Estudo brasileiro confirma que remédio comum reduz riscos pós-infarto Ouvir 31 de agosto de 2025 Um estudo brasileiro apresentado neste domingo (31/8) durante o Congresso Europeu de Cardiologia (ESC) revelou que manter o uso de um medicamento muito comum no tratamento de pacientes após um infarto acaba reduzindo o risco de complicações graves. O santo remédio é a aspirina. Para chegar a esta conclusão, o estudo coordenado por pesquisadores do Einstein Hospital Israelita acompanhou mais de 3,4 mil pacientes em 50 hospitais do país e foi feito em parceria com o Ministério da Saúde. A maior parte dos participantes foi atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O trabalho, que será publicado no prestigioso no New England Journal of Medicine, comparou os efeitos da tradicional combinação aspirina e um antiagregante plaquetário, em geral o clopidogrel, com o uso de apenas um antiplaquetário mais potente, como prasugrel e o ticagrelor, em pacientes que sofreram um ataque cardíaco. Leia também Saúde Vacina contra herpes-zóster reduz risco de AVC e infarto, diz estudo Saúde Cardiologista conta os sintomas discretos que sentiu ao ter infarto Saúde Uso de anabolizantes altera colesterol e aumenta risco de infarto Saúde Conheça fruta que ajuda a prevenir o infarto e fortalece o coração Doenças cardiovasculares As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo. Só no Brasil estima-se que ao menos 380 mil pessoas percam a vida todos os anos devido a essas enfermidades, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). As principais doenças cardiovasculares são: infarto, insuficiência cardíaca, doença valvar, acidente vascular cerebral (AVC), arritmia cardíaca e doença arterial periférica. A maioria das doenças cardiovasculares se desenvolve de forma silenciosa e pode passar anos sem ser tratada por desconhecimento. Os principais sinais de alerta são: sensação de pressão e dor no peito; dor, se presente, nos braços, pescoço, mandíbula, costas, parte inferior do tórax, abdômen superior ou estômago. Outros sintomas incluem a sensação constante de falta de ar, tontura, fadiga, náusea, vômito, suor frio, especialmente durante a noite, e inchaços. O uso de dois medicamentos após angioplastia com stent é prática padrão no tratamento. A associação protege contra novos coágulos, reduzindo o risco de tromboses no stent ou mesmo de acidentes vasculares cerebrais (AVCs), mas era criticado também por aumentar o risco de sangramentos. Estudos anteriores levantaram a hipótese de que a aspirina poderia ser retirada antes do intervalo mínimo anteriormente recomendado de um ano. A recomendação seria usar o medicamento por apenas um a três meses, mantendo no restante do tempo a terapia mais moderna. Melhor estratégia após infarto Os dados do estudo brasileiro mostraram que retirar a aspirina reduziu a taxa de sangramentos de 4,9% para 2%. Porém, o grupo sem o fármaco apresentou mais eventos graves como um novo infarto, AVCs ou necessidade urgente de nova revascularização: foram 7% contra 5,5% entre os que permaneceram com a dupla medicação. Foram registrados ainda mais casos de trombose de stent, complicação temida após o implante, no grupo que abandonou a aspirina. “Nosso estudo confirma que a monoterapia antiplaquetária reduz sangramentos, mas ainda não oferece a proteção necessária nos primeiros meses após o infarto. Queríamos saber se era possível retirar a aspirina desde o início e descobrimos que o esquema que temos protege mais contra novos infartos, principalmente nos primeiros meses”, afirma o cardiologista Pedro Lemos, diretor de cardiologia do Einstein e autor sênior da publicação. Segundo Lemos, a combinação continua sendo o tratamento mais seguro no período inicial de recuperação. “Víamos que era possível reduzir o uso da aspirina em estudos e havia uma hipótese de que ela não fosse necessária em hora nenhuma. Nosso estudo responde este questionamento mundial e acredito que poderá ser norteador de política de saúde pelo mundo afora”, completa o especialista. Para Luiz Vicente Rizzo, diretor executivo de pesquisa do Einstein, o reconhecimento pela ESC reforça o alcance internacional do trabalho. “A publicação mostra como estudos bem conduzidos podem influenciar protocolos globais e, ao mesmo tempo, fortalecer a assistência à saúde no Brasil”, explica em comunicado à imprensa. 