Homem intoxicado por metanol foi tratado com doses de vodca russa Ouvir 13 de outubro de 2025 O comerciante Cláudio Crespi, que teve intoxicação por metanol em São Paulo, recebeu alta hospitalar neste domingo (12/10), após duas semanas internado. O homem de 55 anos, que perdeu cerca de 90% da capacidade de funcionamento dos rins, recebeu doses de uma vodca russa como parte do tratamento hospitalar contra a intoxicação. Cláudio tomou uma dose de vodca adulterada com metanol no final de setembro, em um bar de Guarulhos (SP). No dia seguinte, ele apresentou os primeiros sintomas de intoxicação pela substância, como dor abdominal, confusão mental e falta de ar. O comerciante foi entubado na unidade de pronto atendimento (UPA) Vila Maria assim que deu entrada no local. Leia também Saúde Metanol: 14 perguntas para entender os riscos e como se proteger São Paulo Análise de intoxicação por metanol tem corrida contra o tempo. Entenda São Paulo Metanol na bebida: Polícia de SP analisa celulares de oito suspeitos São Paulo Metanol: prisões por venda de bebida adulterada chegam a 51 em SP Transferido para um hospital na sequência, os médicos falaram da necessidade do antídoto, mas o fomepizol — usado para combater o metanol — estava em falta. Um primo de Cláudio, que também é médico, pediu que a família fosse atrás de um destilado puro e intenso na ausência do produto. Sem encontrar nada aberto, a sobrinha do comerciante, a advogada Camila Crespi, lembrou de uma vodca russa que havia ganhado de uma amiga. A bebida, com 40% de álcool na composição, foi entregue ao primo médico, que a levou até a emergência para a administração por sonda. Como a vodca russa pode ter ajudado? A vodca russa foi usada durante quatro dias no tratamento de Cláudio, enquanto estava em coma induzido. Além disso, o comerciante fez hemodiálise e tomou uma solução para combater a acidez no sangue. O etanol, também conhecido como álcool etílico, está presente em bebidas alcoólicas comuns, como cerveja, vinho e destilados, e funciona como uma medida de contenção. Quando um paciente intoxicado por metanol recebe etanol em ambiente hospitalar, o fígado passa a priorizar a metabolização dele. É importante destacar que uma equipe de profissionais da saúde deve estar à frente desse tipo de tratamento para evitar riscos à saúde. “Quando o fígado está ocupado metabolizando o etanol, o metanol fica em espera e demora mais para ser transformado em suas formas tóxicas. Isso dá tempo para o corpo eliminar parte da substância pela urina e permite que o paciente receba tratamento hospitalar adequado”, explica o médico Ademar Simões, coordenador da Emergência do Hospital Mater Dei Salvador, na Bahia. O comerciante fala e anda normalmente, mas, assim como os rins, a visão foi afetada e ainda não voltou totalmente. Cláudio não perdeu totalmente a capacidade de ver, mas não consegue enxergar cores ou luminosidade. No hospital, ele fez uso de corticoide para desinflamar o nervo óptico. Intoxicações por metanol O estado de São Paulo registrou cinco mortes de pessoas intoxicadas por metanol após o consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. Ao todo, 25 casos foram confirmados e 160 estão em investigação. O fomepizol é o antídoto de primeira linha e mais eficaz. O estado de São Paulo recebeu, na quinta-feira (9/10), cerca de 300 unidades do produto. Diferentemente do etanol, que apenas “distrai” o fígado, o contraveneno age de forma direta, bloqueando a enzima responsável por transformar o metanol em compostos tóxicos. Ao impedir essa conversão, o fomepizol impede a formação do ácido fórmico, a substância que ataca o nervo óptico e o sistema nervoso. Por sua ação direta e maior segurança, é considerado o tratamento ideal. Sintomas Simões aponta que os sintomas iniciais da intoxicação por metanol costumam ser parecidos com uma “ressaca forte”: náusea, vômito, dor abdominal e mal-estar. “Além disso, a pessoa pode sentir dor de cabeça, tontura e fraqueza. Conforme a intoxicação progride, podem surgir alterações na visão — como visão turva ou até cegueira —, falta de ar, confusão mental e sonolência intensa. Em casos graves, pode evoluir para convulsões e coma”, afirma o emergencista. Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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