De acordo com um relatório feito pela Universidade da Cidade de Nova York (CUNY) divulgado nesta terça (17/10), o neurocientista Hoau-Yan Wang adulterou as imagens usadas em artigos de pesquisa de medicamentos contra o Alzheimer.
O objetivo dele, suspeitam os responsáveis pelo parecer, era fazer com que os tratamentos parecessem mais efetivos e ganhassem mais financiamento. Ao todo, Wang recebeu cerca de 500 milhões de dólares para ajudar nas pesquisas.
No relatório, Wang se defendeu dizendo que não adulterou as imagens, mas diz não ter mais os dados originais da pesquisa para provar que não cometeu as faltas éticas.
Segundo o jornal The New York Times, ao menos 20 artigos acadêmicos publicados pelo pesquisador tiveram seus resultados maquiados para atrair mais interesse de investidores. De acordo com a CUNY, a corrupção do neurocientista foi tão grande que não é possível determinar quais são os reais efeitos do simufilam, remédio que Wang pesquisava.

Remédio prometia barrar o Alzheimer
O simufilam era uma droga promissora para combate ao Alzheimer e, em teoria, era capaz de reduzir o acúmulo de placas de proteína no cérebro relacionado à formação dos quadros de demência.
O remédio já estava em sua fase 3 de estudo clínico, a última necessária para aprovação de um medicamento, quando dois cientistas revelaram a suspeita de que os dados da pesquisa haviam sido adulterados.
Com a comprovação da prática antiética, as revistas acadêmicas que publicaram as primeiras pesquisas sobre o simufilam fizeram revisões com retratações e desacreditando os dados, inviabilizando o uso das informações.
Em interrogatório interno, o cientista alegou que os investimentos recebidos foram usados para o desenvolvimento da pesquisa e que ele não teve enriquecimento pessoal.

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Alzheimer é uma doença degenerativa causada pela morte de células cerebrais e que pode surgir décadas antes do aparecimento dos primeiros sintomas
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Por ser uma doença que tende a se agravar com o passar dos anos, o diagnóstico precoce é fundamental para retardar o avanço. Portanto, ao apresentar quaisquer sintomas da doença é fundamental consultar um especialista
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Apesar de os sintomas serem mais comuns em pessoas com idade superior a 70 anos, não é incomum se manifestarem em jovens por volta dos 30. Aliás, quando essa manifestação “prematura” acontece, a condição passa a ser denominada Alzheimer precoce
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Na fase inicial, uma pessoa com Alzheimer tende a ter alteração na memória e passa a esquecer de coisas simples, tais como: onde guardou as chaves, o que comeu no café da manhã, o nome de alguém ou até a estação do ano
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Desorientação, dificuldade para lembrar do endereço onde mora ou o caminho para casa, dificuldades para tomar simples decisões, como planejar o que vai fazer ou comer, por exemplo, também são sinais da manifestação da doença
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Além disso, perda da vontade de praticar tarefas rotineiras, mudança no comportamento (tornando a pessoa mais nervosa ou agressiva), e repetições são alguns dos sintomas mais comuns
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Segundo pesquisa realizada pela fundação Alzheimer’s Drugs Discovery Foundation (ADDF), a presença de proteínas danificadas (Amilóide e Tau), doenças vasculares, neuroinflamação, falha de energia neural e genética (APOE) podem estar relacionadas com o surgimento da doença
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O tratamento do Alzheimer é feito com uso de medicamentos para diminuir os sintomas da doença, além de ser necessário realizar fisioterapia e estimulação cognitiva. A doença não tem cura e o cuidado deve ser feito até o fim da vida
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