12 imagensFechar modal.1 de 12 De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), doenças cardiovasculares são algumas das principais causas de mortes no Brasil. Segundo a instituição, a maioria dos óbitos poderiam ser evitados ou postergados com cuidados preventivos e medidas terapêuticas Peter Dazeley/ Getty Images2 de 12 Para a SBC, a prevenção e o tratamento adequado dos fatores de risco e das doenças do coração podem ser o suficientes para reverter quadros graves. Para isso, é necessário saber identificar os principais sintomas de problemas cardiovasculares e tratá-los, caso apresente algum deles bymuratdeniz/ Getty Images3 de 12 Dentre as doenças cardiovasculares que mais fazem vítimas fatais, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) se destaca. Ele é causado devido à presença de placas de gordura que entopem os vasos sanguíneos cerebrais. Entre os sintomas estão: dificuldade para falar, tontura, dificuldade para engolir, fraqueza de um lado do corpo, entre outros KATERYNA KON/SCIENCE PHOTO LIBRARY/ Getty Images4 de 12 Imagem ilustrativa de pessoa com dor no peito katleho Seisa/Getty Images5 de 12 A cardiomiopatia é outra grave doença que acomete o coração. A enfermidade, que deixa o músculo cardíaco inflamado e inchado, pode enfraquecer o coração a ponto de ser necessário realizar transplante. Entre os sintomas da doença estão: fraqueza frequente, inchaços e fadiga SolStock/ Getty Images6 de 12 O infarto do miocárdio acontece quando o fluxo sanguíneo no músculo miocárdio é interrompido por longo período. A ausência do sangue na região pode causar sérios problemas e até a morte do tecido. Obesidade, cigarro, colesterol alto e tendência genética podem causar a doença. Entre os sintomas estão: dor no peito que dura 20 minutos, formigamento no braço, queimação no peito, etc. KATERYNA KON/SCIENCE PHOTO LIBRARY/ Getty Images7 de 12 Uma das doenças do coração mais comuns, e grave é a insuficiência cardíaca. Ela é caracterizada pela incapacidade do coração de bombear o sangue para o organismo. A enfermidade provoca fadiga, dificuldade para respirar, fraqueza, etc. Entre as principais causas da enfermidade estão: infecções, diabetes, hábitos não saudáveis, etc. bymuratdeniz/ Getty Images8 de 12 A doença arterial periférica, assim como a maioria das doenças do coração, é provocada pela formação de placas de gordura e outras substâncias nas artérias que levam o sangue para membros inferiores do corpo, como pés e pernas. Colesterol alto e tabagismo contribuem para o problema. Entre os sintomas estão: feridas que não cicatrizam, disfunção erétil e inchaços no corpo manusapon kasosod/ Getty Images9 de 12 Causada por bactérias, fungos ou vírus de outras partes do corpo que migram para o coração e infeccionam o endocárdio, a endocardite é uma doença que pode causar calafrios, febre e fadigas. O tratamento da doença dependerá do quadro do paciente e, algumas vezes, a cirurgia pode ser indicada FG Trade/ Getty Images10 de 12 Causada devido à inflamação de outros músculos cárdicos, a miocardite pode causar enfraquecimento do coração, frequência cardíaca anormal e morte súbita. Dores no peito, falta de ar e batimentos cardíacos anormais são alguns dos principais sintomas Peter Dazeley/ Getty Images11 de 12 Além dos sintomas comuns de cada uma das doenças cardiovasculares, cansaço excessivo sem motivo aparente, enjoo ou perda do apetite, dificuldade em respirar, inchaços, calafrio, tonturas, desmaio, taquicardia e tosse persistente podem ser sinais de problemas no coração Peter Dazeley/ Getty Images12 de 12 Segundo a cartilha de Diretriz de Prevenção Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), apesar de alguns casos específicos, é possível prevenir problemas no coração mantendo bons hábitos alimentares, praticando exercícios físicos e cuidando da mente andresr/ Getty Images Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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