Classificada como um aminoácido não essencial, aquele que é produzido naturalmente pelo organismo, a glutamina é considerada a mais abundante no corpo e é utilizada principalmente como fonte de energia para diversos tecidos.
Sempre que ouvimos falar em glutamina já vem logo à cabeça sua importância para a musculatura, especialmente pelo fato de, na maioria das vezes, ela estar associada à suplementos esportivos.
Mas sua ação no organismo não se restringe a apenas isso, dentre suas principais funções está a contribuição para a saúde intestinal, o fortalecimento do sistema imunológico e retardo do catabolismo (perda de massa muscular) em pessoas que estão em tratamento de determinadas doenças que podem levar a perda muscular, casos de queimaduras graves e até grandes cirurgias. O que faz com que ela seja um aminoácido importante e completo.
Para os praticantes de atividade física e esportistas de alta performance a glutamina promove uma ação anti-catabólica, colaborando com o aumento das reservas de glicogênio muscular, reduzindo o gasto de massa muscular para geração de energia, além de evitar a produção excessiva de amônia, cuja alta concentração está relacionada à fadiga muscular. Dessa forma, ela contribui para a manutenção da musculatura e uma melhor performance durante a prática de exercícios.
No intestino ela favorece o reforço da nossa barreira natural contra doenças, pois serve como fonte de energia para as células da mucosa, os enterócitos, que são responsáveis por reduzir a permeabilidade intestinal, dificultando a entrada de microrganismos patógenos.
Além disso, a glutamina também é utilizada como fonte de energia por outras células de defesa do organismo, e age como precursora de algumas citocinas anti-inflamatórias e da glutationa, um antioxidante de extrema importância no sistema imunológico. Assim atua melhorando a resposta imune, reforçando nosso sistema de defesa para a prevenção de diversas doenças causadas por vírus, bactérias e fungos.
Sua relação com a produção da glutationa faz com que a glutamina exerça também um papel na redução do estresse oxidativo, colaborando com a diminuição de radicais livres no organismo.
Apesar de ser um aminoácido produzido naturalmente pelo organismo, em alguns casos a suplementação pode ser necessária e para isso há diversos tipos comercializados. É importante sempre consultar um nutricionista ou médico para que esse oriente, de acordo com sua necessidade e ingestão alimentar, a melhor escolha e dosagem a ser consumida.
Fonte: Valquíria Soares – Nutricionista da Rede Mundo Verde.
Valquíria Silva é nutricionista registrada CRN-3 39754, graduada pela Universidade Bandeirantes de São Paulo e pós graduada em Saúde da Família e Nutrição Clínica. Atua na área de nutrição funcional e marketing nutricional na rede Mundo Verde, onde realiza treinamentos de capacitação para colaboradores de campo e dá suporte nutricional para equipe de marketing.
Referências:
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