No último domingo (20/8), foi divulgado que o apresentador de TV Faustão precisará fazer um transplante de coração para reverter um quadro de insuficiência cardíaca. Fausto Silva está internado em quadro estável e aguarda a disponibilização de um órgão na fila de transplantes do Sistema Único de Saúde (SUS).
A insuficiência cardíaca tem diversas causas, e pode acometer pessoas que infartaram, tiveram severas reações inflamatórias ou têm pressão alta descontrolada, entre outras doenças.
A condição é a principal causa de hospitalizações no SUS, sendo que até 12% dos internados com o quadro acabam morrendo, de acordo com dados do Fórum Intersetorial para Combate às Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil.
A insuficiência cardíaca ocorre quando o coração, que funciona como uma bomba de sangue para o corpo, deixa de atuar com a intensidade necessária: em alguns casos, torna-se rígido demais para relaxar, e em outros, perde a força para fazer contrações.
De acordo com o cardiologista Pedro Paulo Nogueres Sampaio, coordenador da cardiologia do Hospital Samaritano Botafogo, no Rio de Janeiro, as causas da insuficiência cardíaca são variadas, mas a maioria dos casos são consequência de infartos, hipertensão e doenças nas válvulas do coração, especialmente as que acontecem por entupimentos de gordura no órgão.
“A insuficiência cardíaca é o evento final de todas as doenças do coração. Sem tratamento, todas as condições podem eventualmente levar até ela, desde infecções virais intensas até doenças da tireoide. Sem dúvida, porém, é o infarto tem um papel protagonista. O foco principal em termos de prevenção, portanto, seria evitar os entupimentos das veias e artérias do coração”, explica Sampaio.
O coordenador do programa de transplante do HCor, o cardiologista Alexandre Soeiro, completa: “A insuficiência cardíaca é sempre uma doença preocupante, desde os primeiros momentos e antes até dos sintomas. Ela é mais complicada ainda quando há sintomas limitantes, que impedem que o paciente siga seu dia a dia, e passa a ser urgente quando o indivíduo precisa estar internado para compensar essa insuficiência.”

A pressão alta, também conhecida como hipertensão, é uma doença que ataca o coração, os vasos sanguíneos, os olhos, o cérebro e pode afetar drasticamente os rins. É causada quando a pressão fica frequentemente acima de 140 por 90 mmHg
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Fora a questão genética, fatores como consumo de álcool, cigarro, sal em grande quantidade, obesidade, colesterol alto, diabetes, idade avançada, estresse e sedentarismo também podem influenciar nos níveis de pressão arterial
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Tontura, visão embaçada, dor de cabeça ou dor no pescoço são os principais sintomas relacionados à doença. Geralmente, esses incômodos aparecem quando a pressão aumenta rapidamente
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Outros sintomas comuns em quem tem pressão alta são: zumbido no ouvido, visão dupla ou embaçada, dor na nuca e na cabeça, sonolência, palpitações, enjoo e pequenos pontos de sangue nos olhos
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A pressão alta é responsável por problemas graves de saúde como AVC, insuficiência cardíaca e perda da visão. Ao desconfiar que se tem a doença, o indicado é aferir a pressão sanguínea com um aparelho próprio, em casa ou na farmácia
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Apesar da gravidade, a pressão alta pode ser controlada. Hábitos saudáveis como a prática de exercícios físicos, alimentação saudável, evitar situações que possam causar estresse, diminuir o consumo de bebidas alcoólicas, manter o peso e o colesterol sob controle e evitar drogas que aumentem a pressão arterial (como cafeína, antidepressivos e corticoides) podem ajudar no controle da pressão
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Ao apresentar quaisquer sintomas, um cardiologista deve ser procurado. Por ser uma doença que não tem cura e que pode causar problemas cardiovasculares, o diagnóstico precoce diminui consideravelmente quadro mais graves e irreversíveis
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Somente um especialista é capaz de diagnosticar casos de hipertensão e indicar o tratamento necessário para diminuir sintomas e consequências da doença. Geralmente, a utilização de remédios e repouso são indicados
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Contudo, caso a pressão se mantenha superior ao indicado, ou seja, 140/90 mmHg após uma hora, o paciente deve procurar imediatamente um hospital para tomar anti-hipertensivos intravenosos
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Sintomas da insuficiência
Os principais sintomas da insuficiência cardíaca são sentidos, curiosamente, no pulmão. É que com a fraqueza do coração, acaba ocorrendo um acúmulo de sangue no órgão, o que causa dificuldade de se exercitar plenamente, falta de ar ao deitar, fraqueza e tosse. A retenção do sangue também pode provocar inchaços no corpo.
“O principal sintoma é a falta de ar. Mas outros sinais que acompanham também nos preocupam, como o inchaço, os edemas que acontecem principalmente nas pernas, e a retenção de líquido”, diz Soeiro.
Nem todos os casos de insuficiência, porém, possuem a gravidade do quadro de Faustão. Cerca de 2% da população geral possui a condição, porcentagem que chega a 30% quando consideradas apenas pessoas acima dos 55 anos.
Na maioria dos casos, a insuficiência cardíaca pode ser controlada se descoberta com antecedência. Há muitos tratamentos possíveis anteriores à etapa do transplante e que podem ser testados a depender do quadro do paciente. Alguns remédios capazes de estimular o coração, além de procedimentos cirúrgicos, conseguem restaurar o funcionamento do órgão, por exemplo.
Prevenção e cura da síndrome
A melhor forma de prevenir o aparecimento da insuficiência cardíaca é manter hábitos saudáveis, evitando o tabagismo e abuso do álcool. Além disso, para pessoas que têm pressão alta, é importante fazer o monitoramento e tratamento da condição.
“Prevenir o desenvolvimento da insuficiência cardíaca é realmente ter os cuidados relacionados a tratar a hipertensão arterial, a diabetes, as alterações de colesterol, e impedir o aparecimento dos entupimentos de veias, ou seja, impossibilitar que se formem as condições que levam a esta síndrome”, conclui Sampaio.
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