o autoteste entre o 1º e o 7º dia do início de sintomas como febre, tosse, dor de garganta, coriza, dores de cabeça e no corpo
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A agência alertou ainda para a necessidade de ler as instruções corretas antes de realizar o teste
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Na hora de conferir o resultado, caso apareça duas linhas vermelhas, uma ao lado de cada letra, o resultado significa positivo para coronavírus
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Caso apareça apenas uma linha vermelha ao lado da letra C, o resultado foi negativo. Se nenhuma linha aparecer ou aparecer ao lado da letra T, o resultado foi inválido e é preciso repetir exame
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O que fazer se o teste rápido der positivo?
Os infectologistas aconselham que, caso o teste realizado em casa tenha resultado positivo, o paciente busque um médico para receber orientações e atestado para repouso e isolamento.
“O tratamento antiviral específico e o tempo de isolamento que o indivíduo vai precisar cumprir dependem da orientação médica”, aponta Duarte.
O professor Pereira afirma ainda que o paciente deve ficar atento a sinais de falta de ar ou febre. “O ideal é que, se a pessoa for fazer um repouso em casa, consiga um oxímetro para acompanhar o nível de saturação de oxigênio”, aconselha.
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