O apresentador Fausto Silva, 73 anos, foi internado no último final de semana, em São Paulo, após apresentar problemas renais. Seis meses após passar por um transplante de coração, ele deve ser submetido a um novo transplante, desta vez de rim.
Desde setembro do ano passado, o apresentador faz sessões de diálise três vezes por semana, segundo confirmou um amigo do artista ao jornal Folha de S. Paulo.
O procedimento serve para filtrar o sangue e remover o excesso de líquidos do corpo, ajudando o coração a funcionar. A técnica é fundamental para a saúde de Faustão, que teve os órgãos prejudicados por causa da insuficiência cardíaca que o levou a precisar de um transplante de coração em agosto de 2023.
“O coração e o rim são interligados. O primeiro bombeia sangue para nutrir os órgãos, e o segundo filtra o fluido o tempo inteiro. Logo, sempre que temos qualquer problema no coração, como uma insuficiência cardíaca, a função renal pode ficar sobrecarregada porque terá uma falha no bombeamento adequado para o órgão”, explica o nefrologista Pedro Mendes, do Hospital Brasília, da rede Dasa no DF.
Em contrapartida, quando o rim funciona menos, ele retém mais líquido e sobrecarrega o coração, entrando em um ciclo vicioso. Por isso, segundo o médico, é muito comum pacientes com insuficiência cardíaca desenvolverem doença renal crônica.

Faustão – hospital — Transplantes de coração pós-transplante
Faustão
Reprodução/Redes Sociais

Faustão
Fausto Silva realizou um transplante cardíaco
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Faustão – Band
O transplante de Faustão foi realizado no domingo (27/8)
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Faustão – ABRE
Faustão apareceu pela 1ª vez em vídeo após transplante de coração e agradece fãs
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Faustão e a esposa, Luciana Cardoso
Esposa de Faustão, Luciana Cardoso comemora um mês do transplante: “Segunda chance”
Instagram/Reprodução
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Quando o transplante de rim é indicado?
O transplante de rim é uma opção de tratamento para os pacientes que sofrem de doença renal crônica avançada.
Nesses casos, o indivíduo recebe um rim saudável de uma pessoa viva ou falecida para que o órgão possa exercer corretamente as funções de filtração e eliminação de líquidos e toxinas.
A doença renal crônica é a diminuição da função do rim de forma permanente e irreversível. “Quando o órgão começa a funcionar menos do que ele deveria por pelo menos 90 dias, isso se caracteriza como doença renal crônica”, explica Mendes.
De acordo com o médico, no estágio mais avançado, o rim passa a funcionar com menos de 15% de sua capacidade. Normalmente, o paciente nessa situação tem dificuldade de manter uma boa qualidade de vida e passa a ter sintomas como fraqueza, inchaço, piora do controle da pressão e diminuição do apetite.
“Por isso, todo indivíduo que tenha função renal abaixo de 15% tem indicação à terapia renal substitutiva – algum tratamento que substitua o rim, como hemodiálise ou transplante renal”, afirma o nefrologista.
Procedimento mais simples
Segundo Mendes, diferente de outros órgãos, que o transplante é um caso de vida ou morte feito quando outros tratamentos clínicos já falharam, para o rim, sempre que há a indicação para hemodiálise, automaticamente o paciente entra na fila do transplante.
“Comparando com outros órgãos, o transplante de rim é tecnicamente mais simples na maioria dos casos porque ele não é feito na urgência. É um paciente que está fazendo hemodiálise, está compensando clinicamente, e consegue fazer o procedimento em um cenário muito mais controlado, tolerando mais dias em fila”, explica Mendes.
Recuperação
A recuperação costuma acontecer nos primeiros dias em unidade de terapia intensiva (UTI), seguida por internação em quarto. A recuperação total depende de fatores como o tipo do doador, como foi a cirurgia e quanto tempo o órgão ficou fora do corpo.
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