Nutricionistas ensinam o que comer para controlar o colesterol alto Ouvir 4 de dezembro de 2025 Nos últimos anos, a alimentação ganhou papel central no controle do colesterol, condição que afeta milhões de brasileiros e é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares. A ciência já demonstra que mudanças simples na rotina — como aumentar fibras, reduzir ultraprocessados e escolher melhor as gorduras — podem fazer diferença significativa nos níveis de colesterol ruim (LDL) e triglicerídeos. Mais do que restringir alimentos, o objetivo é montar refeições equilibradas, variadas e ricas em nutrientes que ajudam diretamente na regulação do colesterol. Fibras solúveis, antioxidantes e gorduras monoinsaturadas são alguns dos componentes que atuam reduzindo a inflamação, melhorando a função das partículas de colesterol bom (HDL) e limitando a absorção de colesterol no intestino. Leia também Nutrição Fruta saborosa ajuda a regular o colesterol e a pressão alta Nutrição Óleo ajuda a reduzir inflamação nas artérias e age contra o colesterol Nutrição Semente rica em proteína e ferro ajuda a prevenir o colesterol alto Vida & Estilo Reforço na imunidade: chá ajuda a controlar a glicose e o colesterol Como a alimentação influencia o colesterol? Para a nutricionista Carla Borges, da Santa Casa de Chavantes, em São Paulo, o processo começa com escolhas diárias que cabem na rotina. “Pequenas escolhas feitas todos os dias transformam o perfil lipídico. Quando o paciente aprende a combinar fibras, proteínas magras e gorduras boas, o colesterol tende a cair de forma consistente”, afirma. Ela reforça a regra prática do prato: metade de vegetais, um quarto de proteína magra e outro de carboidratos de qualidade. “Com temperos naturais, é possível manter sabor sem recorrer a molhos gordurosos”, explica. Fibras solúveis — presentes na aveia, frutas como maçã e laranja, feijões e lentilhas — formam um gel no intestino que reduz a absorção de colesterol. A recomendação é consumir 5 a 10 g por dia, dentro do total de 25 a 30 g de fibras. Já gorduras boas encontradas no azeite, abacate, castanhas e peixes gordos melhoram a função do HDL e ajudam na prevenção de inflamação vascular. Vegetais e frutas completam o conjunto, oferecendo antioxidantes importantes para evitar a oxidação do LDL. No dia a dia, essas escolhas podem aparecer no café da manhã com aveia, no almoço com leguminosas e no consumo de frutas ao longo da tarde. “O prato colorido e variado melhora saciedade, reduz calorias ruins e ajuda no metabolismo”, reforça Carla. Frutas, legumes e gorduras boas são a base de uma alimentação cardioprotetora, segundo especialista A nutricionista Kássia Ellen Gomes de Araújo, do Hospital Regional Adamastor Teixeira de Oliveira, em Rondônia, destaca que o acompanhamento por exames é fundamental para entender a realidade de cada paciente. “O exame mais importante é o perfil lipídico, que mede colesterol total, LDL, HDL, triglicerídeos e, em alguns casos, VLDL”, afirma. Ela complementa que a lipoproteína(a) e a PCR-ultrassensível ajudam a identificar risco genético e inflamação. A avaliação da tireoide e do fígado também é essencial. Kássia explica que as fibras têm efeito direto na redução do LDL. “Elas se ligam aos ácidos biliares, o fígado usa o colesterol circulante para repô-los e, assim, o LDL diminui”, ensina. A microbiota também participa desse processo, produzindo substâncias que reduzem a síntese de colesterol. Sobre gorduras boas, a especialista reforça que elas melhoram a capacidade do HDL de transportar o colesterol para o fígado. Kássia alerta que gorduras trans, carnes gordas, embutidos, farinhas brancas, doces e ultraprocessados devem ser evitados, pois aumentam o colesterol LDL e favorecem a inflamação. Lista de compras para controlar o colesterol Fibras solúveis: aveia, cevada, feijão (todos os tipos), lentilha, grão-de-bico, maçã, laranja e banana. Legumes e verduras: brócolis, couve-flor, abobrinha, berinjela, tomate, cenoura, pepino, alface, rúcula, espinafre e pimentão (todas as cores). Frutas antioxidantes: frutas vermelhas (morango, amora, mirtilo), uva roxa, kiwi, limão e mamão. Gorduras boas: azeite extravirgem, abacate, castanhas (nozes, castanha-do-pará, castanha de caju, amêndoas), sementes de chia, sementes de linhaça e amendoim (sem açúcar e sem cobertura). Peixes ricos em ômega-3: salmão, sardinha, atum fresco ou em água. Proteínas magras: peito de frango sem pele, carne bovina magra (patinho, coxão mole, lagarto), ovos e tofu. Carboidratos de qualidade: arroz integral, quinoa, batata-doce, massa integral e pão integral 100% (importante checar rótulo). Probióticos e prebióticos: iogurte natural sem açúcar, kefir, alho e cebola. Bebidas e itens gerais: chás antioxidantes (chá verde, hibisco, camomila) e ervas frescas e secas (alecrim, cúrcuma, orégano, salsinha). O que evitar para controlar o colesterol Margarina tradicional. Embutidos (salsicha, linguiça, presunto, salame). Queijos amarelos gordurosos. Biscoitos recheados. Fast-food. Produtos com gordura trans. Refrigerantes e sucos industrializados. Frituras prontas ou congeladas. Mesmo com boa alimentação, há casos em que o tratamento medicamentoso é necessário. “Quando o LDL está acima de 190 mg/dL, geralmente existe componente genético, e o uso de estatina é praticamente obrigatório”, explica Kássia. O medicamento também é indicado para quem já tem doença cardiovascular, histórico familiar de infarto ou AVC precoce, diabetes com risco alto ou quando três meses de intervenção nutricional não reduzem adequadamente o risco. Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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