Estudo mostra que acidez do corpo impulsiona crescimento do câncer Ouvir 17 de outubro de 2025 Um estudo revelou que o câncer consegue usar a acidez do próprio ambiente como uma forma de combustível para sobreviver e crescer. A pesquisa, conduzida por cientistas do Centro Alemão de Pesquisa do Câncer (DKFZ) foi publicada em 9 de outubro (9/10) na revista Science. A investigação mostra que o pH baixo típico dos tumores não é apenas um efeito colateral da doença, mas uma ferramenta que ajuda as células cancerígenas a se adaptar e resistir a condições difíceis. De acordo com os autores, os tumores crescem em ambientes onde falta oxigênio e nutrientes e há acúmulo de resíduos metabólicos. Mesmo nessas condições, as células malignas conseguem continuar se multiplicando. Para entender como isso é possível, os cientistas usaram técnicas de edição genética (CRISPR-Cas9) em células de câncer pancreático, testando centenas de genes para identificar quais são essenciais para a sobrevivência em situações de estresse. Leia também Saúde Estudo: bactérias da boca podem triplicar risco de câncer de pâncreas Saúde Vacina dobra expectativa de vida após câncer de intestino e pâncreas Saúde Câncer de pâncreas: entenda a condição do apresentador Edu Guedes Saúde Câncer de pâncreas: os sinais que seu corpo dá e merecem atenção Eles descobriram que o fator mais determinante não era a falta de oxigênio ou de glicose, mas a acidez do ambiente. Quando o pH fica muito baixo, as células ativam mecanismos que mudam completamente a forma como produzem energia. Em vez de depender da glicólise — processo que quebra o açúcar para gerar energia —, elas passam a aproveitar melhor suas mitocôndrias, as organelas responsáveis pela respiração celular. O estudo evidência que, em meio à acidez, as mitocôndrias das células cancerígenas se fundem e formam redes mais longas e eficientes. Essa fusão é controlada por uma via de sinalização chamada ERK, que normalmente estimula o crescimento celular, mas é inibida pelo pH ácido. Quando a ERK é bloqueada, as mitocôndrias deixam de se fragmentar e passam a funcionar de forma mais estável, garantindo energia suficiente mesmo em condições extremas. Câncer de pâncreas Esse tipo de câncer ocorre quando células anormais crescem e se multiplicam no pâncreas, formando um tumor. Entre os principais sintomas da condição, estão: dor abdominal ou nas costas, perda de apetite e perda de peso involuntária, icterícia (pele e olhos amarelados), urina escura e fezes claras, coceira na pele, indigestão e fadiga. Dependendo do estágio da doença, o câncer de pâncreas pode ser tratado através de cirurgia, quimioterapia ou radioterapia. Não há medidas específicas para prevenir o câncer de pâncreas, porém evitar o tabagismo, consumo excessivo de álcool e obesidade são boas alternativas para diminuir o risco da doença. Com esse ajuste, as células se tornam mais flexíveis e conseguem usar diferentes fontes de nutrientes e se adaptar rapidamente a mudanças no ambiente. Quando os pesquisadores forçaram geneticamente as células a impedir essa fusão mitocondrial, elas perderam a capacidade de crescer em ambientes ácidos. Isso confirma que a acidose não é apenas um sintoma do câncer, mas parte ativa de sua estratégia de sobrevivência. Os resultados sugerem que combater a acidez do microambiente tumoral pode abrir novas possibilidades de tratamento. Estratégias que impeçam a fusão das mitocôndrias, que neutralizem o pH do tumor ou que desenvolvam medicamentos específicos para atuar em condições ácidas podem enfraquecer o câncer sem afetar células saudáveis. Embora o estudo tenha sido feito com células de câncer pancreático, os pesquisadores acreditam que o mesmo mecanismo pode ocorrer em outros tipos de tumor. O próximo passo é investigar se essa “reprogramação metabólica” também acontece em cânceres de mama, fígado e pulmão. Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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